Dilma, Marina e Aécio |
Se a família de Eduardo Campos ainda está de luto, e todos sentimos um profundo mal-estar e tristeza com a trágica morte do ser humano por detrás do candidato a presidente, o processo eleitoral, contudo, segue adiante, e novas perspectivas se revelam com o reingresso de Marina Silva na disputa eleitoral.
Não é, simplesmente, a troca de nomes e pessoas; é uma nova estratégia que deverá ser elaborada para cada um dos possíveis eleitos no pleito de 3 de outubro, e que definirá o destino de nossos próximos quatro anos, como Nação e como Povo Brasileiro. Antes havia uma situação de fato, caracterizada pela mesma polarização de todas as eleições desde 1994, quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito pelo PSDB. Desde então, PT e PSDB se enfrentam sem dar espaço para outras candidaturas, cada um abraçando tantas legendas que até descaracterizam completamente seus partidos políticos e suas ideologias. Mesmo em 2010, quando Marina teve seus 20 milhões de votos e forçou a realização do segundo turno nas eleições para presidente, não havia, de fato, chances de ela ser eleita, principalmente pelo tempo ridículo que possuía para vender a sua imagem na TV.
Eduardo Campos estava seguindo essa mesma lógica, e tinha menos de 10%, enquanto Aécio estava com 22% e Dilma com 38%. Marina Silva entrou para transformar esse cenário. O terrível torpor causado pelo choque da morte de Eduardo Campos, a forma como se deu esse falecimento, a perplexidade que tomou conta dos brasileiros e, é claro, a manipulação da mídia para o espetacular retorno de Marina Silva ao palco das disputas, tudo isso terá um reflexo imediato nas pesquisas, e provavelmente, Marina se aproximará de Aécio, resgatando o voto daqueles que haviam decidido anular o seu, mas também trazendo votos do tucano, daqueles que preferiram tentar evitar que Dilma se reelegesse ainda no primeiro turno.
Agora, é o próprio PT quem afirma que as eleições irão para o segundo turno, e poucas pessoas acreditam no contrário. A dúvida, apenas, é quem irá para o segundo turno! Os petistas estão certos de que sua candidata garantirá sua vaga, deixando para a especulação quem a enfrentará na fase final. Aécio tem demonstrado certa estabilidade nesse patamar de 20%, mas a incógnita é: Marina superará esse limite? E de onde virão seus votos: dos Evangélicos? de Aécio? de Dilma? Dos votos nulos ou em branco? Porém, existe outro aspecto a se considerar: Dilma, segundo a opinião de experientes analistas, além de ter o maior índice de rejeição dentre os candidatos, já atingiu seu teto de eleitores, e a tendência é apenas de reduzir seu percentual, a despeito da poderosa máquina de governo e do enorme tempo de que dispõe para conquistar os votos dos indecisos nos programas eleitorais na TV, que logo se iniciam.
É claro que não temos a antevisão dos motivos que levarão eleitores a mudar seus votos, mas, exatamente por isso, a hipótese de um segundo turno disputado entre Aécio e Marina não está descartada. Um fato é certo e notório: a população está cansada de tantas denúncias de corrupção, de desonestidade, de malandragem em todos os escalões da vida pública nacional, e a novidade de um novo embate, com candidatos em condições de igualdade, é muito bem vinda para a vida política nacional. Mais do que isso, é a presença de uma personalidade séria, de eloquente capacidade oratória e de argumentação lógica, e uma nova proposta, diferente de tudo que esteve aí e que governou nossos destinos durante 20 anos.
No entanto, há mais uma pitada de condimentos a se acrescentar nessa "salada mista": existem TRÊS LINHAS DIFERENTES DE PENSAMENTO E DE IDEOLOGIAS a se digladiarem nas arenas políticas brasileiras! A primeira, petista, representa a "esquerda" brasileira, um tanto quanto desacreditada e corroída pelos vícios, mas ainda assim, trata-se da única candidata que poderia puxar para si a bandeira social-marxista em condições de se eleger. A segunda, tucana, representa a "direita", o "neo-liberalismo" e o "desenvolvimentismo", e traz em seu bojo os partidos que estiveram durante anos ao lado da ditadura militar. E a terceira, que também pode ser tratada como a "terceira via", representa a opção pela "sustentabilidade" econômica, política, social e ambiental, embora seu partido, o PSB já tenha se declarado também "desenvolvimentista" e tenha exigido de Marina o compromisso de manter as alianças mais absurdas que Eduardo Campos estabeleceu nos estados da federação e com o agronegócio, principalmente.
O importante a esclarecer é que, agora, com Marina, Dilma e Aécio, não existe mais aquela situação de dicotomia que tanto incomodava aos brasileiros, de optar por Dilma e o PT, ou por Aécio e o PSDB, apenas isso. Agora temos a perspectiva de afrontar as minorias privilegiadas e poderosas do agronegócio, da mineração, das empreiteiras de obras faraônicas, dos banqueiros, bastando, para isso, entender oque fizeram o PT e o PSDB nos últimos VINTE ANOS, e responder, nas urnas, se somos marionetes ou somos HOMENS E MULHERES conscientes e queremos MUDANÇAS JÁ! Cabe a cada um responder.
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