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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

MARINA Continua Crescendo!

Marina se aproxima de Dilma no 1º Turno
Apesar do baixo nível das campanhas praticadas por Dilma e Aécio, com acusações mentirosas e tendenciosas, engendradas pelos seus marqueteiros inescrupulosos, MARINA SILVA continua crescendo de forma sustentável, e reduzindo a diferença de sua rival no primeiro turno. Acredito que haja tempo, ainda, para ganharmos a eleição ainda no 1º turno.

"A candidata do PSB [Marina] colhe seus melhores resultados no eleitorado de até 24 anos (37%), com curso superior (37%) e da Região Sul (40%). Entre os evangélicos, ela chega a 43%. Já a presidente tem melhor desempenho entre os que têm 55 anos ou mais (41%), quatro anos de estudo (50%) e vivem no Nordeste (48%)." (ESTADÃO

Por essa análise da pesquisa, a Dilma só tem melhor desempenho com os votos dos idosos (!), os votos dos semi-analfabetos e os votos de Lula no Nordeste! Ou seja, eleitores que seriam os maiores clientes do programa "Bolsa Família", confirmando o assistencialismo do PT, um modelo contemporâneo do VOTO DE CABRESTO!

Infelizmente, o nível de acusações dos candidatos da VELHA POLÍTICA (Aécio e Dilma) é muito baixo, nojento e covarde. Isso demonstra que MARINA está certa ao se afastar de alianças espúrias com partidos de direita, comprometidos com o que há de mais sujo na política do PT, do PSDB e de seus aliados.

As alianças serão inevitáveis, depois das eleições, e MARINA sabe disso. No entanto, ela assegura que a escolha dos ministros é prerrogativa dela, como Presidente do Brasil, e não abrirá mão disso. Espero que ela, de fato, cumpra essa promessa, pois somente assim, afrontando o "Ancien Régime" e levando consigo o apoio popular, conseguirá reduzir os conchavos do Congresso e submeter seus falsos líderes à exposição pública e à desonra.

Surpreendente é a posição de muitos jornalistas, que, ao contrário dos grandes nomes do passado, hoje fazem perguntas imbecis à candidata, praticando o jogo das velhas raposas, e tentando desestabilizar MARINA SILVA! Nos debates e entrevistas promovidos pela mídia impressa e televisiva, raras são as perguntas inteligentes, que provoquem o candidato, não para se defender de acusações cretinas e infundadas, mas para estimulá-lo a demonstrar suas propostas de governo e sua coerência ideológica!

Se, durante a Ditadura Militar, ser jornalista era uma profissão de alto risco, e mesmo jornais conservadores, como o "Estado de São Paulo", enfrentaram, com coragem, a CENSURA política, estampando receitas de bolo e sonetos de Camões em sua primeira página, não se curvando ao (des)serviço de censura dos ditadores de plantão, porque agora, quando a manifestação política é livre e democrática, esses mesmos veículos colocam "profissionais" tão incompetentes para debater com uma candidata brilhante, como MARINA SILVA? Sua história de lutas e de superação deveria ser suficiente para demonstrar seus propósitos altruístas, em que NENHUM outro candidato pode se comparar a ela!

No entanto, a campanha política, pelo atual sistema eleitoral e pelo modelo político vigente, NÃO É DEMOCRÁTICA! Sim, como poderia ser democrática, se uma candidata tem QUINZE MINUTOS de TV, enquanto MARINA SILVA tem apenas UM MINUTO? Que democracia é essa? E o pior: essa outra candidata, que é a atual inquilina do Palácio do Planalto, não tem, sequer, competência para enfrentar MARINA SILVA em um debate ao vivo!

Tenho NOJO e DESPREZO pela política brasileira! Votaria nulo, não fosse o acidente que abriu a possibilidade de Marina se candidatar. E votarei a contragosto, nessa batalha desigual, apenas porque vejo, pela primeira vez na História de nossa Nação, uma verdadeira NOVA PROPOSTA, desvinculada de partidos CORRUPTOS e vendidos ao agronegócio e às piores práticas do "toma-lá-dá-cá"! Quero acreditar em um governo comprometido com a Sustentabilidade Econômica, Política e Ambiental. Por isso, voto em Marina!

Apesar disso tudo, MARINA CONTINUA CRESCENDO, como mostram as pesquisas de opinião! E espero que o BOM SENSO, a HONESTIDADE, a ÉTICA, a DIGNIDADE e todas as VIRTUDES UNIVERSAIS saiam vencedoras desse pleito, alijando, definitivamente, esse "partido dos trabalhadores" que nos traiu, mentiu, roubou, trapaceou e iludiu o POVO BRASILEIRO com suas migalhas de "concessões" e de "bondades", enquanto dava, aos RICOS LATIFUNDIÁRIOS, às EMPREITEIRAS, às MINERADORAS e aos BANQUEIROS, a maior parcela dos recursos orçamentários, através da concessão de OBRAS FARAÔNICAS e EMPRÉSTIMOS A JUROS SUBSIDIADOS, para que se tornassem mais ricos, mais poderosos, mais corruptos, mais SAFADOS!

Que o POVO responda nas urnas a essa violência, tão malévola quanto a DITADURA, tão cruel como o AGRONEGÓCIO, tão corrupta quanto as EMPREITEIRAS, tão indecente quanto as MADEIREIRAS e MINERADORAS! E A ÚNICA VIA, A ÚNICA SAÍDA É VOTAR EM MARINA SILVA PARA PRESIDENTE!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Valores Relativos e as Mentiras de Campanha

Inimigas ideológicas, Marina Silva "ambientalista" versus Dilma "ruralista"!
Casualmente, ouvi parte da propaganda eleitoral do PT de Dilma e Lula, e me surpreendi com a naturalidade com que ela, Dilma Petista, afirmou, categoricamente, que "ninguém quer a incerteza de uma aventura ou a volta ao passado". Referia-se, com certeza, a Marina Silva, provável futura Presidente do Brasil, e a Aécio Neves, terceiro colocado nas pesquisas. Fora os petistas "de carteirinha" e os apaniguados pelas inaceitáveis bolsas que o governo petista distribui para seu eleitorado cativo, de "dependentes químicos da moeda assistencialista", quem não deseja, sincera e ardorosamente, mudanças no modo corrupto de fazer política, no fim das obras intermináveis do PAC, nas reformas tributária, previdenciária e, principalmente, política, na redução dos ministérios, secretarias e cargos "de confiança" criados para acomodar as dezenas de partidos "aliados" do "Partido dos Trabalhadores"?

Pois ouso lhes dizer que ouvi Fernando Henrique Cardoso afirmar a mesma coisa quando Lula se candidatou a Presidente da República! Sim, ouvi e todos os brasileiros também ouviram. Mais do que isso, ouvimos os brados exaltados dos empresários contra o "sapo barbudo", acusando-o de querer acabar com o sistema financeiro nacional e desestabilizar a Economia! Ouvi dezenas de grandes empresários afirmarem publicamente que, se Lula vencesse as eleições de 2002, iriam embora do Brasil, levando toda sua fortuna, "honestamente" conquistada a "duras penas" e com "muito trabalho"!

Mas Lula se elegeu e ninguém foi embora, nem levou seu capital para o exterior. E o inexperiente Lula surpreendeu a todos com um governo relativamente austero e com resultados surpreendentes, principalmente com relação aos movimentos sociais. No entanto, "enquanto dava com uma mão, tomava com a outra"! E fez alianças com os piores e mais corruptos partidos e políticos do país, como o PMDB de Renan Calheiros e José Sarney, e como Fernando Collor de Mello, ex-presidente, retirado do poder por um processo de "Impeachment" por corrupção, ficando afastado da vida pública por oito anos. Collor é um exemplo de fidelidade partidária: entrou na ARENA (partido da ditadura) em 1979; pertenceu ao PDS (ex-Arena) de 1980 a 1985; mudou de lado em 1985 e passou para o PMDB, onde ficou até 1989, ano em que se candidatou a presidente da república pelo desconhecido PRN, pelo qual se elegeu e ao qual se manteve ligado até 1997; neste ano passou para o PRTB, onde ficou até 2007, passando, então, para o PTB, pelo qual se elegeu senador por Alagoas.

Lula impôs Dilma ao país, empurrando-a pela nossa garganta, primeiro, como ministra de Minas e Energia, e depois, como Chefe da Casa Civil e "gerente" do PAC, "programa de aceleração do crescimento", que lhe garantiu a vaga de candidata a presidente, cargo para o qual se elegeu, graças ao prestígio de Lula. Com Dilma, a estrutura do PAC ruiu e, com ela, toda Economia se desestruturou, levando consigo os argumentos dos fanáticos petistas que desejavam se perpetuar no poder. As inacabadas obras do PAC, como a Transposição do Rio São Francisco (obra que foi orçada em 3,4 bilhões de reais, e até hoje já gastou mais de oito bilhões de reais e continua inacabada), ou a Ferrovia Norte-Sul, que se encontra na mesma situação, são os fantasmas dos projetos mirabolantes do petismo nacional.

