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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

QUAL É A SUA (MUDANÇA)?








"Os candidatos são todos iguais: todos afirmam seu "compromisso com a mudança", como se cada um tivesse saído às ruas para exigir transformações na maneira de fazer política!" Não é verdade! As mudanças propostas pelos candidatos são radicalmente diferentes umas das outras, e devem ser compreendidas em seu contexto e em seus propósitos, mesmo aqueles não declarados. Isso, os eleitores, via de regra, não são capazes de perceber. 

Para o PT de Dilma Rousseff, mudar significa romper com o Contrato Social e implantar um modelo de governo que não admite a Democracia tal como a conhecemos. As liberdades individuais seriam substituídas por "liberdades" coletivas. Esse é o modelo de Hugo Chavez e do Bolivarianismo, que nada têm a ver com o Brasil. É um modelo de ruptura e de confronto.

Simon Bolívar não é brasileiro, não teve nenhuma participação na nossa proclamação de independência, nem na formação da Nação e do Povo Brasileiro. Portanto, referenciar Bolívar para nossas questões internas é inaceitável! As propostas do "bolivarianismo" venezuelano e chavista não são comprometidas com as liberdades individuais. Citar Bolívar ou Chaves, bem como qualquer outro povo, comparando seu passado e suas escolhas às nossas, ou tomando-as como modelo para nosso país é um desrespeito à Nação e ao Povo Brasileiro. 

Não se faz uma revolução manipulando o povo e enganando-o com promessas falsas. A verdadeira revolução se faz com educação adequada e conscientização do povo. A verdadeira Democracia admite e aceita a boa convivência com ideologias diferentes, e até antagônicas! De que adianta ter 120 milhões de eleitores se seus votos são "cooptados" por políticos corruptos? De que vale dar "esmolas" para os miseráveis, se não se dá a eles emprego nem educação? De que vale apregoar mudanças, se os beneficiados serão sempre os mesmos, privilegiados pelo seu poder econômico e pela sua posição social? O efeito "Bolsa Família" é efêmero, e se acaba assim que é extinto o "programa", pois a situação do pobre não terá sido modificada.

O PT praticou a mesma política preconizada pela Ditadura porque construiu estradas e hidrelétricas na Amazônia, e assentou pequenos lavradores às margens das estradas, no meio da selva, sem qualquer orientação técnica para a agricultura familiar! O objetivo da Ditadura era ocupar o território, sem se importar com as populações tradicionais indígenas e sem se preocupar com a devastação ambiental provocada pelas obras mal planejadas. 

Com o PT de Dilma é a mesma coisa: pouco importam os custos sociais e ambientais desse "progresso". O importante é cooptar as populações pobres para assegurar a permanência do PT no governo. Esses assentamentos, feitos pelos militares e pelo PT de Lula, só serviram para devastar a floresta e causar mais problemas sociais, estimulando grileiros, bandidos e pistoleiros a dominar, pela força, a região Norte, particularmente às margens da rodovia Transamazônica, entre Marabá e Altamira, certamente uma das regiões mais violentas do país! 

Para o PSDB de Aécio Neves, mudar é voltar ao passado, apoiar oligarquias colonialistas, que, por séculos, dominaram e exploraram a miséria em benefício de uma minoria privilegiada. É o governo dos poderosos: latifundiários, banqueiros, mineradoras e empreiteiras! Nenhum projeto social, voltado à solução dos graves problemas fundiários, habitacionais e de distribuição de renda foi feito pelo governo tucano, em dois períodos sucessivos no poder! 

O que os tucanos teriam a oferecer, que já não tenha sido tentado no governo FHC? Onde está o Programa de Governo do PSDB? O que Aécio faria se fosse eleito? Como ele enfrentaria os problemas ambientais, sociais e culturais do Brasil? Ninguém sabe, pois nem mesmo ele se manifestou a esse respeito! Limitou-se a atirar pedras nas candidaturas concorrentes, durante seus programas eleitorais gratuitos. Será que ele não precisa se fazer conhecer? 

O modelo político, econômico e ideológico do PSDB restringe-se à Globalização e ao Neo-Liberalismo, cujo fracasso no mundo ocidental ficou demonstrado pela crise de 2008, da qual os países ainda não conseguiram se recuperar. Desde então, as nações do mundo, mesmo as que não são atreladas a esse capitalismo selvagem, foram seriamente afetadas pela crise.

Para a #REDE de Marina Silva, mudar significa romper com os padrões e modelos do "Desenvolvimentismo a qualquer preço", oferecidos pelos outros dois candidatos e propor um governo com Sustentabilidade Econômica, Social e Ambiental. Ou seja, a única alternativa viável para a Humanidade! A exaustão dos recursos naturais, o aquecimento global, os distúrbios ambientais já não deixam dúvidas quanto à gravidade da situação em nosso planeta. É preciso agir, tomar atitudes corajosas, enfrentar a realidade, que não nos permite fechar os olhos à devastação de nossos ecossistemas, em nome de um modo de produção baseado na expansão dos latifúndios em detrimento dos pequenos agricultores, na produção de grãos, na criação de gado, na exportação de commodities e na devastação irracional da Natureza!

Não basta assumir o poder; é preciso justificar, perante a História, as opções feitas e os resultados alcançados. E os modelos de governo do PT e do PSDB não cumpriram sua missão de admitir essa nova realidade e de ajustar nosso modo de produção a um planeta em processo de entropia e falência ambiental. Para eles, a Natureza é um empecilho, um entrave a ser afastado, e não a fonte de toda a vida na Terra. No mundo capitalista dos tucanos, e no mundo oportunista dos petistas não há lugar para outros seres vivos, senão o próprio homem, desvinculado de sua origem animal, e apegado ao poder e ao dinheiro.

Se FHC conseguiu estabilizar a Economia, muito bem! Mas, em contrapartida, reforçou a presença das oligarquias tradicionais da época do Império, abandonando 90% da população à sua própria sorte. Também realizou as privatizações das companhias estatais, visando a modernização dos serviços por elas prestados. Porém, os valores arrecadados nos leilões não serviram para nada, pois estavam subestimados para agilizar o processo de privatização.

Se Lula valorizou os movimentos sociais, muito bem! Mas, em contrapartida, fortaleceu o Agronegócio através de empréstimos gigantescos, a juros subsidiados, deixando as populações tradicionais sem qualquer apoio, criando nichos de pobreza e de subdesenvolvimento ao longo das estradas, nos sertões, dentro dos travessões dos assentamentos, onde mal existem escolas, e onde o pobre não tem alternativas para se preparar para a sociedade do futuro.

Dilma, porém, não realizou nada, além de grandes empreendimentos inacabados do PAC, a custos superfaturados, do desequilíbrio da Economia e das contas públicas, da volta da inflação e do déficit na balança comercial, que há vinte anos não se via mais no Brasil. E à Dilma deve-se debitar, ainda, a suja reforma do Código Florestal, expondo o Brasil à devastação generalizada do agronegócio! Dilma não ouviu as vozes das ruas e do povo brasileiro, recusando-se a vetar as mudanças do Código Florestal. Com isso, os latifundiários foram beneficiados com o "perdão" por seus crimes ambientais, podendo continuar devastando o Cerrado e a Amazônia, agora, com o respaldo da nova lei, o Novo Código Ruralista do Agronegócio!

Marina Silva não conseguiu realizar seus projetos frente ao Ministério do Meio Ambiente, pois teve fortes restrições por parte de Lula, pressionado por Dilma Rousseff, que pretendia implantar seu famigerado e mal-sucedido "PAC - Programa de Aceleração do Crescimento"! O PAC demonstrou ser um fiasco, o crescimento do Brasil estancou na gestão Dilma, e o Meio Ambiente desandou. Marina Silva, diante dos retrocessos governamentais e da falta de apoio de Lula, renunciou ao Ministério e se desligou do PT, em busca de seu projeto de vida.

