Para quem observa atentamente os gráficos de evolução das intenções de voto, o que se pode constatar, de imediato, é a relativa estabilidade de Dilma Rousseff que, desde junho oscila entre 38% e 36%, exceto no momento de ingresso de MARINA SILVA na disputa direta. Aécio Neves foi quem mais sofreu com o impacto da nova concorrente, chegando a cair oito pontos percentuais nas duas primeiras pesquisas do mês de setembro, e retornando agora ao seu patamar original, próximo dos 20% das intenções de voto.
O que isso poderia significar? Que cada candidato tem seu próprio patamar de estabilidade: Dilma, em 37%, Aécio em 19% e Marina em 31% (embora, em seu caso, a série histórica seja menor). No meu entendimento, não adianta fazer simulações de segundo turno no momento atual, pela simples razão de que as regras da disputa serão diferentes, deixando as duas competidoras em igualdade de condições, e eliminando o absurdo desequilíbrio de tempos de exposição à mídia existente agora.
Com o mesmo tempo de exposição nos horários eleitorais obrigatórios, e os debates diretos na televisão, além da concentração das disputas apenas para os cargos executivos, ou seja, para presidente da república e para governadores, o eleitorado terá uma nova realidade, bastante diferente da atual, em que Dilma é privilegiada pelo seu cargo e pelo poder da máquina estatal, além de ter dez vezes mais tempo de TV nos horários políticos obrigatórios. Eliminando-se estes privilégios, a força de argumentação de MARINA SILVA e a fragilidade dos discursos de sua opositora trarão novos eleitores indecisos para desequilibrar o jogo político em favor da candidata do PSB, MARINA SILVA.
E ainda existem cerca de 15% de eleitores sem opinião própria, ou seja, que votariam em branco, anulariam seu voto ou nem mesmo sabem o que fazer diante das urnas. Admitindo-se que a média histórica de brancos e nulos gira em torno de 10%, podemos estimar que 5% dos eleitores decidirão, na última hora, em quem votar. Certamente, esses votos tenderão a ser conquistados pelo candidato que estiver em melhor posição nas últimas pesquisas, reforçando a diferença que o separa de seu concorrente. Essa é a tendência.
Outro dado importante a se observar é a natural transferência de votos entre Aécio Neves e Marina Silva na última simulação de segundo turno: ambos colocam Dilma com um percentual de 43% ou 44%, enquanto Aécio cresce quatro pontos percentuais e se aproxima de Marina Silva. Esse dado curioso é fundamental para se analisar a real tendência do eleitorado em não transferir votos para Dilma, não importa qual seja seu oponente no segundo turno! Observem que na disputa direta, Dilma sobe 4 pontos percentuais do primeiro para o segundo turno, enquanto MARINA SILVA sobe TREZE pontos percentuais!
O que hoje parece igual, indiferenciado pelos eleitores, como é o caso da manipulação de palavras e a desonestidade dos marqueteiros palacianos, se tornará mais claro e compreensível para os eleitores, a partir do segundo turno. Exemplo disso é a imbecilidade de acreditar que 70% dos eleitores querem mudanças na política e, no entanto, muitos deles votarão em Dilma, que significa, justamente, a permanência, a imutabilidade da situação atual.
Esse jogo de palavras será desmascarado por MARINA SILVA quando ela tiver igualdade de condições com sua oponente, que é adestrada pelos seus marqueteiros, produzindo tamanhas asneiras que só mesmo um idiota não seria capaz de perceber, como é o caso de afirmar que a autonomia do Banco Central retiraria o poder da presidência de administrar a Economia, os gastos públicos e o desemprego! Não faz o menor sentido! O Banco Central independente não pode reduzir gastos públicos, assim como não tem competência para reduzir ou aumentar o desemprego! São as políticas públicas, manifestadas pelas estratégias governamentais, que determinam o endividamento interno e externo, os investimentos e o controle de gastos públicos! Cabe ao Banco Central o controle da inflação através de suas políticas monetárias.
Se o governo petista nos levou de volta à inflação elevada e à estagnação da Economia, foi porque não controlou seus gastos, fez enormes investimentos em obras de discutível importância e questionável eficiência, chegando mesmo a triplicar os custos realizados, em função dos orçamentos originais, como é o caso da inacabada obra da Transposição do Rio São Francisco. Esta obra foi orçada em 3,4 bilhões de reais, um valor extremamente elevado. No entanto, o cronograma das obras foi revisto dezenas de vezes (e não cumprido), e o custo da obra, hoje, já ultrapassa os NOVE bilhões de reais, sem prazo para acabar!