Agora, Dilma, Lula e demais petistas, e, com eles, seus "aliados" de falcatruas e de compartilhamento de cargos "de confiança", nomeados no lugar de servidores de carreira, ganhando salários maiores do que aqueles que conquistaram seus empregos por mérito, por concurso público, e não por uma "canetada" de um poderoso qualquer do primeiro escalão, estão perdidos em um discurso desconexo, incoerente e nada convincente. Para seu desespero, Dilma está parada nas pesquisas eleitorais desde abril passado, amargando uma diferença meramente estatística, dentro da margem de erro da pesquisa, e justamente de Marina Silva, que teve seu pedido de registro do partido político recusado por ministros do TSE "simpáticos" ao Partido dos Trabalhadores. Quis, a sorte, porém, que ela chegasse aos resultados que agora se evidenciam, pelos acasos do destino, já com expressiva vantagem no segundo turno das eleições, e deixando Aécio para trás, também no desespero.

Pois essa falastrona desajeitada não convencerá ninguém com esses argumentos surrados e fracassados, e terá que enfrentar Marina Silva, no segundo turno, com o mesmo tempo de exposição nos cretinos programas político de televisão. Se agora, com apenas um minuto e três segundos, Marina Silva se destaca em entrevistas e debates, pela sua inteligência e clareza de raciocínio, imaginem, pois, quando tiver as mesmas armas de sua incompetente adversária! Certamente, Marina Silva "devorará o fígado" de Dilma Rousseff, deixando-a a "nocaute" na primeira contenda em que se defrontarem "cara-a-cara"! Esperem para ver!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Marina abre 10 pontos sobre Aécio e venceria Dilma no 2º turno

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO E DANIEL BRAMATTI - O ESTADO DE S. PAULO
26 Agosto 2014 | 18h 00

Pesquisa Ibope contratada pelo 'Estado' e pela Rede Globo mostra candidata do PSB 9 pontos à frente da presidente em disputa direta

Marina Silva, a próxima PRESIDENTE (com "e" mesmo!) do Brasil!
Marina Silva está isolada na segunda colocação da corrida presidencial, com 29%, na primeira pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo na qual consta como substituta de Eduardo Campos e candidata do PSB. Ainda líder, Dilma Rousseff tem 34%, e Aécio Neves (PSDB) caiu para o terceiro lugar, com 19%. Num 2.º turno contra a petista, Marina venceria se a eleição fosse hoje.
Embora o cenário de 1.º turno testado pelo Ibope seja diferente do da pesquisa anterior, que ainda trazia Campos como candidato, é possível verificar que a entrada da ex-ministra do Meio Ambiente na disputa tirou eleitores de Dilma e Aécio: ambos perderam 4 pontos. Os demais candidatos, somados, perderam 3. Também houve queda na taxa dos que anulariam ou votariam em branco (6 pontos) e na dos indecisos (3 pontos).
Além de medir a intenção de voto - ao apresentar a lista de candidatos e pedir ao entrevistado que aponte seu preferido -, o Ibope cita o nome de cada concorrente e pergunta se o eleitor votaria nele com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece o suficiente para responder. A soma das duas primeiras respostas - “votaria com certeza” e “poderia votar” - é o potencial de votos, isto é, o teto de votação em determinado momento.
A candidata do PSB é a que tem o teto mais alto: 65% afirmam que votariam nela com certeza ou poderiam votar. Dilma e Aécio têm 52% e 48%, respectivamente. 
Segunda etapa. Em um 2.º turno, Marina seria eleita com 45%, contra 36% da petista. Há, porém, ainda 11% de indecisos e outros 9% que anulariam o voto. Já contra Aécio, Dilma ainda seria reeleita: 41% a 35%. Nesse cenário, há mais indecisos e eleitores que anulariam: 12% em cada grupo.
A pesquisa mostra que a realização de um 2.º turno é praticamente certa: os adversários de Dilma, somados, têm 51%, 17 pontos a mais do que os 34% da presidente. Para encerrar a disputa já na primeira rodada, um candidato precisa obter maioria absoluta dos votos.
Na simulação de 1.º turno, Marina aparece à frente de Aécio em quase todos os segmentos do eleitorado. As exceções são os que têm mais de 55 anos (empate técnico de 20% a 19%, respectivamente) e os que têm renda superior a cinco salários mínimos (28% a 32%).
A candidata do PSB colhe seus melhores resultados entre os mais jovens, os mais escolarizados e os evangélicos. Lidera entre quem tem curso superior, com 33%, ante 27% para o adversário tucano e 24% para a petista. No segmento evangélico, chega a abrir 10 pontos de vantagem sobre Dilma (37% a 27%).
Marina empata tecnicamente com a atual presidente no eleitorado com renda entre dois a cinco salários mínimos e com mais de cinco salários. Nas faixas de renda, a candidata petista só abre vantagem significativa entre os que ganham até um salário mínimo (46% a 23%).
Na divisão do eleitorado por regiões, Dilma só se mantém na liderança isolada no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste. No Sul, ela empata tecnicamente com a adversária do PSB (31% a 27%, no limite da margem de erro). E o Sudeste tem a disputa mais embolada: Marina com 30%, Dilma com 27% e Aécio com 25%.
O apoio à presidente é maior nas cidades de até 50 mil habitantes (43%) e menor nas com mais de 500 mil (28%). Com Marina, acontece o oposto (24% e 31%, respectivamente).
Dos três primeiros colocados, a candidata do PSB tem a menor rejeição. Só 10% dizem que não votariam nela de jeito nenhum, contra 36% que não votariam em Dilma, e 18% que rejeitam Aécio.
Reações. A pesquisa foi recebida com preocupação nos comitês tucano e petista. Os dirigentes, porém, atribuem o desempenho de Marina à comoção pela morte de Campos, em 13 de agosto. “Daqui para frente é avaliar a exposição dela como candidata, aí teremos uma avaliação correta”, disse o coordenador-geral da campanha de Aécio, senador Agripino Maia (DEM). “Não se sustenta por muito tempo. É como uma espuma que se desmancha no ar porque a candidatura de Marina não é sólida”, atacou o vice-presidente do PT, deputado José Guimarães. / COLABORARAM ERICH DECAT e RICARDO GALHARDO

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O IMPÉRIO (DO MAL) CONTRA-ATACA!


O desespero despencou sobre as equipes de campanha de Dilma e Aécio, diante da primeira pesquisa eleitoral, tendo, como oponente principal, MARINA SILVA! E essa pesquisa ainda não demonstrou toda a força de nossa candidata! Já a acusam até de "fundamentalista" e "inexperiente", apavorados com a incrível popularidade da ex-ministra do Meio Ambiente, que afrontou Dilma e a maldita Bancada Ruralista do Agronegócio, durante o governo Lula, e enfrentará a cambada de bandidos que se instalou em todos os setores do governo e do Congresso! Essa é a nossa última esperança para acabar com a hegemonia do PT...


Aécio, que prometera não atacar Marina Silva, já se prepara para acusá-la de falta de experiência administrativa, a mesma linguagem rasteira dos petistas, que se esqueceam que LULA foi acusado, inúmeras vezes, da mesma coisa quando disputava a presidência!  Lula, além de tudo, foi acusado de ignorante, inculto, despreparado intelectualmente para assumir a presidência. O bando de FHC chegou a provocar uma crise econômica, alardeando que a vitória de Lula seria a "desgraça" para os empresários brasileiros. Muitos otários acreditaram nessas palavras e transferiram seus ativos financeiros para o exterior. E agora, os próprios petistas querem se apropriar desse artifício covarde para tentar parar Marina? Lamentável...

A verdade é que os bandos do PT e do PSDB já estão há VINTE ANOS no poder! O que fizeram? Vejam os fatos: REFORMA POLÍTICA, REFORMA PREVIDENCIÁRIA, REFORMA TRIBUTÁRIA NUNCA FORAM SEQUER ENVIADAS AO CONGRESSO NACIONAL! Por que? Simplesmente porque não interessava criar "problemas" de relacionamentos entre as ratazanas que se instalaram no poder, aboletados em quaisquer cargos que se lhes oferecessem; e o PT foi pródigo na distribuição de cargos aos seus "aliados" indigestos! Não é o bastante? Então como se explicam os ministros Edson "Babão" (ops! Lobão!) em Minas e Energia, e "Garibaldo" Alves (outro babão) na Previdência? Dois ministérios importantes em mãos incompetentes? E Aldo Rebelo, o falso comunista, estafeta dos ruralistas, que entregou o futuro da Amazônia à depravação dos latifundiários, perdoando seus CRIMES AMBIENTAIS, quando relator da aberração do Código Florestal? E Gleisi Hoffmann, entregadora de pizzas da CNA no Palácio do Planalto, entregando os povos indígenas de bandeja aos capangas e pistoleiros do agronegócio, retirando da FUNAI seus direitos constitucionais?

Cargos políticos foram criados à exaustão durante os governos petistas, e a máquina pública ficou ainda mais inchada, e permaneceu incompetente! Quase QUARENTA MINISTÉRIOS E SECRETARIAS foram criados pelo PT para fazer caber o bando de incompetentes dos partidos da base de sustentação governamental! Esses "aliados" nunca demonstraram fidelidade ao governo, mesmo "acomodados" em ministérios, agências reguladoras, presidências e diretorias de empresas públicas! Escândalos, como o do Mensalão e os da Petrobrás jamais foram explicados à opinião pública, e a Economia caminha, se arrastando, para mais um "PIBINHO" de menos de 1% de crescimento ao ano, muito abaixo até do crescimento demográfico, com uma inflação que atingiu o limite superior de tolerância da meta que o próprio governo se impôs!