Essas são as pinceladas que eu deixo para avaliação de meus leitores, às vésperas das eleições. Escolham seus candidatos pensando no futuro de seus descendentes, e não na avareza dos poderosos! As eleições passam depressa, mas quatro anos de desgoverno poderão fazer sucumbir as nossas possibilidades de despontar como Nação emergente e bem sucedida para o futuro que está por acontecer. Observem os exemplos do Chile, do México, da Índia, da China, e comparem com a triste situação em que o Brasil se encontra depois de 20 anos de tentativas frustradas. É tempo de mudança! Votem! E durmam com suas consciências!

BAIXARIA FEDERAL


Quando, em 1989, #Collor de Mello, apoiado pela Globeleza, venceu #Lula em um debate na TV, denunciando a relação extraconjugal do metalúrgico, pensávamos que "nunca, na história desse país", teríamos uma nova eleição tão suja, tão baixa, tão vil. Esperávamos, realmente, que a Democracia iria se aperfeiçoar, consolidando partidos políticos antagônicos, mas movidos pela ÉTICA e pela decência no trato da "coisa pública" (A Res-Publica, como gostava de dizer o ESTADÃO). Collor foi banido da vida pública por oito anos, através de um Impeachment, provocado pela revolta da população, que saui às ruas, cansada de 21 anos de ditadura, de roubalheira, de safadezas de toda espécie.

Mas estávamos errados. Veio #FHC, o Príncipe da "Inteligentzia" nacional, o Déspota Esclarecido, o grande intelectual da Esquerda Socialista, e nacionalizou as empresas públicas a preço de banana, manteve a paridade do Real com o Dollar até 1999, dez anos depois de Collor, favorecendo, principalmente, os diretores do Banco Central, em escândalo que nunca foi investigado, pois atendia aos interesses das oligarquias que sustentavam o poder, essas mesmas que, agora, querem colocar Aécio como presidente, como um CLONE de FHC.

OLIGARQUIAS versus VOTO DE CABRESTO

FHC permaneceu no poder por oito anos, depois de conseguir a aprovação da reeleição para presidente no Congresso Nacional. E Lula perdia sua terceira eleição, mas mantinha a imagem de que o #PT era um partido sério, popular, democrata e comprometido com as causas populares. Finalmente, em 2002, Lula chega à Presidência da República, e não demorou muito para que o Escândalo do Mensalão viesse a público através de denúncia de Roberto Jefferson. O julgamento demorou dez anos para chegar ao plenário do #STF.

Mas, mesmo diante do escândalo, Lula não apenas se reelegeu em 2006, como fez sua sucessora, a esquisita guerrilheira e "gerentona do PAC", recém- afiliada ao PT e transformada em sua "mais leal afilhada política"! Dilma chegou ao poder em 2011, quando Lula ainda colhia os frutos de "sua política econômica", tendo como presidente do Banco Central, uma notória figura do PSDB de FHC, Henrique Meirelles! A Economia ia bem, graças ao agronegócio, mas o Meio Ambiente sofria os impactos do avanço dos latifúndios para dentro da Selva Amazônica. Lula apenas continuava a "política econômica da Ditadura Militar".

Dilma era sua Ministra das Minas e Energia, depois Chefe da Casa Civil, "coordenando" um amontoado de projetos mal elaborados e sem nenhuma integração como um verdadeiro "Programa de Governo"! Para disfarçar, dava, aos pobres, as migalhas do Bolsa Família, concebido por FHC, e se tornava uma "liderança mundial", reconhecido pela sua "luta contra a miséria", que ele dizia que iria erradicar para sempre de nosso país. Não foi o que aconteceu. Basta que o "benefício" seja suspenso por um ano, e todos voltariam para a miséria!

Dilma, sem nenhum "jogo de cintura", e sem o carisma, a inteligência e a liderança de Lula, "meteu os pés pelas mãos", como se dizia, e teve que fazer inúmeras concessões ao PMDB e aos partidos políticos da coligação petista. O Escândalo do Mensalão chegou ao final, com a condenação de 25 membros do PT e de outros partidos "aliados", mas apenas Marcos Valério "pagará a conta da roubalheira", pegando mais de 40 ANOS de prisão, enquanto os líderes do PT recebiam menos de dez anos de prisão, beneficiados pela progressão de penas.

Outro escândalo maior chegou a público este ano, demonstrando que mais de UM BILHÃO DE REAIS teriam sido desviados da Petrobrás para os bolsos da quadrilha. Na ocasião em que o escândalo aconteceu, Dilma era Ministra de Estado e Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, a vítima dos assaltos, mas ela se negou a admitir sua responsabilidade nesse escândalo gigantesco. Essa, que foi o "orgulho nacional", e uma das maiores empresas do mundo, em apenas quatro anos perdeu 50% do seu valor de mercado!

Pois é nesse cenário que aparece MARINA SILVA, política jovem e combativa, saída das hostes do PT quando este partido se meteu nos escândalos nacionais e fez alianças espúrias com outros partidos tão corruptos quanto ele. O PT e seus aliados recebeu dinheiro, para suas campanhas políticas, de latifundiários da soja e do gado, mineradoras, banqueiros e empreiteiros, tornando-se o PARTIDO MAIS CORRUPTO DO PAÍS! Mas MARINA SILVA tinha apenas UM MINUTO DE TV contra os 11 MINUTOS de DILMA e 4 MINUTOS de Aécio Neves!

Houve, então, a grande surpresa: depois da morte de Eduardo Campos, MARINA SILVA assumiu a liderança nas pesquisas de opinião pública para as eleições de 2014, derrubando Aécio Neves e Dilma Rousseff. As expectativas para um segundo turno mostravam grande vantagem para MARINA SILVA! Ela estava, praticamente, eleita a nova presidente da República Federativa do BRASIL!

E foi assim que as Oligarquias de Aécio e o Voto de Cabresto de Dilma decidiram se unir para "Desconstruir" a figura pública de MARINA SILVA! E não foi através de argumentos verdadeiros, democráticos, honestos, mas simplesmente através de MENTIRAS, veiculadas descaradamente nos horários eleitorais "gratuitos" da TV, sem que o Tribunal Superior Eleitoral, presidido pelo PETISTA Dias Tóffoli, sequer concedesse tempo de resposta à candidata, caluniada descaradamente.

Em pouco mais de um mês, a situação se reverte, e MARINA SILVA está, praticamente, fora do segundo turno, que será disputado entre as OLIGARQUIAS ECONÔMICAS (do PSDB de Aécio) e o VOTO DE CABRESTO (do PT de Dilma). É lamentável que, apenas um ano depois das manifestações de rua, o povo volte a errar e se enganar com mentiras hipócritas, construídas pelos marqueteiros do PT e do PSDB. Vence a MENTIRA, vence a CORRUPÇÃO, vencem as FORÇAS RETRÓGRADAS, escondidas por detrás de uma IDEOLOGIA ULTRAPASSADA E ENTERRADA EM TODO O MUNDO CIVILIZADO, inclusive a ex-União Soviética e a CHINA! Fica para o Brasil a aliança com a VENEZUELA, a ARGENTINA e outros países fracassados, no âmbito do comércio internacional...

O que querem, afinal, as OLIGARQUIAS, unindo-se ao PT para derrubar MARINA SILVA, a única candidata que apresentou, de fato, um Programa de Governo voltado para a SUSTENTABILIDADE, em seu tripé de equilíbrio, Economia, Sociedade, Meio Ambiente; o que querem esses oligarcas vinculados ao que há de mais atrasado neste país: agronegócio, mineração, mega-empreendimentos?

E o que quer o PT e seus SÓCIOS, senão continuar a desgraçar nosso povo e nosso país, destruindo tudo o que os militares não conseguiram destruir? O que farão, eles, de um deserto, quando todas as fontes de água potável, as florestas, os rios e a fauna forem definitivamente destruídos? Dividirão os "lucros"? Mas que lucros, se esses mesmos oligarcas e magnatas também serão vítimas de sua própria ganância pelo poder, sem escrúpulos, sem vergonha?

Pois neste final de semana será decidido nosso futuro, nas urnas, em uma aparente "calmaria democrática". Só que ninguém, em sã consciência, poderá dizer que escolheu seus representantes depois de profunda análise do que, de fato, está em jogo nessas eleições majoritárias! Todos votarão em virtude dos meios de comunicação, também oligárquicos, e devido à propaganda suja e mentirosa, veiculada nos horários nobres da televisão e do rádio, levando a falsa mensagem daquela que deveria ser banida do território nacional, mas que é a "gerentona do PAC", a "escolhida de Lula", a "distribuidora das esmolas do Bolsa Família" à população ignorante de nossa triste Nação Brasileira!

