O jornal Financial Times publica duas reportagens sobre Marina Silva na edição desta terça-feira, 19. Após editorial que exaltou a provável candidata do PSB ontem, o jornal informa os resultados da nova pesquisa Datafolha e diz que as batalhas pessoais da ex-ministra do Meio Ambiente, como contra a pobreza e o analfabetismo, "a converteram em uma provável líder do segundo maior mercado emergente do mundo". "Suas batalhas contra a morte, a pobreza e o analfabetismo também reforçaram sua determinação que mais parece de ferro e a converteram em uma provável líder do segundo maior mercado emergente do mundo", diz o jornal britânico.
Na reportagem intitulada "A idealista Silva leva calor para Dilma Rousseff", o jornal destaca a pesquisa Datafolha divulgada ontem que coloca Marina tecnicamente empatada com Dilma em eventual segundo turno, mas numericamente à frente, com 47% contra 43% da presidente da República. A reportagem não cita a pesquisa para o primeiro turno, nem o candidato tucano Aécio Neves.
Ao expor o perfil de Marina aos leitores, o jornal cita entrevista dada pela provável candidata do PSB no ano passado. "Ela é contra a controversa usina de Belo Monte, ela vê o rápido crescimento da indústria de petróleo do País como um ''mal necessário'' e ela certamente não tem paciência com os fazendeiros que mataram seu amigo (Chico Mendes)", diz o FT. "Por outro lado, ela tem demonstrado apoio aos biocombustíveis e à indústria de etanol, ela recebe bem maiores investimentos em tecnologia pelos agricultores e quer reduzir seus custos de transporte com melhor infraestrutura", diz o texto.
Sobre economia, o FT diz que Marina Silva já manifestou "oposição ao poder crescente das empresas estatais chinesas no Brasil" e também defende "os três pilares da estabilidade macroeconômica" estabelecido no final da década de 1990: "metas de inflação, câmbio flutuante e manutenção de um superávit fiscal primário".
A reportagem diz que Marina conquistou prestígio internacional e popularidade entre a elite brasileira e os círculos criativos pelo combate ao desmatamento e proteção às comunidades indígenas. "Parte do apelo de Marina Silva é que ela não fala sobre novas políticas, mas sim sobre uma nova forma de fazer política - uma ideia que poderia conquistar muitos jovens e os brasileiros desencantados que tomaram as ruas em protestos no ano passado", diz o jornal.
O FT reconhece, porém, que há dúvidas se a ex-ministra será capaz de conquistar a nova classe média brasileira e os mais pobres "que são os eleitores tradicionais e leais ao PT". "Sua história pessoal certamente a qualifica para sua solidariedade. Após a morte de sua mãe, ela trabalhou como empregada doméstica e se esforçou para entrar na universidade, onde começou sua carreira política", diz o FT.
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