Dilma, na entrevista de hoje, 19 de agosto de 2014, no Jornal Nacional, da Globo, se atrapalhou toda nas respostas, como é usual, irritando até o educado e pacato William Bonner! Ela, de fato, não tem a menor competência para debates, e é incapaz até mesmo de proferir ("ler") sequer um discurso impresso, ainda que preparado pela sua equipe de "maquiagem verbal"!  MENOS AINDA SOUBE GOVERNAR... Desde que foi eleita, a Economia caminha para a estagnação com inflação elevada! Como seu time marqueteiro responderá às infindáveis contradições de um governo que se diz POPULAR e parceiro dos MOVIMENTOS SOCIAIS, enquanto trai a todos em ACORDOS ESCUSOS COM O AGRONEGÓCIO E AS EMPREITEIRAS DO PAC?

AFINAL, QUEM É MESMO O DESPREPARADO?

domingo, 17 de agosto de 2014

A Exposição Pública de um Cadáver

João Campos, Filho de Eduardo, punho estendido e o grito vindo do fundo da alma. Em segundo plano, desfocados (nos dois sentidos), os candidatos (em pânico) Dilma Rousseff e Aécio Neves.
Neste domingo, o tema recorrente nos debates eleitorais e nos noticiários da televisão (diga-se Globo e GloboNews) foi o velório e o enterro de Eduardo Campos, depois de sua morte trágica em um acidente aéreo, ainda não satisfatoriamente explicado pelos especialistas. Imagino como deve ser difícil para uma família órfã ser colocada diante desse beija-mão inconveniente, que nada tem a ver com solidariedade e conforto de amigos. Que eu saiba, poucos dos políticos que por lá passaram, com os olhos vermelhos das lágrimas derramadas, eram, de fato, amigos da família Campos. Alguns, até aposentados, como Jarbas Vasconcelos, ou tolos, como Aldo Rebelo, apareceram para dar os pêsames à viúva, a seus filhos e a Ana Arraes.

Os analistas de plantão se apressavam a "interpretar" as reações dos políticos como "sinceras e desprovidas de interesse". No entanto, os dois candidatos mais afetados estão em desespero, sem saber o impacto que terá a candidatura de Marina Silva sobre suas campanhas, já relativamente estabilizadas depois de dois meses de exposição à mídia. Esta, por sua vez, como sempre agindo tal qual abutres, explora cada detalhe, cada cena, cada lágrima (de crocodilo) derramada, escutando o tilintar dos números do IBOPE em suas vendas de espaço. Não se preocupem, não tenho "papas na língua" porque não preciso da mídia e nem de sua influência em minha vida. Posso dizer o que penso, sem me preocupar com as próximas eleições.

Velório de Eduardo Campos no Palácio do Campo das Princesas, Recife, Pernambuco
O que, afinal, está acontecendo? Talvez as próprias agências de notícia saibam que soltaram o monstro, mas não sabem como domá-lo. Afinal, cem mil pessoas em um velório e milhões de pessoas defronte a telinha, com emocionadas expressões de pesar, significam mais do que o tempo de exposição (apenas 2 minutos por sessão - vejam abaixo)¹ que Marina terá no horário eleitoral "gratuito"! Sim, essa exploração da emoção pública poderá estar refletida nas próximas pesquisas eleitorais de forma mais arrasadora do que o esperado. Estamos falando do "mercado" de votos do Nordeste, predominantemente petista! E que, agora, diante da comoção nacional, poderá bandear para o PSB-PPS-REDE como os ratos que fogem depois da inundação!

Sim, Marina poderá chegar ao primeiro lugar, ou bem próximo dele, sem que Aécio tenha uma perda tão expressiva de votos, mas com a queda drástica de Dilma Rousseff e do PT! O que farão os petistas se isso acontecer? Como eles reagirão a essa "catástrofe" eleitoral, tendo Dilma eliminada no primeiro turno? Foi por isso que o ex-presidente Lula ("coach" de Dilma, ou seu "personal consultant") apareceu, consternado, com ela, diante do caixão de Eduardo. O que nos surpreende é o "fairplay" da sra. Renata Campos diante dessa pantomima: nenhuma reação, nenhuma pequena ruga, nenhum piscar discreto, nada mesmo a demonstrar o que ela pensa, sente ou pretende! Admirável sua fleugma e distanciamento da farsa que se desenrola ao seu redor! Poucos seriam capazes de não demonstrar repulsa a tamanho descaramento e hipocrisia!

Voltando ao momento político e a seus desdobramentos. Não creio que o "beija-mão" altere alguma coisa na situação, a não ser nossa constatação de que o impacto sobre as eleições terá sido enorme, e, suas consequências, quase incontroláveis! Agora ouço, pelas minhas costas, um sujeito a dizer descaradamente que, depois de eleita, Marina Silva "não poderá mudar de partido, depois da eleição, para sua real legenda, a Rede Sustentabilidade, sem que o PSB a autorize a fazê-lo"! Essa entrevista só poderia mesmo ser feita pelo William Waack! Bem, mas não quero ser assim tão sarcástico. Afinal, respeito o luto da família Campos.

Assim como a mídia e os partidos políticos, tenho certeza que os analistas econômicos estão caminhando para o desespero, levando consigo toda famigerada "Bancada Ruralista" do agronegócio, empreiteiras do PAC, mineradoras, madeireiras e todo antro que domina o país do PT! Por isso, não levarei adiante minha euforia com essas possibilidades que mais se aparentam com uma "escola literária latinoamericana dos anos 1970" chamada de "Realismo Fantástico"! Sim, é isso que eu vejo: o absurdo, o inominável, o impossível se aproximando da realidade, diante da estupefação nacional dos "certinhos da globo" e dos reacionários!

"Não vamos desistir do Brasil! Não deixemos de acreditar em nosso país"!
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A presidente Dilma Rousseff (PT) terá 11min24s,  o tucano Aécio Neves (PSDB) terá 4min35s, Marina Silva (PSB) terá apenas 2min03s por sessão de tortura na TV.

sábado, 16 de agosto de 2014

A nova Polarização dos Debates Políticos

Dilma, Marina e Aécio
Se a família de Eduardo Campos ainda está de luto, e todos sentimos um profundo mal-estar e tristeza com a trágica morte do ser humano por detrás do candidato a presidente, o processo eleitoral, contudo, segue adiante, e novas perspectivas se revelam com o reingresso de Marina Silva na disputa eleitoral.

Não é, simplesmente, a troca de nomes e pessoas; é uma nova estratégia que deverá ser elaborada para cada um dos possíveis eleitos no pleito de 3 de outubro, e que definirá o destino de nossos próximos quatro anos, como Nação e como Povo Brasileiro. Antes havia uma situação de fato, caracterizada pela mesma polarização de todas as eleições desde 1994, quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito pelo PSDB. Desde então, PT e PSDB se enfrentam sem dar espaço para outras candidaturas, cada um abraçando tantas legendas que até descaracterizam completamente seus partidos políticos e suas ideologias. Mesmo em 2010, quando Marina teve seus 20 milhões de votos e forçou a realização do segundo turno nas eleições para presidente, não havia, de fato, chances de ela ser eleita, principalmente pelo tempo ridículo que possuía para vender a sua imagem na TV.

Eduardo Campos estava seguindo essa mesma lógica, e tinha menos de 10%, enquanto Aécio estava com 22% e Dilma com 38%. Marina Silva entrou para transformar esse cenário. O terrível torpor causado pelo choque da morte de Eduardo Campos, a forma como se deu esse falecimento, a perplexidade que tomou conta dos brasileiros e, é claro, a manipulação da mídia para o espetacular retorno de Marina Silva ao palco das disputas, tudo isso terá um reflexo imediato nas pesquisas, e provavelmente, Marina se aproximará de Aécio, resgatando o voto daqueles que haviam decidido anular o seu, mas também trazendo votos do tucano, daqueles que preferiram tentar evitar que Dilma se reelegesse ainda no primeiro turno.

Agora, é o próprio PT quem afirma que as eleições irão para o segundo turno, e poucas pessoas acreditam no contrário. A dúvida, apenas, é quem irá para o segundo turno! Os petistas estão certos de que sua candidata garantirá sua vaga, deixando para a especulação quem a enfrentará na fase final. Aécio tem demonstrado certa estabilidade nesse patamar de 20%, mas a incógnita é: Marina superará esse limite? E de onde virão seus votos: dos Evangélicos? de Aécio? de Dilma? Dos votos nulos ou em branco? Porém, existe outro aspecto a se considerar: Dilma, segundo a opinião de experientes analistas, além de ter o maior índice de rejeição dentre os candidatos, já atingiu seu teto de eleitores, e a tendência é apenas de reduzir seu percentual, a despeito da poderosa máquina de governo e do enorme tempo de que dispõe para conquistar os votos dos indecisos nos programas eleitorais na TV, que logo se iniciam.