LAMENTO APENAS DIZER QUE "NUNCA, NA HISTÓRIA DESSE PAÍS", O POVO FOI TÃO MANIPULADO PELAS FORÇAS OLIGÁRQUICAS E REACIONÁRIAS DO PT E DO PSDB!

SERIA SÓ POR MERA COINCIDÊNCIA QUE A GENEROSIDADE DOS PATROCINADOS DE CAMPANHA DE #DILMA E DE #AÉCIO SEJAM OS MESMOS? AFINAL, AMBOS, JUNTOS, RECEBERAM MIL VEZES MAIS DINHEIRO DO QUE MARINA SILVA...



quinta-feira, 24 de julho de 2014

E o PT perde, aos poucos, seus argumentos...

O fantasma do FMI ronda o governo Dilma com previsões pessimistas da Economia
"O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu suas projeções de crescimento do Brasil para este ano e o próximo, citando aperto nas condições financeiras e a deterioração da confiança dos consumidores e dos empresários."
"Pelo seu relatório 'Perspectiva Econômica Global', publicado nesta quinta-feira, o FMI previu que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 1,3% em 2014 e 2% em 2015, com queda de 0,6 ponto percentual sobre as duas expectativas anteriores." Fonte: jornal "O Estado de São Paulo"
Se nos "Anos-Lula" a Economia seguiu em alta, por inércia, seja no aumento do emprego, seja no PIB, e a inflação se manteve em patamares aceitáveis, dentro dos limites estabelecidos desde a Era FHC, a Era Dilma, infelizmente, levou todas as expectativas para baixo, com perspectivas sombrias para este ano eleitoral.
Os adeptos do "Petismo" inconsequente acenam para os ganhos sociais de seus governos, e é fato que as transformações sociais aconteceram como nunca antes, criando uma onda de boas notícias para todas as camadas "pobres" da população.
Ocorre, porém, que este governo atual, de Dilma Rousseff, é muito diferente dos tempos de Lula, que já nos parecem tão distantes, tamanhas são as diferenças entre seus "estilos" de governo. Se Lula manipulava com habilidade os contatos políticos de sua ampla gama de "aliados", assegurando, quase sempre, vitórias fáceis no Congresso, já Dilma não consegue, sequer, coordenar sua própria base petista, que engrossa o coro do "Volta Lula!" sempre que os índices de popularidade da "presidenta" despencam, e o segundo turno se torna quase uma certeza.
Quais serão os temas em debate nas campanhas presidenciais?
Em primeiro lugar, certamente, a disputa PT-PSDB se mostrará uma esgrima com armas diferentes: os primeiros, mostrando essas propaladas "conquistas sociais", e os segundos, brandindo os números da Economia "descendo a ladeira", saudosos dos tempos de FHC, o "Déspota Esclarecido", o "Príncipe Maquiavélico" que recusou seus próprios pensamentos em favor da "governabilidade"! E, na contramão, Eduardo e Marina falando de "paz e amor" e pregando uma nova "Era de Aquárius", em que todos serão felizes, as alianças serão sinceras (?), as florestas serão preservadas (?), os indígenas serão respeitados (?), os desníveis sociais (que o PT afirma não existirem mais) serão reduzidos como em um passe de mágica (?) e o Brasil será o modelo de um "Admirável Mundo Novo", com suas "energias renováveis" em plena ascensão!

É claro que todos estarão mentindo!
Todos os três candidatos já buscaram suas "doações de campanha" com Mineradoras, Madeireiras, Empreiteiras e Latifundiários do Gado e da Soja! E tudo continuará na mesma no "day-after" das eleições! As "alianças espúrias", mais uma vez contaminaram os três gladiadores e, ao apagar das luzes eleitorais, estarão reivindicando seu quinhão nos ministérios, nas secretarias, nas presidências das estatais e das agências reguladoras, nas diretorias de todas elas...
Curiosidades pré-eleitorais: "No apagar das luzes da calmaria que precede as tormentas, Dilma travestiu-se de uma coragem inaudita, e convocou seu embaixador em Israel de volta ao Brasil! Ulalá! Em 12 anos de PT, o Brasil ficou em cima do muro (que pertence aos Tucanos) e omitiu-se em todas as contendas internacionais, mantendo uma neutralidade covarde em sua "Política Internacional", e envergonhando nosso passado de Diplomacia corajosa e atuante. Até os Israelenses se surpreenderam e nos ofenderam, parodiando essa atitude com uma pergunta: "Afinal, quem é o anão entre nós?", como a dizer: "Que importância tem esse gesto brasileiro?".
Se Lula não conseguiu inserir o Brasil entre os países do Conselho de Segurança da ONU, pelo menos criou-se, em seu governo, o Grupo dos 20 e, depois, os BRICS. Não é grande coisa... afinal, o Chile, com seu "pibinho" infinitamente menor que o do Brasil, conseguiu aliados importantes e fechou acordo com os países do Euro, por que o Brasil não soube sequer manobrar o Mercosul em seus 23 anos de existência, e não fechou sequer uma aliança expressiva, seja com a Europa, seja com o Oriente, cada vez mais Chinês? E, se o Chile, em apenas dois anos já possui cinco países (Chile Colômbia, México, Peru e Costa Rica) na Aliança do Pacífico, com mais vinte países interessados em se unir a eles, como o Brasil e a Argentina, os dois países com maior influência na América Latina não conseguem alavancar esse "bonde encalhado" do Mercosul?
Pois é nesse clima de desencanto do brasileiro consciente, e de submissão do brasileiro que se escravizou às "bolsas do PT", que se desenrolará a sucessão presidencial. Os Tucanos, nesses doze anos de oposição, não foram capazes de criar nenhum fato novo, nenhum argumento forte, nenhum programa de governo relevante, ficando à sombra de seu líder maior, FHC, para comandar os discursos, enquanto Dilma se esconde atrás das barbas crescentes de Lula, incapaz de proferir um discurso coerente.
Se o PT tinha os Movimentos Sociais para conquistar seus votos, através das dezenas de siglas que grassam num emaranhado de pseudo-ideologias de uma "esquerda" anacrônica, e se o PSDB tinha o Plano Real e o seu "ideólogo" capitalista, ex-socialista e neo-liberal para tentar resgatar seu prestígio entre a classe média brasileira, hoje ambos sofrem de anemia intelectual e perdem sua inspiração ideológica, pois morrem à míngua nos caminhos sinuosos da História recente. Não existem mais as ideologias "comunista", "socialista", "liberal", "conservadora" ou seja lá o que se quer rememorar. O mundo entrou numa espiral descendente, premido pelo tempo, na tentativa de recriar suas fontes capitalistas de produção "sem impactos ambientais"! A propalada "Sustentabilidade" perdeu também seu encanto quando o "mercado" administrou seus significados, adjetivando sua semântica com complementos tais como "Social", "Econômica", "Ambiental", "Política"... tudo se tornou "sustentável", enquanto os processos produtivos, voltados ao consumo, "consomem", de fato, o que resta para reverter a espiral do tempo e os danos ambientais do aquecimento global.
Elegeremos Aécio ou reelegeremos Dilma? Para mim, não importa mais. O que foi feito de conchavos entre os mesmos donos dos barbantes que movem as marionetes da população ignara, isso não tem retorno. E os resultados serão similares, ganhando em alguns terrenos, e compensando, negativamente, em outros. Ao fim, a soma será sempre ZERO. E não temos escapatória! Não há como fugir desta arapuca política.
Assim, se o PT perde, aos poucos, seus argumentos, o PSDB e o PSB ainda não encontraram os seus, e caminham em círculos, esperando que os marqueteiros de sempre encontrem uma saída honrosa para aqueles que perderem e para aqueles que ganharem, simplesmente porque a herança é lastimável... quem quer os escombros de uma avalanche? O que fazer com um país que não sabe sequer quem são os bons (eles existem?) e quem são os maus nessa corrida maluca do tipo: "perde-perde"?
Portanto, talvez eu vote em um candidato sem chances de se eleger, como o PCB, o PSOL ou o PV... mas considero irrelevante meu voto diante de tanta tolice que se percebe nesse "jogo eleitoral". Talvez, por isso é que se chame "jogo", não é mesmo? Talvez eu vote "nulo", ou, simplesmente, não vote... o que importa?

