Com o patrimônio eleitoral de mais de 20 milhões de votos nas últimas eleições, e o mérito de ter conduzido Dilma e Serra para o segundo turno, Marina Silva se vê, agora, diante da possibilidade de não concorrer às eleições de 2014, bem como seus correligionários, candidatos a cargos eletivos.
O que teria acontecido com a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, para ver frustradas suas possibilidades de forçar novo segundo turno, agora com chances reais de vitória, uma vez que seus índices de rejeição são muito menores que os de Dilma Rousseff, e sua posição privilegiada nas pesquisas de voto?
Há várias interpretações. A primeira é que ela demorou demais para se decidir pela formação de um novo partido político, e não simplesmente por um movimento popular em defesa de ideias e princípios. Queria Marina que seu movimento impusesse aos partidos e aos políticos um novo comportamento, ético como fora o PT em suas origens, pragmático como teria sido o MDB durante os governos militares, e comprometido com as causas ambientalistas, como deveria ter sido o PV, mas que se entregaram todos ao jogo fácil das trocas e favorecimentos políticos, aos conchavos de alcova e à luta pelo poder.
Na verdade, esse foi o principal motivo do "sufoco" por que passa a #REDE nesses últimos instantes do prazo para registro da nova legenda. No entanto, existe outra razão, sibilina e astuta, por parte da "classe política", cujo corporativismo chega às raias do absurdo de permitir que três novas legendas se formassem em menos de dois anos, apenas para "acomodar" políticos em posições estratégicas para "negociar" cargos depois de 2014, e fazem o impossível "por baixo dos planos" para "neutralizar" Marina Silva!
Agora, no desespero, e tendo se amordaçado com compromissos éticos de não fazer conluios de última hora, Marina Silva está praticamente fora da corrida eleitoral, a menos que os ministros do TSE acolham seu pedido de um registro provisório da sigla, até que todas as assinaturas enviadas "em prazo hábil" tenham sido conferidas e validadas. Pouco provável, porém não impossível, uma vez que há suspeitas acerca dos métodos utilizados pelas novas legendas para cooptar eleitores incautos a assinar algo que sequer teriam lido.
Desde os primeiros debates, a #REDE tem demonstrado rigor na coleta de assinaturas, colocando nas ruas enorme contingente de simpatizantes, comprometidos com as normas estabelecidas pelo comando do movimento. Isso, porém, não isentou de críticas a agremiação em construção, uma vez que suas fontes de recursos teriam origem em grandes empresas, ainda que essas doações estivessem ligadas a empresários que, nos últimos anos, se enfileiram com as bandeiras da ética e do conservacionismo ambiental.
Se nada surtir efeito, teremos a esdrúxula situação em que Dilma se elegerá, certamente, no primeiro turno, frustrando as expectativas de mudanças políticas, econômicas, sociais e ambientais de expressiva (porém minoritária) parcela da população brasileira. E candidatos sem carisma, como Serra e/ou Aécio, Eduardo Campos e a própria Dilma se confrontarão em um pleito cujos resultados não interessam senão às forças conservadoras e retrógradas do país. Neste caso, vencerão os ruralistas, as empreiteiras, os evangélicos e os políticos sem grandeza e sem ética; perderá a Nação Brasileira, que não terá alternativas para seus ideais.
Vale destacar que Marina, ela mesmo evangélica, jamais confundiu as funções de Estadista, que lhe estão reservadas, com suas crenças e convicções pessoais, ao contrário de tantos outros políticos de segunda categoria, que se aboletaram nas comissões do congresso em defesa de interesses sectários, religiosos ou não, com a desfaçatez de quem não sabe o valor da República e a missão de verdadeiros Políticos que deveríamos eleger! Enquanto a Nação Brasileira não se emancipar desses feudos de podridão não haverá futuro para nosso povo. E continuaremos subservientes às pequenas minorias privilegiadas de latifundiários, madeireiras, mineradoras, banqueiros, empreiteiras e políticos corruptos!
Por mais quatro anos o PT reinará soberano perante a população ignara, propagando suas redes de influência pelos serviços públicos, pelos tribunais federais e pelos cargos mais importantes do país, através de conchavos e negociatas, fazendo valer o ardiloso "plano" de Zé Dirceu de assegurar o PT durante 20 anos no comando da Nação. Sim, pois terão sido oito anos de Lula e oito de Dilma, com grandes possibilidades de Lula retornar em 2018 para completar o "projeto PT"! Não uma revolução proletária, nos moldes do "partidão", mas um "golpe burlesco" palaciano de quinta classe, moldado nos conluios de gabinetes fechados, que não apenas asseguram a manutenção do poder, mas também enriquecem de forma imoral seus governantes.
Sem nomes que se sobressaiam na política nacional, senão pela imoralidade de seus atos, e com 32 legendas desprovidas de Ideologia, nenhuma reforma decente e honesta passará pelo congresso, cada vez mais apequenado pela falta de estatura moral de nossos representantes. É triste o futuro desta Nação! Sob muitos aspectos, tão triste e vergonhoso quanto o que nos impôs, durante 21 anos, a ditadura militar!
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