É claro que não temos a antevisão dos motivos que levarão eleitores a mudar seus votos, mas, exatamente por isso, a hipótese de um segundo turno disputado entre Aécio e Marina não está descartada. Um fato é certo e notório: a população está cansada de tantas denúncias de corrupção, de desonestidade, de malandragem em todos os escalões da vida pública nacional, e a novidade de um novo embate, com candidatos em condições de igualdade, é muito bem vinda para a vida política nacional. Mais do que isso, é a presença de uma personalidade séria, de eloquente capacidade oratória e de argumentação lógica, e uma nova proposta, diferente de tudo que esteve aí e que governou nossos destinos durante 20 anos.

No entanto, há mais uma pitada de condimentos a se acrescentar nessa "salada mista": existem TRÊS LINHAS DIFERENTES DE PENSAMENTO E DE IDEOLOGIAS a se digladiarem nas arenas políticas brasileiras! A primeira, petista, representa a "esquerda" brasileira, um tanto quanto desacreditada e corroída pelos vícios, mas ainda assim, trata-se da única candidata que poderia puxar para si a bandeira social-marxista em condições de se eleger. A segunda, tucana, representa a "direita", o "neo-liberalismo" e o "desenvolvimentismo", e traz em seu bojo os partidos que estiveram durante anos ao lado da ditadura militar. E a terceira, que também pode ser tratada como a "terceira via", representa a opção pela "sustentabilidade" econômica, política, social e ambiental, embora seu partido, o PSB já tenha se declarado também "desenvolvimentista" e tenha exigido de Marina o compromisso de manter as alianças mais absurdas que Eduardo Campos estabeleceu nos estados da federação e com o agronegócio, principalmente.

O importante a esclarecer é que, agora, com Marina, Dilma e Aécio, não existe mais aquela situação de dicotomia que tanto incomodava aos brasileiros, de optar por Dilma e o PT, ou por Aécio e o PSDB, apenas isso. Agora temos a perspectiva de afrontar as minorias privilegiadas e poderosas do agronegócio, da mineração, das empreiteiras de obras faraônicas, dos banqueiros, bastando, para isso, entender oque fizeram o PT e o PSDB nos últimos VINTE ANOS, e responder, nas urnas, se somos marionetes ou somos HOMENS E MULHERES conscientes e queremos MUDANÇAS JÁ! Cabe a cada um responder.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O Futuro depois de Eduardo & Marina

Marina & Eduardo
Infelizmente, a Política não guarda luto. Enquanto as movimentações dos candidatos pelo país cessaram, momentaneamente, nos bastidores do impacto da morte súbita de Eduardo Campos, as lideranças políticas se articulam para definir as novas candidaturas da aliança PSB-REDE-PPS. Luíza Erundina, Marina Silva e Roberto Freire são, talvez, as lideranças mais evidentes no cenário político nacional, e certamente, terão papel determinante no futuro da aliança, bem como na escolha da dupla que enfrentará as urnas.

FHC e Aécio Neves: "que situação"!
Não me parece razoável que recusem a Marina Silva o papel que lhe foi reservado pelo destino, indicando outra personalidade para a disputa presidencial. Também não vejo possibilidade de uma dupla feminina para as eleições, o que causaria fortes resistências do eleitorado masculino. Finalmente, não creio no ingresso de Roberto Freire em uma aliança em que seu partido foi o último a aderir, já descartada sua candidatura pessoal pelo PPS, a não ser que aceite ser vice de Marina Silva, uma chapa forte, consistente e competitiva. Forte pelas qualidades de ambos os políticos, consistente porque representaria a aliança do Norte e Nordeste, e competitiva porque são dois nomes nacionalmente conhecidos e respeitados, até pelos opositores. Marina ainda possui um cacife político hoje cobiçado, por ser evangélica.

Portanto, o PSB deverá indicar o vice de Marina, caso não seja Roberto Freire o escolhido, invertendo, em boa hora, a equação política, que demonstrava significativa estagnação nas pesquisas eleitorais. Vale lembrar o pequeno tempo de que disporão os partidos desta aliança para enfrentar os dois candidatos mais bem cotados até o momento: Aécio e Dilma. Porém, já falamos de destino e reafirmamos agora: em meio à comoção nacional dos meios políticos e jornalísticos, a possibilidade de Marina resgatar sua base eleitoral de 20 milhões de votos se torna factível e até provável; mais ainda se a chapa definida for Marina & Roberto!

Luiza Erundina e o "outro" Freire (Paulo), o Educador
Quem perde mais neste momento é o PT. Com uma confortável margem de 15% entre Dilma e Aécio, o partido se vê diante de uma nova situação, imprevisível como aquela das manifestações de rua de 2013, em que quase nada pode ser feito e tudo pode acontecer em poucos dias, mesmo antes do início das campanhas inaugurarem o período televisivo e os debates públicos. Quem ganha é apenas Marina Silva.

Roberto Freire (PPS)
Ainda ontem eu criticava a sabatina de Campos no ninho das serpentes do ruralismo, a CNA, quando abdicou de todo discurso de Sustentabilidade e reafirmou sua tradicional postura desenvolvimentista, que tanto criticamos em Dilma Rousseff e em Aécio Neves. Na ocasião, pareceu-me até um descaso perante Marina Silva, curiosamente presente no antro do agronegócio. Agora, sem a obrigação de agradar os predadores do Meio Ambiente, Marina Silva poderá resgatar sua ideologia ambientalista e reafirmar seu compromisso com a preservação ambiental e com projetos verdadeiramente Sustentáveis, em seus pilares da Economia, da Sociedade e do Meio Ambiente. Como ela se sairá nessa nova oportunidade?

Descartando-se a promoção de Marina Silva a candidata a Presidente da República, só restaria ao PSB abdicar da candidatura a presidente, desfazer a aliança, desmontar todos os acordos regionais e apoiar o PSDB de Aécio Neves e FHC. Mas nenhum político renuncia às oportunidades que o destino oferece. Por isso, creio que Marina será ungida à nova função e enfrentará seus oponentes com seu discurso forte, coerente e vitorioso, e transformando os destinos do país. Assim espero, pois se uma situação nova se revela, também temos que rever e mudar nossa posição; e a minha será, novamente, de apoiar e lutar pela candidatura de Marina Silva.

Opiniões de Heráclito Fortes e Antonio Campos

Fonte: "O Estado de São Paulo"

Ex-senador e candidato a deputado federal no Piauí, Heráclito Fortes (PSB) foi além. Segundo ele, a candidatura de Marina à Presidência e a de Roberto Freire para a vice-presidência são "naturais".

Se Marina Silva podia ser a vice-presidente, também pode ser a presidente. O lógico que o nome seja o de Marina e acho que o nome natural é o do Roberto Freire (para a vice), porque ele já foi senador, foi deputado federal por Pernambuco, é deputado por São Paulo. É um nome que o Brasil conhece — disse Heráclito.


Único irmão do ex-governador Eduardo Campos, o advogado Antonio Campos defende que a candidata a vice, Marina Silva, assuma a candidatura à Presidência pelo PSB no lugar do ex-governador, morto nessa quarta-feira em um acidente aéreo em Santos. "Vou defender publicamente e dentro do partido esta posição", afirmou ele, em entrevista por telefone, ao Estado, na manhã desta quinta-feira, 14.

"Marina vai agregar valor à chapa presidencial e ao debate no Brasil", afirmou ele, ao anunciar que vai encaminhar uma carta ao partido explicitando sua defesa. "Se meu irmão chamou Marina para ser sua vice, com esta atitude ele externou sua vontade", afirmou Antonio Campos, confiante de estar defendendo a posição que o ex-candidato aprovaria.

"Acho que o mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr riscos para viver seus sonhos", destacou ele. "Eduardo morreu na busca de um caminho para melhorar a nação". Para o advogado, Marina Silva "tem essa capacidade de empunhar uma luta que debata os caminhos do Brasil e crie novos caminhos para melhorar este País".

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Inventário da Copa

A COPA DOS ALIENADOS DA NAÇÃO ("país sem pobreza"?)
Finalmente, a Copa do Mundo de Futebol chega ao fim. Foram meses de preparação, justamente às vésperas de uma eleição cujos resultados definem o futuro desse país de alienados. O único assunto do país, por mais de um ano, foi a escolha do técnico e de seus assessores, a escalação do time, os palpites de cada um (transformado em técnico de futebol), as críticas aos gastos excessivos da Copa, as promessas de boicotar o evento...

Bastou que os jogos começassem para que os compromissos de boicote fossem esquecidos, pois, acima de tudo, o Brasil é o "País do Futebol"! Essa é a religião do povo, o ópio que consome os cérebros e faz com que a população se entregue ao transe provocado por uma bola rolando em um gramado retangular. Diante desse hipnótico objeto, os problemas nacionais se tornam irrelevantes. Foi assim em 1970, em plena Ditadura, e assim é agora.

Estamos há 12 anos sob o regime de um partido único e seus penduricalhos oportunistas. A oposição é torpe e insegura, pois ninguém tem um plano de governo para esse país do faz-de-conta! Às vésperas das eleições a oposição não sabe ainda o que contrapor às armas do PT: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, etc. Parece que a criatividade do país murchou com o futebol... o único esporte que interessa para esse povo inculto!