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Lideranças Políticas no Brasil Contemporâneo

Transmissão de cargo de Presidente da República
Luís Inácio (LULA) da Silva e Fernando Henrique Cardoso (FHC)

Ao refletirmos sobre os nossos líderes contemporâneos (depois dos 21 anos de ditadura militar), evidentemente, não poderíamos deixar de destacar esses dois grandes personagens, e mais ninguém. Fernando Henrique, porque representou a grande esperança de uma revolução cultural (no bom sentido dessa expressão) e a condução do Brasil para uma sociedade social-democrata, eficiente, justa e focada em um Desenvolvimento Sustentável, com qualidade de vida. Lula, porque  representou a redenção dos movimentos sociais, a igualdade étnica, a defesa da Ética e da Justiça, e um caminho seguro para uma sociedade socialista.

Infelizmente, nenhum dos dois realizou nossas expectativas.

Fernando Henrique Cardoso, sociólogo conhecido internacionalmente como personalidade de esquerda, exilado durante a ditadura, primeiramente no Chile e depois em Paris, com cátedras no Brasil e Europa, revelou-se um aristocrata, defensor das elites (não as culturais, mas as sociais), e conduziu o país rumo à Globalização e a um desenvolvimentismo que o aproximaria de um Capitalismo predatório e nada sustentável. Atribui-se a FHC a frase "Não me cobrem coerência com minhas ideias acadêmicas, pois agora preciso governar, e isso requer alianças que possibilitem a governabilidade"! Verdadeira ou não, esta frase identifica com clareza o seu período no poder. FHC conseguiu reestruturar a dívida pública federal e dos estados, e estabilizar a Economia, estabelecendo regras claras de austeridade, que se tornaram conhecidas como a "Lei de Responsabilidade Fiscal", que definiria a obrigação de todos os entes federados a administrar com seriedade seus compromissos financeiros. Mas fez isso às custas de alianças com o pior entulho da ditadura: esses falsos líderes que hoje dominam os debates no Congresso através de discursos de uma oposição raivosa, corrupta e incompetente.

Lula, metalúrgico e líder sindical, que nos anos 1980 reuniu no Partido dos Trabalhadores a nata dos socialistas e dos assalariados, brandindo o estandarte da Ética e da Justiça Social, até conseguiu valorizar os movimentos populares e atender a muitas de suas reivindicações; restaurou significativamente o valor do salário mínimo, construiu métodos participativos nas decisões em todas as esferas de governo, e teve amplo reconhecimento internacional pela sua liderança incontestável. Até iniciou um trabalho eficiente de gestão ambiental, sob a liderança de Marina Silva. Porém, suas alianças "em nome da governabilidade", que aprendeu rapidamente com FHC, e das quais se apropriou com maestria, tornaram insustentáveis essas políticas e, aos poucos, o governo foi assumindo sua feição definitiva de apoio aos grandes empreendimentos e à política de favorecimento ao agronegócio, em detrimento das maiorias da população. Preparou sua ministra predileta, Dilma Rousseff, para substituí-lo após seu segundo mandato, nomeando-a gestora do PAC, um amontoado de projetos mal-elaborados e sem consistência. Finalmente, ao indicar Dilma para sua sucessora, cometeu seu erro definitivo, colocando tudo a perder nos quatro anos que se sucederam. Ela, despreparada e desprovida de carisma, com tendências à gestão autoritária, se indispôs com a "classe" política e se apoiou em grandes projetos de hidrelétricas na Amazônia e no apoio irrestrito ao agronegócio como sustentáculo da Economia.

Duas grandes lideranças, duas enormes esperanças, duas frustrações para a Nação brasileira! E, o pior: não temos outras lideranças que possam conduzir o país em direção ao futuro que todos almejamos! Todos aqueles que permanecem na pauta da política estão comprometidos com o passado perverso do período militar: Collor, o "salvador da pátria" e responsável por uma política irresponsável, corrupta e devastadora com relação às instituições públicas; Sarney, filho da ditadura e chefe do pior "Clã" político que o Brasil conheceu; Paulo Maluf, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Romero Jucá, Blairo Maggi, Aécio Neves, Kátia Abreu, todos representantes do que existe de mais comprometido com as falcatruas, conchavos, irregularidades, negociatas. Isto, apenas para destacar notórios representantes do Congresso!

Mais ainda, formaram-se no Congresso duas bancadas nefastas: a dos RURALISTAS, que fazem de tudo para acabar com nossa legislação ambiental, que já foi uma das mais avançadas do mundo, e a dos EVANGÉLICOS, sectaristas, reacionários, que apenas atuam por interesses mesquinhos e inconfessáveis de seitas religiosas comprometidas com a expropriação de pequenas poupanças populares para se enriquecer e ampliar seu poder. E ambas atuam, também, para extinguir as políticas étnicas, quilombolas e indigenistas, de nosso país!

Este ano teremos, talvez, a mais importante eleição da história contemporânea, não pelos seus candidatos, todos inexpressivos e irrelevantes, mais pelas consequências de nossas escolhas. Parafraseando Lula, "nunca antes, na História desse país", tivemos uma "classe política" tão desacreditada, tão suja, tão comprometida com a corrupção e com crimes de toda natureza, como o que presenciamos hoje! E não há exageros nessa afirmação, pois esse é o sentimento que levou a quase totalidade do público que lotava o Estádio de futebol na abertura da Copa a vaiar e a ofender a presidente Dilma com frases pesadas e expressões do mais baixo calão!

A "ofensa", ou melhor, o protesto não foi dirigido apenas a Dilma Rousseff pelo pior governo que já passou pelo período histórico republicano, mas a todos os políticos, que envergonham o Brasil diante do mundo! Nesses seus quatro anos de (des) governo, Dilma conseguiu desconstruir tudo que foi feito, bem ou mal, com equívocos e acertos, por FHC e LULA! O país caminha para a crise econômica e para uma situação de impasse institucional que poderá provocar um tremendo retrocesso na construção da Democracia. Por pior que seja hoje, mais um período petista no governo será catastrófico e, talvez, irreversível para nossa Nação.

Escolher Aécio Neves ou Eduardo Campos será totalmente irrelevante. Nenhum dos dois tem, em seus currículos, uma obra que assegure um bom governo ou, pelo menos, uma biografia edificante e admirável, como tinham Lula e FHC. Os primeiros passos de ambos os candidatos foi no sentido de reforçar suas alianças com o agronegócio e com a preservação do "status quo", ou seja, desenvolvimentismo inconsequente, e desprezo ao Meio Ambiente, às populações indígenas e quilombolas e nenhum comprometimento com o Desenvolvimento Sustentável!

Por sua vez, a campanha de Dilma não será, propriamente, dela, mas de Lula: devido à sua total incapacidade de articular um discurso coerente e convincente, é certo que Lula fará a maioria das apresentações nos horários de TV de sua escolhida; e carisma e eloquência ele tem de sobra! Já nos debates, é provável que tanto Aécio quanto Eduardo tenham melhor desempenho. Resta saber se o povo que decide, aquele que recebe o Bolsa Família, e que está no Nordeste e no Norte do país, predominantemente, saberá distinguir entre a política assistencialista do PT e as ofertas de campanha dos outros dois candidatos. Se Marina Silva soube capitalizar sua inteligente argumentação nas eleições passadas, agora, como vice de Eduardo, não terá o mesmo poder de convencimento, e muitos que nela votaram na eleição passada optarão pelo voto nulo, por discordarem de sua decisão unilateral de aliar-se ao PSB.

