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O fantasma do FMI ronda o governo Dilma com previsões pessimistas da Economia |
"O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu suas projeções de crescimento do Brasil para este ano e o próximo, citando aperto nas condições financeiras e a deterioração da confiança dos consumidores e dos empresários."
"Pelo seu relatório 'Perspectiva Econômica Global', publicado nesta quinta-feira, o FMI previu que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 1,3% em 2014 e 2% em 2015, com queda de 0,6 ponto percentual sobre as duas expectativas anteriores." Fonte: jornal "O Estado de São Paulo"
Se nos "Anos-Lula" a Economia seguiu em alta, por inércia, seja no aumento do emprego, seja no PIB, e a inflação se manteve em patamares aceitáveis, dentro dos limites estabelecidos desde a Era FHC, a Era Dilma, infelizmente, levou todas as expectativas para baixo, com perspectivas sombrias para este ano eleitoral.
Os adeptos do "Petismo" inconsequente acenam para os ganhos sociais de seus governos, e é fato que as transformações sociais aconteceram como nunca antes, criando uma onda de boas notícias para todas as camadas "pobres" da população.
Ocorre, porém, que este governo atual, de Dilma Rousseff, é muito diferente dos tempos de Lula, que já nos parecem tão distantes, tamanhas são as diferenças entre seus "estilos" de governo. Se Lula manipulava com habilidade os contatos políticos de sua ampla gama de "aliados", assegurando, quase sempre, vitórias fáceis no Congresso, já Dilma não consegue, sequer, coordenar sua própria base petista, que engrossa o coro do "Volta Lula!" sempre que os índices de popularidade da "presidenta" despencam, e o segundo turno se torna quase uma certeza.
Quais serão os temas em debate nas campanhas presidenciais?
Em primeiro lugar, certamente, a disputa PT-PSDB se mostrará uma esgrima com armas diferentes: os primeiros, mostrando essas propaladas "conquistas sociais", e os segundos, brandindo os números da Economia "descendo a ladeira", saudosos dos tempos de FHC, o "Déspota Esclarecido", o "Príncipe Maquiavélico" que recusou seus próprios pensamentos em favor da "governabilidade"! E, na contramão, Eduardo e Marina falando de "paz e amor" e pregando uma nova "Era de Aquárius", em que todos serão felizes, as alianças serão sinceras (?), as florestas serão preservadas (?), os indígenas serão respeitados (?), os desníveis sociais (que o PT afirma não existirem mais) serão reduzidos como em um passe de mágica (?) e o Brasil será o modelo de um "Admirável Mundo Novo", com suas "energias renováveis" em plena ascensão!
É claro que todos estarão mentindo!
Todos os três candidatos já buscaram suas "doações de campanha" com Mineradoras, Madeireiras, Empreiteiras e Latifundiários do Gado e da Soja! E tudo continuará na mesma no "day-after" das eleições! As "alianças espúrias", mais uma vez contaminaram os três gladiadores e, ao apagar das luzes eleitorais, estarão reivindicando seu quinhão nos ministérios, nas secretarias, nas presidências das estatais e das agências reguladoras, nas diretorias de todas elas...
Curiosidades pré-eleitorais: "No apagar das luzes da calmaria que precede as tormentas, Dilma travestiu-se de uma coragem inaudita, e convocou seu embaixador em Israel de volta ao Brasil! Ulalá! Em 12 anos de PT, o Brasil ficou em cima do muro (que pertence aos Tucanos) e omitiu-se em todas as contendas internacionais, mantendo uma neutralidade covarde em sua "Política Internacional", e envergonhando nosso passado de Diplomacia corajosa e atuante. Até os Israelenses se surpreenderam e nos ofenderam, parodiando essa atitude com uma pergunta: "Afinal, quem é o anão entre nós?", como a dizer: "Que importância tem esse gesto brasileiro?".
Se Lula não conseguiu inserir o Brasil entre os países do Conselho de Segurança da ONU, pelo menos criou-se, em seu governo, o Grupo dos 20 e, depois, os BRICS. Não é grande coisa... afinal, o Chile, com seu "pibinho" infinitamente menor que o do Brasil, conseguiu aliados importantes e fechou acordo com os países do Euro, por que o Brasil não soube sequer manobrar o Mercosul em seus 23 anos de existência, e não fechou sequer uma aliança expressiva, seja com a Europa, seja com o Oriente, cada vez mais Chinês? E, se o Chile, em apenas dois anos já possui cinco países (Chile Colômbia, México, Peru e Costa Rica) na Aliança do Pacífico, com mais vinte países interessados em se unir a eles, como o Brasil e a Argentina, os dois países com maior influência na América Latina não conseguem alavancar esse "bonde encalhado" do Mercosul?
Pois é nesse clima de desencanto do brasileiro consciente, e de submissão do brasileiro que se escravizou às "bolsas do PT", que se desenrolará a sucessão presidencial. Os Tucanos, nesses doze anos de oposição, não foram capazes de criar nenhum fato novo, nenhum argumento forte, nenhum programa de governo relevante, ficando à sombra de seu líder maior, FHC, para comandar os discursos, enquanto Dilma se esconde atrás das barbas crescentes de Lula, incapaz de proferir um discurso coerente.
Se o PT tinha os Movimentos Sociais para conquistar seus votos, através das dezenas de siglas que grassam num emaranhado de pseudo-ideologias de uma "esquerda" anacrônica, e se o PSDB tinha o Plano Real e o seu "ideólogo" capitalista, ex-socialista e neo-liberal para tentar resgatar seu prestígio entre a classe média brasileira, hoje ambos sofrem de anemia intelectual e perdem sua inspiração ideológica, pois morrem à míngua nos caminhos sinuosos da História recente. Não existem mais as ideologias "comunista", "socialista", "liberal", "conservadora" ou seja lá o que se quer rememorar. O mundo entrou numa espiral descendente, premido pelo tempo, na tentativa de recriar suas fontes capitalistas de produção "sem impactos ambientais"! A propalada "Sustentabilidade" perdeu também seu encanto quando o "mercado" administrou seus significados, adjetivando sua semântica com complementos tais como "Social", "Econômica", "Ambiental", "Política"... tudo se tornou "sustentável", enquanto os processos produtivos, voltados ao consumo, "consomem", de fato, o que resta para reverter a espiral do tempo e os danos ambientais do aquecimento global.
Elegeremos Aécio ou reelegeremos Dilma? Para mim, não importa mais. O que foi feito de conchavos entre os mesmos donos dos barbantes que movem as marionetes da população ignara, isso não tem retorno. E os resultados serão similares, ganhando em alguns terrenos, e compensando, negativamente, em outros. Ao fim, a soma será sempre ZERO. E não temos escapatória! Não há como fugir desta arapuca política.
Assim, se o PT perde, aos poucos, seus argumentos, o PSDB e o PSB ainda não encontraram os seus, e caminham em círculos, esperando que os marqueteiros de sempre encontrem uma saída honrosa para aqueles que perderem e para aqueles que ganharem, simplesmente porque a herança é lastimável... quem quer os escombros de uma avalanche? O que fazer com um país que não sabe sequer quem são os bons (eles existem?) e quem são os maus nessa corrida maluca do tipo: "perde-perde"?
Portanto, talvez eu vote em um candidato sem chances de se eleger, como o PCB, o PSOL ou o PV... mas considero irrelevante meu voto diante de tanta tolice que se percebe nesse "jogo eleitoral". Talvez, por isso é que se chame "jogo", não é mesmo? Talvez eu vote "nulo", ou, simplesmente, não vote... o que importa?