Nem parece que daqui a dois anos estaremos sediando as Olimpíadas pela primeira vez! Quem pensou em investir nos Esportes? Quem sabe como o Brasil se apresentará diante do mundo? Será, certamente, mais um vexame nacional, digno do PT de DILMA e LULA! E também da oposição medíocre de Aécio e Marina... e apostávamos tanto em um projeto chamado "Rede Sustentabilidade"... esse projeto sucumbiu com Eduardo Campos.

O que resta da Copa do Brasil, além de gastos bilionários (cuja verdadeira dimensão ninguém conhece), da perda de produtividade pelo ÓCIO que tomou conta do país por 30 dias, dos estádios do fim do mundo, que ninguém saberá para que servem, e do "silêncio dos inocentes", calados pelo fascínio de uma bola de futebol? Resta a frustração de perder vergonhosamente de 7 x 1, justamente no momento em que a população, entorpecida, se enchia de esperanças de conquistar sua sexta estrela! Para que serve mesmo uma estrela dourada, vinte e três medalhas e uma taça dourada e temporária? Pois a copa se foi e ficou um vazio que não poderá ser preenchido. Ainda por alguns dias, um bando de repórteres, que se acham especialistas nesse esporte amaldiçoado, irá analisar, à exaustão, o "porquê" do desastre. Só que estarão analisando o desastre errado, pois a verdadeira tragédia do Brasil é o seu povo ignorante, que se entrega ao abate por uma bola de futebol.

Enquanto isso, as grandes questões nacionais continuarão ocultas das discussões que deveriam preceder as eleições: os Políticos Corruptos, que desde a invasão portuguesa, em 1500, em sucessivas "sesmarias", se apropriam das riquezas nacionais em detrimento do povo inculto; a reformulação do Sistema Político, que finge ser a própria "Democracia", mas é dominado pela aristocracia arrogante dos poderosos; o Agronegócio, que privilegia o enriquecimento ilícito de uma minoria, em detrimento dos milhões de pequenos agricultores ludibriados; o Indigenismo, traído pelo próprio governo petista que, priorizando os ricos, esqueceu-se da tragédia que se abate sobre os povos indígenas há cinco séculos; a Mineração, que sorve a essência da terra em troca de um comércio medíocre, negociando toneladas de matérias-primas exportadas por gramas de alta tecnologia importadas; as Madeireiras, que devassam as florestas para que meia dúzia de megaempresas se locupletem de riquezas extorquidas de nosso Meio Ambiente; as Empreiteiras, aliadas do governo petista, que, estimuladas pela estupidez de DILMA, implantam gigantescas hidrelétricas no coração da Amazônia, sugando da floresta seus recursos fantásticos, e trocando-os por energia suja (sim, suja, pois acaba com a vida por onde se instala) a ser consumida no "sul maravilha"!

Esse é o legado de uma Copa do Mundo, que teve um começo sofrível, um desastre deplorável pelo medíocre desempenho da equipe do Brasil, uma lição de incompetência do governo para lidar com a crise de comando de seu incompetente ministro dos esportes, Aldo Rebelo, que não entende nada de coisa nenhuma, e um final melancólico, com essa equipe que mal se sustentou sobre as pernas até o final dos jogos. Fica, de "positivo", a acolhida sempre simpática de nosso povo que, estupidamente, não percebe que também essa subserviência ao estrangeiro, essa admiração pelo "outro" em detrimento de "si mesmo", é facilmente manipulada por aqueles que manobram os cordões das marionetes, que somos nós, brasileiros... tristes lembranças de uma copa inútil...

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Repercussões da votação do TSE na "Rede Sustentabilidade"





Após derrota, Sirkis diz que Marina tem limitações e reage mal a críticas


Um dos principais aliados da ex-senadora Marina Silva, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) subiu o tom nesta sexta-feira (4), em texto publicado em seu blog, fazendo ataques ao jogo político da colega.

Segundo ele, Marina tem "limitações como todos", "às vezes falha como operadora política" e "reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes".

As críticas surgem um dia após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitar o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora tentava viabilizar para se candidatar ao Planalto em 2014.

Ontem, depois do julgamento, Sirkis foi um dos 20 companheiros que se reuniram durante a madrugada com Marina que precisa confirmar até amanhã se estará filiada a um partido político para disputar as próximas eleições.

Segundo relatos, o deputado e Marina protagonizaram um bate-boca. Ele reclamou que Marina estava pensando apenas nela, esquecendo dos companheiros, em especial daqueles com mandatos.

Deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos principais aliados de Marina, criticou a postura da ex-senadora"[Marina] Possui, no entanto, limitações, como todos nós. Às vezes falha com operadora política comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares. Tem certas características dos líderes populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d'alma que em geral eles não têm", disparou.

Ele, no entanto, ressaltou qualidades pessoais da ex-senadora. "Marina é uma extraordinária líder popular, profundamente dedicada a uma causa da qual compartilhamos e certamente a pessoa no país que melhor projeta o discurso da sustentabilidade, da ética e da justiça socioambiental", afirmou.

Para o deputado, o grupo de Marina "deu mole" ao não perceber que não teria condições para se viabilizar para 2014. Ele ainda alfinetou Marina abordando questões religiosas, sendo que ela é evangélica.

"Para mim não foi surpresa alguma, nunca foi uma questão de fé --Deus não joga nesta liga-- mas de lucidez e conhecimento baseado na experiência pregressa. Eu tinha certeza absoluta que se não tivéssemos uma a uma as assinaturas certificadas, carimbadas, validadas pela repartição cartórios de zonas eleitorais íamos levar bomba".

O congressista criticou o fato de ela ter saído do PV após conquistar quase 20 milhões de votos em 2010.
"Não tenho mais idade nem paciência para fazer parte de séquitos incondicionais e discordei bastante de diversos movimentos que foram operados desde 2010. A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos a mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV".

VOTAÇÃO DO TSE
Sirkis ainda direcionou os ataques ao TSE que rejeitou por 6 votos a 1 o novo partido de Marina por não ter atingido o número mínimo de assinaturas de 492 mil assinaturas exigidos por lei. Segundo o tribunal, faltaram quase 50 mil adesões.

"O Brasil da secular burocracia pombalina, do corporativismo estreito e da hipocrisia político cartorial falou pela voz da maioria esmagadora do tribunal. A ministra relatora [Laurita Vaz] fez uma defesa quase sindicalistas de seus cartórios de sua "lisura".

Para ele, o tribunal é corporativista. "[O ministro] Gilmar Mendes mostrou claramente o anacronismo deles na era digital. Prevaleceu a suposta "dura lex sed lex" mas que pode também ser traduzido, no caso, pelo mote: "aos amigos, tudo, aos inimigos, a Lei". E o PT já tinha avisado que "abateria o avião de Marina na pista de decolagem".
Editoria de Arte/Folhapress
Mas não ter entendido que o jogo seria assim e ter se precavido a tempo e horas foi uma das muitas auto complacências resultantes de uma mística de auto ilusão.

"Quanto à Rede, precisa ser vista de forma lúcida. Sua extrema diversidade ideológica faz dela um difícil partido para um dia governar. Funcionaria melhor como rede propriamente dita --o Brasil precisa de uma rede para a sustentabilidade, de fato-- mas, nesse particular, querer se partido atrapalha", disse. E Completou: " Ficarei com Marina como candidata presidencial porque ela é a nossa voz para milhões de brasileiros mas não esperem de mim a renúncia à lucidez e uma adesão mística incondicional, acrítica".

O deputado ainda reconheceu os riscos de declarações duras. "Minha tendência ao "sincericidio" é compulsiva e patológica. Nesse sentido não sou um "bom politico". Desculpem o mau jeito.

Hoje tenho oito horas para enfrentar um leque de decisões, todas ruins em relação ao que fazer com uma trajetória limpa de 43 anos de vida política. Mas vou fazê-lo sem angústia de coração leve e mente aberta".

TSE julga registro do partido de Marina Silva
Foto: Alan Marques / Folhapress
Marina Silva chega ao TSE para acompanhar sessão que define o registro do Rede Sustentabilidade

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

The Economist: Uma entrevista com Marina Silva

Foto: Leo Cabral










Marina Silva nasceu em uma família de seringueiros no Acre, um estado da região amazônica do Brasil. Ela sobreviveu à fome, doenças graves e trabalho duro na infância, para se tornar uma das fundadoras do movimento de ambientalistas e ativistas pelos direitos dos trabalhadores. Em 1970 e 1980, eles organizaram a oposição aos grandes proprietários de terras que mantinham seringueiros em trabalho escravo e limparam a floresta tropical em grande escalada da pecuária. 

Desde que foi eleita senadora do Acre, em 1994, ela foi lavrada na política brasileira, atuando como Ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil de 2003 a 2010, antes de deixar o cargo em protesto contra a pressão para enfraquecer a legislação ambiental e, em seguida, deixando o Partido dos Trabalhadores (PT) completamente. Como candidata presidencial do Partido Verde em 2010, Srta. Silva recebeu 19,6 milhões de votos, colocando-a em terceiro lugar. Pesquisas de opinião recentes têm encontrado apoio entre 16-22% para ela como candidata nas eleições presidenciais do próximo ano, mesmo que ela esteja sem partido político. Isso a coloca em segundo lugar na corrida atrás da incumbente, Dilma Roussef do PT. 