Portanto, as mentiras da campanha do PT serão insustentáveis no segundo turno, possibilitando a MARINA SILVA saltar da situação atual de empate técnico para uma vitória expressiva, até porque os tucanos, derrotados, não terão como apoiar Dilma Rousseff e serão compelidos a dar seu voto a MARINA SILVA, até mesmo por coerência ideológica. Talvez nem seja preciso enfatizar o comprometimento do PT nos incontáveis escândalos financeiros da Petrobrás, já exaustivamente devassados pelos jornais e revistas, assim como desnecessário se faz trazer de volta a culpa de Dilma e de Lula nesses escândalos e no Mensalão, uma vez que todos estamos plenamente conscientes de que o PT ROUBA MAS FAZ, assim como Paulo Maluf!
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quarta-feira, 17 de setembro de 2014
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Valores Relativos e as Mentiras de Campanha
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Inimigas ideológicas, Marina Silva "ambientalista" versus Dilma "ruralista"! |
Pois ouso lhes dizer que ouvi Fernando Henrique Cardoso afirmar a mesma coisa quando Lula se candidatou a Presidente da República! Sim, ouvi e todos os brasileiros também ouviram. Mais do que isso, ouvimos os brados exaltados dos empresários contra o "sapo barbudo", acusando-o de querer acabar com o sistema financeiro nacional e desestabilizar a Economia! Ouvi dezenas de grandes empresários afirmarem publicamente que, se Lula vencesse as eleições de 2002, iriam embora do Brasil, levando toda sua fortuna, "honestamente" conquistada a "duras penas" e com "muito trabalho"!
Mas Lula se elegeu e ninguém foi embora, nem levou seu capital para o exterior. E o inexperiente Lula surpreendeu a todos com um governo relativamente austero e com resultados surpreendentes, principalmente com relação aos movimentos sociais. No entanto, "enquanto dava com uma mão, tomava com a outra"! E fez alianças com os piores e mais corruptos partidos e políticos do país, como o PMDB de Renan Calheiros e José Sarney, e como Fernando Collor de Mello, ex-presidente, retirado do poder por um processo de "Impeachment" por corrupção, ficando afastado da vida pública por oito anos. Collor é um exemplo de fidelidade partidária: entrou na ARENA (partido da ditadura) em 1979; pertenceu ao PDS (ex-Arena) de 1980 a 1985; mudou de lado em 1985 e passou para o PMDB, onde ficou até 1989, ano em que se candidatou a presidente da república pelo desconhecido PRN, pelo qual se elegeu e ao qual se manteve ligado até 1997; neste ano passou para o PRTB, onde ficou até 2007, passando, então, para o PTB, pelo qual se elegeu senador por Alagoas.
Lula impôs Dilma ao país, empurrando-a pela nossa garganta, primeiro, como ministra de Minas e Energia, e depois, como Chefe da Casa Civil e "gerente" do PAC, "programa de aceleração do crescimento", que lhe garantiu a vaga de candidata a presidente, cargo para o qual se elegeu, graças ao prestígio de Lula. Com Dilma, a estrutura do PAC ruiu e, com ela, toda Economia se desestruturou, levando consigo os argumentos dos fanáticos petistas que desejavam se perpetuar no poder. As inacabadas obras do PAC, como a Transposição do Rio São Francisco (obra que foi orçada em 3,4 bilhões de reais, e até hoje já gastou mais de oito bilhões de reais e continua inacabada), ou a Ferrovia Norte-Sul, que se encontra na mesma situação, são os fantasmas dos projetos mirabolantes do petismo nacional.
Agora, Dilma, Lula e demais petistas, e, com eles, seus "aliados" de falcatruas e de compartilhamento de cargos "de confiança", nomeados no lugar de servidores de carreira, ganhando salários maiores do que aqueles que conquistaram seus empregos por mérito, por concurso público, e não por uma "canetada" de um poderoso qualquer do primeiro escalão, estão perdidos em um discurso desconexo, incoerente e nada convincente. Para seu desespero, Dilma está parada nas pesquisas eleitorais desde abril passado, amargando uma diferença meramente estatística, dentro da margem de erro da pesquisa, e justamente de Marina Silva, que teve seu pedido de registro do partido político recusado por ministros do TSE "simpáticos" ao Partido dos Trabalhadores. Quis, a sorte, porém, que ela chegasse aos resultados que agora se evidenciam, pelos acasos do destino, já com expressiva vantagem no segundo turno das eleições, e deixando Aécio para trás, também no desespero.
Pois essa falastrona desajeitada não convencerá ninguém com esses argumentos surrados e fracassados, e terá que enfrentar Marina Silva, no segundo turno, com o mesmo tempo de exposição nos cretinos programas político de televisão. Se agora, com apenas um minuto e três segundos, Marina Silva se destaca em entrevistas e debates, pela sua inteligência e clareza de raciocínio, imaginem, pois, quando tiver as mesmas armas de sua incompetente adversária! Certamente, Marina Silva "devorará o fígado" de Dilma Rousseff, deixando-a a "nocaute" na primeira contenda em que se defrontarem "cara-a-cara"! Esperem para ver!
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