As perspectivas são negras, tenebrosas, desanimadoras! Pois não se constrói uma Nação sem que haja lideranças competentes, carismáticas e capazes de motivar o povo em busca de um futuro digno, ético, solidário e comprometido com a preservação do Planeta! Sem um programa de governo que mostre outras possibilidades, sejam elas no campo social, político, econômico e ambiental, permaneceremos alternando discursos superados, focados em ataques pessoais e slogans sem sentido para os eleitores. Em meu entendimento, o fracasso da Rede em afirmar-se como o partido da sustentabilidade, e a aliança mal construída de Marina Silva e Eduardo Campos eliminaram o grande trunfo de um segmento que, embora pequeno, teria condições de articular parcerias sérias, responsáveis e não comprometidas com as correntes atuais da política brasileira. Esse é o panorama que vislumbro, com tristeza, para o Brasil...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Será desigual e injusto se o TSE indeferir o registro do partido de Marina Silva!


COMENTARISTA: WÁLTER MAIEROVITCH

Marina: 'Democracia não pode ter dois pesos e duas medidas'

Em ato na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a ex-senadora afirmou que o TSE concederá o registro para criação do partido se os ministros levarem em conta os autos do processo

Eduardo Bresciani - O Estado de S. Paulo

Brasília - Em um ato com cerca de 40 militantes da Rede Sustentabilidade na Praça dos Três Poderes, a ex-ministra Marina Silva afirmou nesta terça-feira, 1º, que apesar do parecer contrário do Ministério Público Eleitoral (MPE), os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concederão o registro ao partido, se levarem em conta os autos do processo.
Sem conseguir atingir a exigência de 492 mil assinaturas certificadas por cartórios, a Rede pede a validação de 95 mil assinaturas rejeitadas sem justificativa para atender o critério estabelecido em lei.

"O processo tem várias etapas. Estamos aguardando a decisão do pleno do TSE, conversamos com todos os senhores ministros e suplentes, apresentamos uma série de razões e temos convicção de que se atendo aos autos os senhores ministros votarão de forma favorável a reconhecer as 95 mil assinaturas que foram encaminhadas e invalidades injustamente pelos cartórios", disse Marina.

Respondendo a avaliação do procurador-geral Eugênio Aragão de que a construção de um partido apenas para disputar eleição "amesquinha" a política, Marina rebateu dizendo que a democracia não pode ter "dois pesos e duas medidas".

"Estou mais preocupada em não amesquinharmos a democracia, porque a democracia plena é a que assegura o pluralismo político e é isso que nós estamos buscando para que aconteça em relação ao pensamento político que sustentamos. A preocupação da Rede Sustentabilidade não é com a eleição, é com a democracia, que não pode ter dois pesos e duas medidas", disse a ex-ministra.

Questionada se estava se referindo à criação do PROS e do Solidariedade na semana passada, disse que não estava falando do TSE, mas do conceito de democracia.

Marina defendeu a pluralidade de candidaturas no primeiro turno da eleição presidencial, ainda que não assuma diretamente a intenção de concorrer. Recusou-se a falar da possibilidade de concorrer por outro partido. "Estamos focados no plano A", afirmou. "A Justiça eleitoral vai nos fazer justiça", concluiu.

No ato, militantes da Rede empilharam em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) caixas simbolizando as 95 mil assinaturas que desejam validar e exibiram um vídeo com relatos de pessoas que dizem ter apoiado a criação da legenda.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A "Via Crucis" da #REDE

Com o patrimônio eleitoral de mais de 20 milhões de votos nas últimas eleições, e o mérito de ter conduzido Dilma e Serra para o segundo turno, Marina Silva se vê, agora, diante da possibilidade de não concorrer às eleições de 2014, bem como seus correligionários, candidatos a cargos eletivos.



O que teria acontecido com a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, para ver frustradas suas possibilidades de forçar novo segundo turno, agora com chances reais de vitória, uma vez que seus índices de rejeição são muito menores que os de Dilma Rousseff, e sua posição privilegiada nas pesquisas de voto?

Há várias interpretações. A primeira é que ela demorou demais para se decidir pela formação de um novo partido político, e não simplesmente por um movimento popular em defesa de ideias e princípios. Queria Marina que seu movimento impusesse aos partidos e aos políticos um novo comportamento, ético como fora o PT em suas origens, pragmático como teria sido o MDB durante os governos militares, e comprometido com as causas ambientalistas, como deveria ter sido o PV, mas que se entregaram todos ao jogo fácil das trocas e favorecimentos políticos, aos conchavos de alcova e à luta pelo poder.

Na verdade, esse foi o principal motivo do "sufoco" por que passa a #REDE nesses últimos instantes do prazo para registro da nova legenda. No entanto, existe outra razão, sibilina e astuta, por parte da "classe política", cujo corporativismo chega às raias do absurdo de permitir que três novas legendas se formassem em menos de dois anos, apenas para "acomodar" políticos em posições estratégicas para "negociar" cargos depois de 2014, e fazem o impossível "por baixo dos planos" para "neutralizar" Marina Silva!

Agora, no desespero, e tendo se amordaçado com compromissos éticos de não fazer conluios de última hora, Marina Silva está praticamente fora da corrida eleitoral, a menos que os ministros do TSE acolham seu pedido de um registro provisório da sigla, até que todas as assinaturas enviadas "em prazo hábil" tenham sido conferidas e validadas. Pouco provável, porém não impossível, uma vez que há suspeitas acerca dos métodos utilizados pelas novas legendas para cooptar eleitores incautos a assinar algo que sequer teriam lido.

Desde os primeiros debates, a #REDE tem demonstrado rigor na coleta de assinaturas, colocando nas ruas enorme contingente de simpatizantes, comprometidos com as normas estabelecidas pelo comando do movimento. Isso, porém, não isentou de críticas a agremiação em construção, uma vez que suas fontes de recursos teriam origem em grandes empresas, ainda que essas doações estivessem ligadas a empresários que, nos últimos anos, se enfileiram com as bandeiras da ética e do conservacionismo ambiental.

Se nada surtir efeito, teremos a esdrúxula situação em que Dilma se elegerá, certamente, no primeiro turno, frustrando as expectativas de mudanças políticas, econômicas, sociais e ambientais de expressiva (porém minoritária) parcela da população brasileira. E candidatos sem carisma, como Serra e/ou Aécio, Eduardo Campos e a própria Dilma se confrontarão em um pleito cujos resultados não interessam senão às forças conservadoras e retrógradas do país. Neste caso, vencerão os ruralistas, as empreiteiras, os evangélicos e os políticos sem grandeza e sem ética; perderá a Nação Brasileira, que não terá alternativas para seus ideais.

Vale destacar que Marina, ela mesmo evangélica, jamais confundiu as funções de Estadista, que lhe estão reservadas, com suas crenças e convicções pessoais, ao contrário de tantos outros políticos de segunda categoria, que se aboletaram nas comissões do congresso em defesa de interesses sectários, religiosos ou não, com a desfaçatez de quem não sabe o valor da República e a missão de verdadeiros Políticos que deveríamos eleger! Enquanto a Nação Brasileira não se emancipar desses feudos de podridão não haverá futuro para nosso povo. E continuaremos subservientes às pequenas minorias privilegiadas de latifundiários, madeireiras, mineradoras, banqueiros, empreiteiras e políticos corruptos!

Por mais quatro anos o PT reinará soberano perante a população ignara, propagando suas redes de influência pelos serviços públicos, pelos tribunais federais e pelos cargos mais importantes do país, através de conchavos e negociatas, fazendo valer o ardiloso "plano" de Zé Dirceu de assegurar o PT durante 20 anos no comando da Nação. Sim, pois terão sido oito anos de Lula e oito de Dilma, com grandes possibilidades de Lula retornar em 2018 para completar o "projeto PT"! Não uma revolução proletária, nos moldes do "partidão", mas um "golpe burlesco" palaciano de quinta classe, moldado nos conluios de gabinetes fechados, que não apenas asseguram a manutenção do poder, mas também enriquecem de forma imoral seus governantes.