Desde 2011, Srta. Silva tem trabalhado para criar um novo partido, Rede Sustentabilidade. Leis eleitorais do Brasil exigem que a Rede deva coletar 492.000 assinaturas apoiando a sua formação, e tê-los autenticados pelos cartórios antes que o partido possa ser registrado. A menos que isso seja feito até 05 de outubro, exatamente um ano antes das próximas eleições, o partido não será elegível para candidatos de campo, colocando o futuro político de Marina Silva em dúvida. Embora ela tenha conseguido mais de 900.000 assinaturas, apenas 450 mil haviam sido autenticadas em 27 de setembro, quando o chefe de gabinete do The Economist de São Paulo, conversou com Srta. Silva em seu gabinete, em Brasília, sobre o programa da Rede para o governo, e sua corrida contra o relógio. Segue uma transcrição editada desta conversa.
The Economist: Vamos falar sobre a Rede Sustentabilidade, o novo partido que você está tentando criar. Como você fica com menos de uma semana para terminar o prazo de 5 de outubro e ainda faltando dezenas de milhares de assinaturas de apoio necessários e validados pelos cartórios?
Marina Silva: Foram coletadas 910 mil assinaturas, a fim de chegar as 492 mil exigidas para o partido ser registrado. Infelizmente a maioria dos cartórios perderam o prazo para a validação das assinaturas – onde há um prazo de 15 dias. Metade das assinaturas foram realizadas fora do prazo legal. Mesmo assim, agora temos mais de 450 mil assinaturas certificadas. E mais 95 mil foram invalidadas de forma ilegal, sem qualquer justificativa. O que exatamente aconteceu cabe aos tribunais eleitorais julgar. Teremos 550 mil assinaturas, pelo menos, se eles desfizerem esse erro e aceitarem essas assinaturas. Temos presença em todos os estados e no Distrito Federal, em mais de 3.000 municípios. Temos mais de 12 mil voluntários coletando assinaturas. Enviamos mais de 668 mil assinaturas para os cartórios dentro do prazo legal. Este é um partido que não é apenas um nome que tem apoio. Mas, obviamente, havia algo acontecendo do lado dos cartórios que os tribunais eleitorais terão de julgar. Alguns estados tiveram índices de rejeição discrepantes. A taxa nacional de rejeição de assinaturas, excluindo São Paulo e Brasília, era de 19%, São Paulo e Brasília empurraram para 25%, tendo São Paulo uma taxa de rejeição de 35%, atingindo mais de 50% no ABC Paulista (região industrial em que o PT é muito forte). Talvez os tribunais eleitorais possam descobrir o que aconteceu, porque este comportamento atípico faria o registro do nosso partido inviável.
Qual é o seu plano B?
Não tenho um. Eu só tenho o plano A. Tenho certeza de que os ministros do tribunal eleitoral irão basear suas decisões sobre os fatos, sobre as provas. Eu não tenho nenhuma razão para desconfiar disso. Eu realmente acredito que vamos conseguir registrar o partido: nós temos cumprido todos os requisitos legais. É inegável que temos o apoio da sociedade. Não pode ser que a gente acabe tendo que pagar o preço de alguns cartórios, rejeitando ilegalmente assinaturas.
Os resultados das eleições de 2010 também são uma indicação de apoio social, certo?
Não discordo dos requisitos legais para a fundação de um novo partido. O que não podemos aceitar é uma ação, deliberada ou não, que nos impede de cumpri-las. E é por isso que estão se voltando para o tribunal.
Por que não começar mais cedo?
Começamos no momento certo. Nós começamos como um movimento, que precisava ganhar profundidade e amplitude antes que pudesse formar um partido político. Você não pode simplesmente começar por criar um partido político – partidos políticos começam com a sociedade. Começamos em 2011, e tomou-s a decisão de criar o partido político no dia 16 de fevereiro de 2012; desde então, conseguimos obter mais de 900 mil assinaturas em apoio à criação do partido. É uma postura ética – não criar um partido até você ter o apoio necessário da sociedade.
Hoje, mais uma pesquisa de opinião mostra que o apoio para você como presidente está caindo do ponto mais alto alcançado após os protestos. O que aconteceu?
Eu vou dizer a você o que eu sempre digo sobre pesquisas de opinião: ainda é cedo. Os eleitores ainda estão formando suas opiniões. E eu tenho uma longa história com as pesquisas de opinião. Em 2010, as urnas estavam me dando 9%. Na última semana, 15%. Eu tive 19,6%. Na minha primeira eleição ao Senado, as pesquisas me colocaram em último lugar, e eu vim, pela primeira vez, com 75% dos votos. Assim, as pesquisas, na melhor das hipóteses, refletem um momento e nem sempre conseguem captar as reais intenções dos eleitores.
Um colega meu, um ex-correspondente no Brasil, que a entrevistou em 2010, escreveu que você era uma daqueles raros políticos que parece “muito integra para ser jogada em um duelo eleitoral em uma democracia gigante”. Alguns brasileiros, talvez concordem, porque você tem essa posição de ser uma voz ética na política brasileira e alguns brasileiros, no mínimo, podem pensar que seria melhor ter um líder que sabe tomar parte nesse duelo. Honestamente, você quer ser presidente de um país, ou você quer ser uma voz ética que não tem compromisso?
Vejo a política como serviço. Este serviço pode ser, como presidente, poderia ser como professora, uma senadora, uma ministra de governo, uma cidadã. Quando Lula se tornou presidente e me convidou para ser sua Ministra do Meio Ambiente, muitas pessoas disseram: “Você é um ponto de referência para o ambientalismo, se você entrar no governo, você não terá o apoio que precisa e vai se prejudicar.” Mas eu pensei que, se eu não aproveitasse esta oportunidade de colocar em prática as ideias em que acredito, talvez eu não fosse realmente um ponto de referência, afinal. E logo depois de entrar no Ministério do Meio Ambiente, conseguimos, talvez, uma das medidas ambientais mais importantes tomadas na história do Brasil: Um plano de combate ao desmatamento. Ele trouxe a diminuição do desmatamento em mais de 80% desde então, economizando mais de 4 bilhões de toneladas de CO² emitidas. Nós também conseguimos criar 24 mil hectares de novas áreas de conservação e muitas outras ações estratégicas contra o desmatamento predatório. Houve tentativas de derrubar o plano, mas eles não conseguiram. Infelizmente, o atual governo mudou a lei (o Código Florestal, que regula o uso da terra em todo o Brasil e é mais rigoroso em áreas de floresta) e o desmatamento está crescendo novamente.
Você saiu do governo em um momento de alta tensão entre as suas prioridades ambientais e as maiores correntes desenvolvimentistas dentro do governo.
Minha partida foi um ato político. Ele colocou pressão sobre o governo para não derrubar ou enfraquecer o plano de combate ao desmatamento. Saí em um momento em que havia uma pressão do Ministério da Agricultura, do então governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (um grande produtor de soja) para tentar revogar essas medidas.
Mas você não seria capaz de renunciar à presidência em algum momento de alta tensão...
Se eu tivesse ficado, teria vencido. Minha partida foi a mais forte possível crítica do que estava acontecendo, e ela criou pressão da opinião pública, nacional e internacional e deu ao presidente Lula, a força que ele precisava para se opor àqueles que procuravam enfraquecer as leis ambientais. Meu objetivo não era manter o meu trabalho: era para manter o meu plano. Foi uma escolha ética. As decisões políticas sempre têm de ser guiadas por decisões éticas.
Em algum similar momento de pressão na presidência, como você lidaria com isso? Viraria para as ruas?
Não estou ainda na posição de um presidente! Mas se você governar de acordo com um programa e tendo uma agenda estratégica, você não pode ignorar a sociedade na implementação dessa agenda. Você não pode pensar que isso é algo que você pode ‘fazer para’ a sociedade sem ter criado essa agenda em conjunto com a sociedade. O grande problema que estamos enfrentando agora é que há uma completa separação entre uma sociedade que quer um Brasil melhor e, os políticos que imaginam que é sua prerrogativa de fazer as coisas para a sociedade da maneira que quiserem; que podem, por sua posição de representantes, substituir o representado. A democracia representativa não significa excluir as vozes daqueles que estão sendo representados.
A Rede, claramente, tem um forte foco no meio ambiente, mas governar um país requer políticas em muitas outras áreas, por exemplo, a economia.
Nosso princípio básico é o desenvolvimento sustentável. Isso é sobre não apenas o ambiente, mas também tudo a ver com o modelo de desenvolvimento social e econômico. Neste modelo, você está consciente de ter que preservar a base do seu desenvolvimento, que são os recursos naturais. No Brasil, isso significa, necessariamente, grandes investimentos em educação, tecnologia e inovação, de modo que possamos converter nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas. O Brasil é o país com mais sol no mundo, e num momento em que estamos à procura de fontes de energia para substituir os combustíveis fosseis, essa é uma grande vantagem comparativa. O problema é que até agora, infelizmente – e esse governo não é diferente – os governos não têm valorizado esta importante fonte de energia. O Brasil tem também invejáveis hidrelétricas como recursos e se os impactos do desenvolvimento social, ambiental e cultural são bem tratados, esse potencial deve ser utilizado também. Há um enorme potencial em energia eólica e biomassa. Temos uma grande quantidade de terra disponível para a agricultura, tecnologia para dobrar nossa produção sem derrubar mais uma árvore e 11% de água doce do mundo. O Brasil no século 21 tem tudo o que precisa, tanto para preservar esses bens e usá-los para dar uma vida digna a todos os seus cidadãos. É essencial, porém, investir em infraestrutura para se tornar mais produtivo. Hoje nós perdemos cerca de 30% da nossa produção agrícola por causa de problemas de logística, incluindo a falta de armazenamento e pobres canais de transporte.
Uma das coisas que torna difícil a construção de infraestrutura no Brasil é o complicado processo de obtenção de licenças ambientais. Como você lida com essa dificuldade?
Eu não concordo que o licenciamento ambiental atrapalhe as coisas. Os processos podem ser mais simples e rápidos, e não é razoável que gastemos bilhões e bilhões em infraestrutura sem investir um único centavo na criação de um sistema de licenciamento correspondente ao tamanho desses investimentos. Mas quem conhece o setor sabe que, com o aumento do número de técnicos e o fortalecimento das direções, é perfeitamente possível acelerar o processo.
Os processos em si não precisam simplificar?
Muitas coisas precisam de ajuste. Mas muitas coisas que as pessoas chamam de burocracia são problemas reais que precisam ser resolvidos. Você não pode dizer que é a burocracia de ter de encontrar uma solução para as populações indígenas locais. Ou para proteger a biodiversidade. Ou garantir que quando você construir um reservatório de uma usina hidrelétrica, você não aumentará a malária, por aumentar a população de mosquitos. O que queremos é um sistema de licenciamento que encapsula os dois aspectos: a necessidade de investimentos estratégicos e de proteção social, ambiental e cultural. Quando estes não são atendidos, provoca-se insegurança jurídica e atraso, porque isso significa que a promotoria pública entrou e afetou o trabalho. Quando eles assumem, as coisas se movem para frente. No plano econômico, o Brasil tem um desafio político grande. Nossa política é muito retrograda e ameaça os avanços econômicos e sociais que conseguimos nos últimos anos. Há uma visão excessivamente patrocinada e focada na visão política, acima de tudo, dentro dos partidos políticos. A forma como os trabalhos do governo e ministérios são repartidos entre os partidos da coalizão governante, a fim de manter o seu apoio, é insustentável. Temos, agora, quase 40 ministros, o que tem agravado os custos do governo. Ele tornou excessivamente intervencionista também, porque para manter seus índices de aprovação, o governo se apresenta como o grande provedor de absolutamente tudo. Isso leva a uma visão equivocada de como o setor público e privado devem interagir. A decisão de leiloar concessões de infraestrutura foi tomada muito tarde e, quando foi tomada, o governo continuou com uma atitude muito controladora, inclusive em relação à taxa de retorno sobre os investimentos privados, o que afastou muitos investidores. Em seguida, ele tentou mudar sua atitude, a fim de assegurar o andamento do programa, mas mesmo assim ainda há um clima de desconfiança.
O que você faria diferente?
O importante é ter regras claras que são as mesmas para todos para criar um ambiente onde todos possam competir em igualdade de condições. Se você estabelecer critérios claros em relação à qualidade e acesso, o setor privado vai encontrar o caminho para fornecer os bens e serviços com o lucro adequado.
Essa é uma visão muito ortodoxa.
Bem, a visão de um Estado que fornece tudo é ortodoxo para um segmento da sociedade brasileira também! Mas a ideia de que você pode ter qualidade, o acesso e a presença do Estado onde o setor privado não é capaz de fornecer, esta não é a ortodoxia clássica. É uma visão do Estado que não é nem o provedor de tudo, nem o estado em que é apenas um regulador, onde o mercado controla tudo. Porque isso não está correto também. A crise nos Estados Unidos e em outros lugares tinha a ver com a crença de que o mercado seria capaz de fazer tudo, e quando não pode, o Estado teve que entrar em cena. Eu acho que essa é outra forma de seguir em frente entre os dois extremos, em que o Estado não é o provedor de tudo, nem um mero cão de guarda, mas uma força mobilizadora integrando o melhor do mercado e da sociedade como um todo, a fim de enfrentar grandes desafios pela frente.
Isso soa muito como a “terceira via”, uma visão de um primeiro-ministro anterior do Reino Unido, Tony Blair.
Eu acho que vai, além disso, em sua ênfase na sustentabilidade como base para tudo. Que traz o pensamento de longo prazo para os horizontes da política de curto prazo.
Você acha que a política brasileira é particularmente de mero curto prazo?
Eu acho que o imediatismo é um problema na política em todo o mundo. Por exemplo, na reunião Rio+20 (A cúpula ambiental global no Rio de Janeiro no ano passado) países decidiram mudar os recursos, longe de resolver a crise ambiental, no sentido de resolver a crise econômica, mesmo que o primeiro seja mais grave. Não é o momento certo para estar pensando apenas nas próximas eleições, e não no Brasil, não na Grã-Bretanha, e não nos Estados Unidos. É o momento de estar fazendo o que é necessário agora, mas também pensar nas gerações vindouras.
A minha impressão é que a política no Brasil é particularmente de mero curto prazo e venal, com o velho e bem conhecido Toma Lá, Dá Cá ("dar e receber", como os brasileiros chamam o processo pelo qual as negociações de cargos executivos e gastos "pork barrel "em troca de apoio legislativo). Como você lidaria com este lado mais tradicional da política brasileira, tentando manter a sua reputação como uma voz ética na política?
Eu acho que seria difícil responder para qualquer um que faz esse tipo de política. Mas quando você pensa em um país com o potencial do Brasil, que desde o início deste século tem conseguido quebrar paradigmas antigos e criar novos, como pode ser possível continuar a fazer esse tipo de política? Então a questão é, como se mover para um novo modelo político? Eu vejo dois caminhos. O primeiro é ter um programa, e não mero pragmatismo, um plano para o país, não apenas para se manter no poder. Uma visão estratégica para os próximos 20, 30, 40 anos, em que seus objetivos tenham sido acordados com a sociedade e está totalmente comprometida com eles. Em seguida, é a sociedade que governa. Isto permite-lhe escapar desta forma predatória de fazer política. Em uma democracia, a alternância de poder é muito saudável, e por isso estamos trabalhando em uma segunda agenda acima dessa, que é um realinhamento político histórico. Nós já recuperamos nossa democracia (o Brasil foi governado por uma ditadura militar entre 1964 e 1985, com a democracia plena só restaurada em 1989). Nós conseguimos consolidá-la, mas infelizmente os governos ainda foram obrigados a governar com os detritos que restaram da "Velha Republica" ( este é o nome geralmente dado ao período de 1889-1930 , mas a Sra. Silva usa -o em um sentido mais amplo para significar um estilo clientelista fora de moda na política) . Tanto o PT (que detém a Presidência desde 2003) como o PSDB ( Partido da Social Democracia Brasileira, o maior partido de oposição do Brasil, que governou 1994-2002) acabaram reféns da República Velha. Mas agora é o momento para um realinhamento histórico, em que a "Nova República " começa a governar o país .
Assim, para além de desenvolver um programa de governo, se a Rede de Sustentabilidade for criada e seu candidato for eleito, ele iria buscar o apoio das melhores partes do PT e do PSDB. Porque eles são a Nova República, e foram chamados pela sociedade, que saíram às ruas para exigir isso deles, pôr fim à lógica da República Velha, que não tem mais o apoio da sociedade.
Mas a República Velha ainda é muito forte.
Sim, mas o povo brasileiro é mais forte. Foi o povo que trouxe o retorno à democracia (em 1985, a ditadura militar se afastou depois de manifestações de rua massivas) . Foram as pessoas que tornaram possível recuperar a estabilidade econômica, em um período muito difícil (Brasil reverteu a hiperinflação em 1993, com o Plano Real). Foi o povo que forçou a política a resgatar 30 milhões de pessoas da pobreza extrema na última década. E foram as pessoas que saíram às ruas em junho, para exigir um novo alinhamento político no Brasil.
Isso para você, em seguida, foi a mensagem das ruas, que é hora de levantar-se para derrubar a República Velha?
A mensagem dos protestos de junho foi de que as pessoas querem um Brasil melhor. Ele não é apenas um fenômeno brasileiro; em todo mundo, as sociedades estão a exigir uma melhor qualidade da representação política, e maior espaço para participar. A internet é uma ferramenta poderosa que nos permite manter contato em tempo real. Se as pessoas pensavam que a internet iria revolucionar negócios, ciência, tecnologia, cultura e espiritualidade, mas a política iria continuar da mesma velha maneira, eu não posso compartilhar essas ideias. A política está mudando e vai mudar mais. As pessoas estão exigindo um mundo melhor, no qual os bens e serviços fornecidos pelo governo ou pela iniciativa privada possam cumprir seus fins sociais e ambientais.
Seria justo dizer que o governo entendeu mal a mensagem das ruas, então? Que, nesse pensamento, o que estava sendo exigido era mais o consumo e os salários mais elevados, ou seja, mais do mesmo?