Sem nomes que se sobressaiam na política nacional, senão pela imoralidade de seus atos, e com 32 legendas desprovidas de Ideologia, nenhuma reforma decente e honesta passará pelo congresso, cada vez mais apequenado pela falta de estatura moral de nossos representantes. É triste o futuro desta Nação! Sob muitos aspectos, tão triste e vergonhoso quanto o que nos impôs, durante 21 anos, a ditadura militar!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Marina entrega pedido de registro da Rede ao TSE


Daiene Cardoso - O Estado de S. Paulo Brasília - Dida Sampaio/AE


"Agora é com o TSE... Entramos com pedido de homologação de 630 mil apoios de cidadãos de todos os cantos do Brasil", diz uma mensagem publicada na página oficial do futuro partido no Facebook, minutos após a chegada de Marina ao TSE.

Ao total, a Rede coletou 850 mil fichas de apoio, mas descartou 200 mil assinaturas e ainda assim, teve 96.356 assinaturas invalidadas pela Justiça Eleitoral dos Estados, sendo que em relação a 73 mil não foi apresentado motivo para rejeição. Entre as fichas de apoio rejeitadas estava a do senador Pedro Taques (PDT-MT), que teve sua assinatura invalidada. "Nós compreendemos até o problema da falta de estrutura, mas não concordamos que tenhamos de pagar o preço, depois desse trabalho que tivemos no País inteiro", disse Marina.

Segundo a ex-senadora, apesar de a lei exigir registro do novo partido em nove Estados, a Rede já teria número suficiente em 24 unidades da Federação. Até agora, no entanto, somente o Rio Grande do Sul conseguiu formalizar a criação de um diretório estadual. Marina disse acreditar no trabalho da Justiça Eleitoral, que tem o prazo de aproximadamente um mês para conceder o registro à Rede e assim permitir que o partido dispute as eleições de 2014. A data final é 5 de outubro. "Nós confiamos na Justiça", afirmou a ex-senadora.

Na semana passada, a ex-senadora procurou diretamente a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, para se queixar da demora na validação das assinaturas em Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). As corregedorias eleitorais rechaçaram as reclamações do grupo de Marina.

Marina agradeceu ao apoio de 12 mil pessoas que se mobilizaram na coleta de assinaturas e fez referência ao senador Pedro Simon, por ajudá-la no debate contra o projeto que tenta restringir a criação de novos partidos. Ela disse ter dúvidas de que o Senado coloque a proposta em votação "só para prejudicar uma força política que tem o direito de se viabilizar". Perguntada sobre a pesquisa de intenção de voto para a corrida presidencial, Marina disse que os levantamentos são apenas "um retrato do momento". "Não devemos tomar isso como definitivo", observou.

Ao final da entrega dos malotes contendo certidões, protocolos e processos encaminhados aos Tribunais Regionais Eleitorais, Marina disse que a Rede está sendo formada de uma forma distinta de outras siglas, que normalmente são criadas a partir de fusões. "Nós fomos pelo caminho mais difícil, mas que é o mais gratificante, que é conversar com cada pessoa", finalizou.

Acompanhada do senador Pedro Simon (PMDB-RS) e dos deputados federais Walter Feldman (PSBD-SP) e Domingos Dutra (PT-MA), a ex-senadora Marina Silva deu entrada nesta segunda-feira, 26, ao pedido de registro de seu novo partido - a Rede Sustentabilidade - junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar de não ter ainda as 492 mil assinaturas necessárias para dar início ao processo, foi apresentado um protocolo com 304 mil assinaturas validadas nos Tribunais Regionais Eleitorais, enquanto as demais assinaturas aguardam pela certificação dos órgãos da Justiça eleitoral locais.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Partido de Marina Silva vai se chamar Rede Sustentabilidade


Fonte: Notícias Terra

Heloísa Helena (Psol) participou do lançamento da Rede, em Brasília Foto: José Cruz / Agência Brasil
Heloísa Helena (Psol) participou do lançamento da Rede, em Brasília
Foto: José Cruz / Agência Brasil
  • Luciana Cobucci
    Direto de Brasília

Se conseguir as assinaturas e o registro necessários, o 31º partido político brasileiro vai se chamar Rede Sustentabilidade - ou apenas Rede. A legenda foi lançada neste sábado, em Brasília, pela ex-senadora Marina Silva, em evento que durou todo o dia e reuniu apoiadores e simpatizantes. "O nome que vamos registrar é Rede porque vamos ser uma rede que dialoga com diferentes setores da sociedade", disse ela.
O principal eixo do partido será a sustentabilidade - Marina Silva é uma conhecida defensora do meio ambiente e foi ministra da pasta no governo Lula, quando ainda era do PT. Além disso, a legenda também vai se comprometer em realizar a reforma política brasileira e defender os direitos humanos. 
Entre os principais pontos do estatuto do novo partido, que foram divulgados hoje, estão o limite para doação de pessoas físicas e jurídicas que quiserem contribuir com a legenda; a proibição de doações feitas por empresas de tabaco, álcool, agrotóxicos e armas; realização periódica de plebiscitos internos; transparência dos gastos de campanha eleitoral por meio de prestação de contas na internet; cotas para negros e índios, entre outros.
Outra determinação é que um candidato poderá se lançar apenas uma vez à reeleição, o que não exclui a própria Marina de disputar a Presidência da República em 2014. Ela admitiu que há possibilidade, mas garantiu que o objetivo do Rede não é apenas ganhar as eleições. porque Marina Silva foi eleita duas vezes seguidas para mandato como senadora pelo Acre - em 1994 e 2002.  
Para a criação da legenda, são necessárias cerca de 500 mil assinaturas, colhidas por eleitores de, no mínimo, nove Estados brasileiros. Os deputados Walter Feldman (PSDB-SP), Alfredo Sirkis (PV-RJ) e Domingos Dutra (PT-MA) já anunciaram que devem integrar a nova legenda. Convidado por Marina para integrar o Rede Sustentabilidade, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se negou a deixar o Partido dos Trabalhadores, mas deu uma palestra no evento de lançamento da legenda. Mais cedo neste sábado, a ex-senadora afirmou que não fará oposição nem apoiará o governo de Dilma Rousseff. "Faremos alianças pontuais", declarou. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Eleições no mundo de Disney

Como tudo o que acontece nos EUA, as eleições também têm uma sensação de "fake", de farsa ou de mentira... quem me conhece dirá que sou suspeito para falar dos norte-americanos, pois sou radicalmente contrário às nefastas influências que aquele país exerce no mundo desde a Segunda Guerra Mundial. De fato, a ascensão dos "gringos" praticamente neutralizou o desenvolvimento de quase todos os países sob sua influência, principalmente na América Latina. E, paradoxalmente, esse país exerce tamanho fascínio aos subdesenvolvidos que chega a causar cegueira e paralisia permanente nos cérebros-pensantes desses pobres iludidos!

Quem não sonha em visitar Miami, a Disney World em Orlando, New York, San Francisco, Washington, New Orleans, Las Vegas, Hollywood,  Chicago, Boston, Dallas, Gran Canyon, Yosemite, Niagara Falls, Yellowstone ou as possessões compradas ou conquistadas como troféus de guerra, como o Hawaii e o Alaska? Não há jovem no mundo que não cobice, pelo menos uma vez na vida, estar nesse país!

Eles souberam criar frases de efeito como nenhum outro povo no mundo; expressões como "Welfare State" ou "American Way of Life", transmitindo a imagem de que aquele país seria o paraíso na Terra, a manifestação plena da Democracia, do Orgulho, do Patriotismo, da Competência e da Eficiência a toda prova. O país dos Prêmio Nobel, da Coca-Cola, da Tecnologia e do Consumismo desenfreado.


Super-Heróis concebidos e construídos durante o período de pós-guerra também contribuíram para enaltecer a superioridade (norte) americana perante os outros povos: Capitão América, Super-Homem, Batman, Flash Gordon, Tio Sam, Mulher Maravilha, Hulk, Conan e tantos outros que nos fazem acreditar que o Homo Americanus é uma espécie evoluída do ser humano comum.

Até mesmo as datas (norte) americanas passaram a ter mais importância do que nossas próprias comemorações: Independence Day, Thanks Giving, Vallentine´s Day, Halloween, Christmass Day "and so forth". Às vezes chegamos a nos esquecer que somos independentes, que temos um país maravilhoso e uma gente verdadeiramente humana, e sonhamos em viver nos Estados Unidos, conseguir o Green Card, morar numa mansão Neo-Vitoriana às margens do Mississipi, e coisas assim...

A expressão extrema dessa subserviência intelectual é a aceitação plena e universal da língua inglesa como a manifestação maior da inteligência humana. A dependência é tamanha que parece impossível um profissional sênior, um pesquisador, um intelectual que não domine essa língua até mais do que a própria língua! No entanto, temos uma das línguas mais ricas do mundo, de uma expressividade e sonoridade somente comparável à nossa irmã espanhola... e nem percebemos isso!

O que levou o mundo a abdicar de sua auto-estima e amar outro povo que não a si mesmo, pela simples razão de pensar que essa farsa, esse "FAKE" é real? Vejam o programa "Manhattan Connection", que não é (norte) americano, por incrível que pareça! Passa na Globo News, que também não é um canal (norte) americano, e as personagens são tupiniquins travestidos de aristocratas decadentes ou Yuppies deslumbrados! Chegam a ser patéticos, com aquela impostação de voz típica dos filmes westerns de 1950-60, tentando parecer sábios, cultos e muito mais bem informados do que qualquer um de nós, brasileiros mortais. Um programa de fofoca vulgar, simplesmente...

Mas voltemos às eleições nas terras de Tio Sam...


Eles têm apenas dois partidos: Democrata e Republicano. Para eles isso basta, pois o norte-americano típico não tem o menor interesse pela Cultura eclética, cosmopolita ou universal. A eles, seu mundo basta e se completa em si mesmo! Por isso, desde a proclamação da Independência e do fim da Guerra de Secessão esses dois partidos se alternam no poder. Existem outros? Sim, dezenas deles! Mas nenhum consegue colocar um número percentual antes da vírgula em nenhuma eleição!

Percebemos, principalmente nas décadas posteriores à 2ª Guerra Mundial, figuras pitorescas determinando os destinos do mundo, interferindo na vida de outros países através da CIA e de seus exércitos, com um poder absurdo em suas mãos, capazes de, no apertar de um botão, extinguir a vida na face da Terra! Durante décadas o mundo viveu, apavorado, a perspectiva iminente de uma hecatombe  nuclear, enquanto as duas superpotências acumulavam mísseis intercontinentais com ogivas atômicas apontadas para o mundo!

Harry Truman e Dwight Eisenhower foram apenas sucessores da política belicista dos EUA. Com a herança e o poderio militar herdados do conflito mundial, sua influência política se limitou a recompor os cacos do mosaico de destruição deixado pela guerra. Para os EUA, o prejuízo se limitou às vidas humanas e ao enorme investimento em armas e tecnologia militar. O Plano Marshall foi concebido pela "Doutrina Truman" com o propósito de recuperar a economia europeia e japonesa, esta última em função da vergonha causada pela morte desnecessária de mais de 100.000 pessoas inocentes, em Hiroshima e Nagasaki,  e muitas mais comprometidas eternamente pelo contágio cancerígeno e deformidades causadas pela irradiação nuclear.

Jonh Kennedy, Democrata, além de ter iniciado o processo de militarização do Vietnam, enfrentou a ameaça dos mísseis russos em Cuba e amargou o fracasso da invasão da Baía dos Porcos, também em Cuba. Envolveu-se em escândalos amorosos com Marilyn Monroe e foi assassinado durante um desfile em carro aberto, ao lado de sua mulher, Jacqueline Kennedy, que depois se tornou a Senhora Onassis, casando-se com um dos maiores milionários do mundo. Apesar dos escândalos e erros, Kennedy ficou na história como um símbolo do heroi americano, super-homem das Américas, o soldado que, comandando um barquinho na segunda guerra, se transformou no exemplo e modelo a ser incensado e guindado ao cargo máximo dos EUA.


Lyndon Johnson, também Democrata, era vice de Kennedy; herdou e levou às últimas consequências a guerra do Vietnam, que causou mais de 5 milhões de mortes entre os povos do Vietnam, do Cambodja e do Laos, além de 50 mil soldados (norte) americanos; muitos dos que retornaram, voltaram para casa mutilados, drogados e viciados em heroína nessa guerra sem sentido. Os americanos levaram a tragédia das drogas e da prostituição para as mulheres vietnamitas e a humilhação e a desonra para os homens daquelas nações, divididas pelo ódio e pela guerra fratricida. Mais de dois milhões de norte-americanos serviram no Vietnam, onde jogaram bombas incendiárias de Napalm, de destruição em massa, e utilizaram armas químicas, biológicas e bacteriológicas contra o povo vietnamita, cambodjano e laociano, assassinando, indiscriminadamente, guerrilheiros vietcong, mulheres, idosos e crianças.

Richard Nixon, Republicano, ficou conhecido pelas trapalhadas de seu comitê de campanha, que se envolveu em um escândalo denominado Watergate, nome de um prédio onde ocorreu um triste episódio de espionagem política que o levou a renunciar à presidência, ainda na metade de seu segundo mandato. Sucedeu-o Gerald Ford, único presidente não eleito da história americana, de quem nos lembramos apenas pelo modesto desempenho e pela constrangida retirada dos soldados do Vietnam.

Jimmy Carter, Democrata, foi consequência do trauma causado pelo escândalo de seu antecessor; mas ficou mais famoso depois de terminar seu mandato e alistar-se a movimentos pacifistas ao redor do mundo. Pela sua política pacifista e diplomacia da negociação, foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2002.

Ronald Reagan, o "cow-boy" Republicano, chegou a atuar no cinema, em far-west´s de segunda categoria, os chamados filmes-B. Sem refinamento ou gosto para a política, indispôs-se com líderes soviéticos e cubanos, mas acabou por ter a sorte de viver o período da queda do regime soviético e do desmantelamento das nações socialistas da assim chamada "cortina de ferro". Embora em nada tenha contribuído para isso, mas por sua atuação anti-comunista e McCarthysta, ao estilo da sociedade conservadora norte-americana, teve forte aprovação ao final de seu governo.


George Bush, o pai, Republicano, ficou conhecido pelas guerras que promoveu contra o regime muçulmano de Saddam Hussein, também chamada de Guerra do Golfo, que deixou um rastro de destruição e morte nos desertos do Oriente Médio. É evidente o interesse (norte) americano por essa guerra, por duas razões essenciais: o domínio do petróleo em uma das regiões mais ricas do mundo, e o consumo do arsenal bélico de seu país, atendendo às exigências do militares que precisavam de uma forte justificativa para substituir seu enorme acervo de armamentos convencionais. É claro que essas razões nunca foram declaradas!

Bill Clinton, Democrata, ficou mais conhecido pelas suas relações extra-conjugais e pelo escândalo sexual com a estudante Monica Lewinsky do que pelos seus resultados como mandatário da mais poderosa nação do mundo. Apesar disso, foi um período de paz e excelentes e promissores resultados econômicos. Sua mulher, a Primeira Dama Hillary, reagiu com elegância e fleugma à divulgação das escandalosas relações de Bill com Lewinsky, e tornou-se importante peça na articulação política para a eleição posterior de Obama.


George Bush, o filho, Republicano, sem os talentos do pai, foi alimentado pelo ódio causado pela tragédia de 11 de setembro de 2011, do qual ele se aproveitou, capitalizando a indignação do mundo em uma luta fanática contra a organização terrorista Al Qaeda e seu líder máximo, Osama Bin Laden. Conseguiu capturar Saddam Hussein, que foi julgado sumariamente, condenado e morto em seu país, mas não conseguiu prender Bin Laden. Além de reacender a Guerra contra o Iraque, atacou simultaneamente o Afeganistão, tentando exterminar a organização política do Taleban, que dominava o país.

Esses são, resumidamente, os antecedentes das eleições presidenciais  (norte) americanas que pretendo analisar. Sucedendo a Bush, foi eleito Barack Obama, que herdou um país devastado, não pela guerra, mas por uma crise econômica sem precedentes, que contaminou as economias de todo o mundo, ocidental e oriental, derrubando bancos e nações até então consideradas inexpugnáveis, como a França, a Espanha, a Itália e a Inglaterra, além do próprio Estados Unidos, cujos resultados econômicos desde 2008 têm sido medíocres.