Acho que houve uma crença muito difundida de que uma vez que os princípios básicos da vida foram fornecidos - por comida e um pouco de educação, que ainda deixou muito a desejar em termos de qualidade - que isso era o suficiente. Mas as novas classes médias estão exigindo mais do que o pão. Eles querem alta qualidade na educação e em outros serviços públicos. As manifestações mostraram que embora tenha havido melhorias no interior da casa, quando as pessoas olham para a escola ou para o transporte, elas não encontram a qualidade que gostariam. Isso é o que estamos ouvindo: a multiplicidade de vozes que exigem qualidade na educação, transporte, saúde e assim por diante.
Algumas pessoas dizem que isto está fora de foco, mas isso não é certo. O que une essas demandas é que todos eles são para um Brasil melhor, um mundo melhor. Cada pessoa, ao expressar isso, inicia-se com a necessidade do que mais se aproxima, com certeza, mas não deve ser entendido como individualista, a procura exclusiva. Alguém que exige um hospital "padrão FIFA" não está exigindo isso só para si, mas para todos. (Protestos de junho coincidiram com a Copa das Confederações, um ensaio para a Copa do Mundo do próximo ano, que o Brasil sediará , e muitos manifestantes carregavam cartazes exigindo serviços públicos e infraestrutura do mesmo alto padrão dos estádios que o Brasil está construindo para satisfazer a FIFA , o órgão mundial de futebol) Quando alguém diz que quer ter capacidade de dar uma volta em sua cidade, eles não estão dizendo isso apenas para si, mas para todos. Exigências de segurança não são para uma pessoa, elas são para todos. A sociedade brasileira está aprendendo muito rapidamente que, em vez de querer viver em uma bolha , as pessoas querem um ecossistema que permita que todos possam florescer.
Quais são os passos concretos que devem ser tomados para melhorar, por exemplo, a educação?
Concordo com a recente decisão do Congresso para se destinar 10% do PIB para a educação. É correto, porque é um enorme desafio para transformar as nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas, e sem educação de qualidade, simplesmente não vai ser possível. Também é importante porque o desenvolvimento que temos que começar é através de um planejamento de longo prazo. Os investimentos precisam continuar, temos que acabar com este negócio de o governo mudar e as prioridades mudarem com ele. Na área da saúde, educação, infraestrutura. Essa continuidade é necessária também para a confiança empresarial.
De onde vem esta falta de confiança dos empresários?
Quando toda vez que você está tendo que substituir os ministros por causa da corrupção, quando você tem os bancos públicos decidindo quem tem acesso ao crédito, sem critérios claros decididos no Congresso, mesmo que você esteja falando de dinheiro público, cria-se uma falta de confiança. Quando a inflação ameaça subir acima do alcance do topo da faixa, quando as regras macroeconômicas estão enfraquecidas, cria-se uma falta de confiança.
O Brasil apresenta altos impostos para um país de renda média superior. Você acha que os impostos precisam subir ainda mais para acomodar novas demandas, ou é uma questão de mudança de prioridades dentro do gasto total?
A qualidade da despesa pública precisa ser melhorada e muito. Hoje, os contribuintes sabem que eles estão tendo um fardo pesado, mas quando eles olham para receber os benefícios, a boa infraestrutura, hospitais e escolas não estão lá. Parte do gasto extra na educação virá do pré- sal (vastos campos de petróleo em águas ultraprofundas do Brasil, descobertos em 2007 que ainda não estão em produção). É um desafio difícil: hoje, não podemos fazer nada sem o óleo, que é um combustível fóssil e muito prejudicial, mas é essencial usar essas riquezas para investir em tecnologia que nos permitirá substituir por fontes renováveis. Devemos usar esses recursos tanto para melhorar a educação e para estabelecer uma base sustentável para a geração de energia a longo prazo.
Certamente os recursos do pré-sal não serão suficientes para dobrar os gastos com educação. E não é apenas melhores escolas que os brasileiros querem: eles querem melhores cuidados de saúde e de transporte também. O Brasil ainda não chegou ao ponto de fazer escolhas: ele quer mais de tudo. Isso é compreensível, mas em algum momento, as prioridades de gastos precisam mudar, ele não pode ser apenas mais de tudo.
Bem, uma maior eficiência ajudaria muito e bloqueando o dreno da corrupção pública ajudaria muito também. Neste momento, o Ministério do Trabalho está sendo investigado por desvio de 400 milhões de reais ilegalmente , e isso é uma constante no Brasil: todo o tempo estão substituindo os ministros para essas coisas. Precisamos criar mecanismos que diminuam a corrupção e um melhor controle de gastos públicos. Hoje em dia é perfeitamente possível colocar todos os dados on-line, em tempo real, acesso aberto, pois assim a sociedade pode fiscalizar o que está sendo gasto. Se estamos a gastar uma grande parte do orçamento na criação de mais e mais ministérios, mais e mais empregos públicos para acomodar aliados políticos , é realmente um desperdício. A despesa tem de se tornar mais eficiente, para que possamos gastar em melhores serviços e investimento.
Mas o combate à corrupção vai além do controle e fiscalização: é preciso acabar com a impunidade. Quando aqueles que são considerados como quebradores das regras percebem uma chance muito baixa de serem punidos, aumenta o número de dispostos a correr esse risco. Quando você tem um maior grau de certeza de ser pego e ser punido, você terá uma quebra muito significativa na corrupção . A transparência também inibe a corrupção: quando você sabe que está sendo observado não apenas pelos cães de guarda do governo habituais, como o gabinete do Ministério Público, mas também pela sociedade, isso vai ajudar muito.
Mas a corrupção só vai ser suprimida ao ser abordada, quando deixar de ser vista apenas como responsabilidade do governo e começar a ser vista como responsabilidade da sociedade. Foi somente quando a escravidão foi vista como um problema social e não um problema para o governo, que foi terminada. Foi a mesma coisa com a ditadura no Brasil, e, em seguida, a instabilidade econômica, e depois com a pobreza extrema: estes foram finalmente tratados, uma vez que deixaram de ser vistos como problemas para o governo para resolver e foram adotados pela sociedade. Vai ser a mesma coisa com a corrupção, e ele já começou. Aqueles que pensam que as coisas vão voltar ao normal só estão se enganando. Isso nunca vai ser o mesmo após os protestos.
Essa é uma visão muito otimista.
É uma visão persistente! Ela vem da minha experiência: 25 anos atrás, eu estava com Chico Mendes e os seringueiros em Xapuri, no Acre, lutando por sua sobrevivência e para a sobrevivência da floresta tropical. Éramos um punhado de pesquisadores e um punhado de seringueiros e povos indígenas. Agora, a pesquisa mais recente mostra que 95% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais por alimentos que não prejudicam a floresta. Isso não aconteceu por causa de tanto otimismo ou pessimismo, mas por causa da persistência.
O Brasil tem apenas crescido nos últimos anos. O que aconteceu - o governo entendeu errado?
Meu amigo, o economista Eduardo Giannetti, sempre diz que em algum momento os mercados financeiros globais tornaram-se excessivamente otimistas sobre o Brasil e agora eles são excessivamente pessimistas. Há certamente uma abundância de problemas que precisam ser enfrentados honestamente . Mas não depende apenas de ações do governo, estamos em um mundo globalizado. O que acontece na Europa ou nos Estados Unidos tem um impacto aqui.
Mas, por outro lado, eu sou uma crítica de algumas ações do governo. Nós negligenciamos a importância da execução de um grande superávit primário (governos brasileiros anteriores geralmente dirigiram mais de 3% do PIB para as amortizações principais da dívida e dos juros; que desde 2011 caíram) . Temos sido negligentes com a meta de inflação (Banco Central do Brasil deve usar as taxas de juros para manter a inflação perto de 4,5% , dentro de uma faixa de tolerância 2,5-6,5 %, mas desde meados de 2011, as taxas foram reduzidas , mesmo quando a inflação foi esbarrar no limite de 6,5%) . A parte superior da faixa de tolerância, tem vindo a ser tratada como o próprio alvo. Em um momento de grandes oportunidades, não fizemos os investimentos estratégicos necessários em educação, tecnologia e infraestrutura física e agora temos que nadar contra a maré. Quando a crise veio em 2009, foram tomadas as medidas de estímulo correto (o governo injetou crédito barato na economia via bancos públicos e consumo locais apoiadas cortando impostos de vendas). Mas quando a economia começou a se recuperar, deveríamos ter começado a retirar as medidas de estímulo, e isso não foi feito.
É errado pôr a culpa de tudo no governo, quando as condições globais desempenham um papel, mas por outro lado, os governos precisam aprender a mesma lição. Quando as coisas estão indo bem, é tudo por causa de suas políticas, quando as coisas estão indo mal, é tudo a ver com condições externas! Se não pararmos de ser complacentes com os nossos erros, nunca vamos aprender as lições que devem partir deles, ou como evitar repeti-los.

Fonte: THE ECONOMIST