Por que as eleições nas terras de Disney nos chamam tanto a atenção, se a economia mundial, hoje, está muito mais nas mãos dos países emergentes, principalmente a China, que vem sustentando, há mais de uma década, um crescimento econômico de dois dígitos, assegurando mercado consumidor para países exportadores, entre eles o Brasil?

A razão é singular, mas não óbvia: com a decadência socialista, o mundo experimentou um período relativamente longo de estabilidade militar entre as grandes potências, mas isso não contribuiu para um equivalente desenvolvimento de soluções inteligentes para um mundo que caminha, a passos largos, para o esgotamento dos recursos naturais não renováveis, principalmente o petróleo, os minérios e a água.

Essa interrupção nos conflitos ideológicos, ao contrário do que esperavam os analistas políticos, enfraqueceu os vínculos entre os povos, não pela iminência de uma guerra, mas pela falta de discussão e entendimento de problemas relevantes aos destinos do mundo, acostumado a lidar com conflitos, mas incapaz de vislumbrar os enormes riscos a que estaremos expostos nas próximas décadas: o crescimento demográfico, a exaustão dos combustíveis fósseis, a aniquilação de grandes áreas de florestas tropicais, a predominância das monoculturas e da criação extensiva de gado, o uso cada vez mais intensivo de agrotóxicos, contaminando as águas subterrâneas e de superfície, e a consequente eclosão da pior crise de abastecimento mundial, provocada pelos desequilíbrios ecológicos, principalmente a escassez de água, a deterioração do solo pelo uso não sustentável e o aumento da temperatura média do planeta. A miopia do mundo é tamanha que nenhuma decisão importante foi tomada no maior evento de defesa da Biodiversidade e de Sustentabilidade da História Humana. Nem mesmo uma declaração contundente...

Pois bem, agora nessas eleições (norte) americanas o que está em jogo é, justamente, a política de sustentabilidade e a possibilidade de acordos que ainda possam evitar a catástrofe iminente. Embora Obama não tenha assinado nenhum acordo ambientalista, e nem tenha comparecido pessoalmente à Rio + 20, ao menos tenta evitar as pressões dos capitalistas de seu país, que querem um retrocesso insuportável para as ações predatórias que sempre caracterizaram a política republicana.

Obama seria, assim, o mal menor em um país cujas tradições ortodoxas e conservadoras poderiam arrastar o mundo mais rapidamente para o consumismo desenfreado, em nome da preservação de um regime político e econômico fracassado e imoral. Que o Capitalismo faliu junto com a globalização, não é segredo para nenhum analista bem informado. O problema é que não existem novas fórmulas para serem testadas porque desapareceram os grandes filósofos! A Inteligência mundial está à mercê da mediocridade, da mesmice e do marasmo mental.

Mas existe uma esperança, e esta tem sido mostrada pelo Brasil, pelas políticas públicas assistencialistas visando a erradicação da miséria e, principalmente, pelos movimentos sociais: o auto-governo, o planejamento participativo e a presença determinante das associações comunitárias e organizações não governamentais nas decisões dos destinos de nossa sociedade. Ainda é preciso neutralizar as forças reacionárias, representadas pelo poder econômico e pelas doutrinas fundamentalistas das camadas menos favorecidas e mais vulneráveis, intelectualmente. Mas já se mostra evidente que será este o caminho a ser seguido para que tenhamos uma verdadeira democracia e um poder exercido pela vontade popular.

Se as eleições no mundo de Disney não nos trazem conforto e esperança, ao menos sabemos que é possível reverter as tragédias nacionais da destruição ambiental, desde que evangélicos, latifundiários, mineradoras, madeireiras e banqueiros sejam neutralizados pelas forças populares cada vez mais organizadas, mais presentes e mais confiantes em si e em seu papel decisivo nos destinos da Nação!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Evolução das fronteiras agrícolas e Mudanças Climáticas

Área cultivada de grãos é 3,6% maior que em 2011
De acordo com o oitavo levantamento de grãos 2011/2012, realizado pela Conab e anunciado dia 10de maio, em Brasília, a estimativa de área plantada está em 52,06 milhões de hectares e é 3,6% maior que a cultivada na safra 2010/11, de 49,80 milhões de ha. Isto representa um aumento de 1,81 milhões de ha


Entre as principais culturas de verão, as de milho primeira e segunda safras e soja apresentam crescimento, com destaque para o milho segunda safra, que cresceu 21,7% ou 1,280 milhão de ha, seguido da soja, com ganho de 3,5% (9 mil ha) e do milho primeira safra, com ganho de 4,6% ou seja, de mais 366 mil ha. As culturas de arroz e feijão apresentam redução na área. O feijão, em função de problemas na comercialização, dificuldades climáticas na região Nordeste e dos preços deprimidos durante o estabelecimento da primeira safra. O arroz, pela falta de água nos reservatórios, aumento no custo de produção e preços pouco atrativos.

A produção estimada é de 160,06 milhões de toneladas, 1,7% inferior à obtida na safra 2010/11, quando atingiu 162,80 milhões de t. Esse resultado representa uma redução de 2,74 milhões de t. A maior redução é observada na soja (- 8,64 milhões de t) e no arroz (- 1,81 milhão de t). O recuo se deve, principalmente, às condições climáticas não favoráveis, principalmente no período entre 15 de novembro/2011 e 15 de janeiro/2012, que afetaram mais as lavouras de milho e de soja, sobretudo nos estados da região Sul, parte da Sudeste e no sudoeste de Mato Grosso do Sul. Para o milho segunda safra, a previsão indica crescimento de 40,5%, equivalente a 8,70 milhões de t.

No semiárido nordestino, a estiagem castiga a produção em geral com queda de 40,1% em relação à safra passada, o que significa uma queda da produção de 1,24 milhão de t de produtos a menos, basicamente de milho e feijão. (Antônio Marcos N. da Costa / Conab)

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Minhas considerações

A partir do início do governo LULA e agora, no governo DILMA, a expansão das fronteiras agrícolas brasileiras, considerando-se apenas as áreas plantadas de grãos, de acordo com dados da CONAB, teve crescimento expressivo de cerca de 50% em dez anos!

Outra informação relevante é a queda de produtividade, declarada pelo próprio relatório acima: enquanto a área plantada tem uma estimativa de crescimento de 3,6 % em apenas uma safra, o que representa a ocupação de uma área de 1.810.000 hectares (certamente expropriados de Cerrados e Florestas), a produção estimada sofrerá uma redução de 1,7%.

Qual a explicação oficial? Problemas climáticos, em decorrência da estiagem no Sul e no Nordeste, a maior dos últimos 40 anos! Para nós, isso é reflexo das Mudanças Climáticas, pois não apenas a seca tem um ano de drásticas temperaturas, mas a floresta amazônica sofre com as enchentes, também as maiores de todo ciclo histórico já documentado!

Mas é mais fácil justificar essa queda de produção apenas como um fenômeno sazonal, e ignorar os sinais da Natureza, desgastada pelos desmatamentos incessantes e pela violência das ações do homem sobre as áreas que deveriam ser de preservação permanente. Cada igarapé que seca devido ao pisoteamento do gado ou pela destruição de sua mata ciliar, cada curso dágua contaminado por agrotóxicos, dejetos químicos industriais, esgoto e lixo humano, agrava a situação do Meio Ambiente, que já não consegue mais regular seus ciclos anuais das chuvas e estiagens.

Estão cada vez mais frequentes e intensos esses fenômenos... No entanto, na visão imediatista e tendenciosa dos grandes fazendeiros, ou pela análise simplista desses latifundiários, é mais fácil fechar os olhos às evidências e acreditar que tudo não passa de fundamentalismo dos ambientalistas e pesquisadores, que querem ver o fim do mundo em cada incursão devastadora sobre a Natureza. Haverá, porém, o dia (e será mais breve do que se pensa), em que esses sinais serão substituídos por tragédias de grande impacto sobre a humanidade... mas então, será tarde demais para reverter essa situação...