"Os candidatos são todos iguais: todos afirmam seu "compromisso com a mudança", como se cada um tivesse saído às ruas para exigir transformações na maneira de fazer política!" Não é verdade! As mudanças propostas pelos candidatos são radicalmente diferentes umas das outras, e devem ser compreendidas em seu contexto e em seus propósitos, mesmo aqueles não declarados. Isso, os eleitores, via de regra, não são capazes de perceber.
Para o PT de Dilma Rousseff, mudar significa romper com o Contrato Social e implantar um modelo de governo que não admite a Democracia tal como a conhecemos. As liberdades individuais seriam substituídas por "liberdades" coletivas. Esse é o modelo de Hugo Chavez e do Bolivarianismo, que nada têm a ver com o Brasil. É um modelo de ruptura e de confronto.
Simon Bolívar não é brasileiro, não teve nenhuma participação na nossa proclamação de independência, nem na formação da Nação e do Povo Brasileiro. Portanto, referenciar Bolívar para nossas questões internas é inaceitável! As propostas do "bolivarianismo" venezuelano e chavista não são comprometidas com as liberdades individuais. Citar Bolívar ou Chaves, bem como qualquer outro povo, comparando seu passado e suas escolhas às nossas, ou tomando-as como modelo para nosso país é um desrespeito à Nação e ao Povo Brasileiro.
Não se faz uma revolução manipulando o povo e enganando-o com promessas falsas. A verdadeira revolução se faz com educação adequada e conscientização do povo. A verdadeira Democracia admite e aceita a boa convivência com ideologias diferentes, e até antagônicas! De que adianta ter 120 milhões de eleitores se seus votos são "cooptados" por políticos corruptos? De que vale dar "esmolas" para os miseráveis, se não se dá a eles emprego nem educação? De que vale apregoar mudanças, se os beneficiados serão sempre os mesmos, privilegiados pelo seu poder econômico e pela sua posição social? O efeito "Bolsa Família" é efêmero, e se acaba assim que é extinto o "programa", pois a situação do pobre não terá sido modificada.
O PT praticou a mesma política preconizada pela Ditadura porque construiu estradas e hidrelétricas na Amazônia, e assentou pequenos lavradores às margens das estradas, no meio da selva, sem qualquer orientação técnica para a agricultura familiar! O objetivo da Ditadura era ocupar o território, sem se importar com as populações tradicionais indígenas e sem se preocupar com a devastação ambiental provocada pelas obras mal planejadas.
Com o PT de Dilma é a mesma coisa: pouco importam os custos sociais e ambientais desse "progresso". O importante é cooptar as populações pobres para assegurar a permanência do PT no governo. Esses assentamentos, feitos pelos militares e pelo PT de Lula, só serviram para devastar a floresta e causar mais problemas sociais, estimulando grileiros, bandidos e pistoleiros a dominar, pela força, a região Norte, particularmente às margens da rodovia Transamazônica, entre Marabá e Altamira, certamente uma das regiões mais violentas do país!
Para o PSDB de Aécio Neves, mudar é voltar ao passado, apoiar oligarquias colonialistas, que, por séculos, dominaram e exploraram a miséria em benefício de uma minoria privilegiada. É o governo dos poderosos: latifundiários, banqueiros, mineradoras e empreiteiras! Nenhum projeto social, voltado à solução dos graves problemas fundiários, habitacionais e de distribuição de renda foi feito pelo governo tucano, em dois períodos sucessivos no poder!
O que os tucanos teriam a oferecer, que já não tenha sido tentado no governo FHC? Onde está o Programa de Governo do PSDB? O que Aécio faria se fosse eleito? Como ele enfrentaria os problemas ambientais, sociais e culturais do Brasil? Ninguém sabe, pois nem mesmo ele se manifestou a esse respeito! Limitou-se a atirar pedras nas candidaturas concorrentes, durante seus programas eleitorais gratuitos. Será que ele não precisa se fazer conhecer?
O modelo político, econômico e ideológico do PSDB restringe-se à Globalização e ao Neo-Liberalismo, cujo fracasso no mundo ocidental ficou demonstrado pela crise de 2008, da qual os países ainda não conseguiram se recuperar. Desde então, as nações do mundo, mesmo as que não são atreladas a esse capitalismo selvagem, foram seriamente afetadas pela crise.
Para a #REDE de Marina Silva, mudar significa romper com os padrões e modelos do "Desenvolvimentismo a qualquer preço", oferecidos pelos outros dois candidatos e propor um governo com Sustentabilidade Econômica, Social e Ambiental. Ou seja, a única alternativa viável para a Humanidade! A exaustão dos recursos naturais, o aquecimento global, os distúrbios ambientais já não deixam dúvidas quanto à gravidade da situação em nosso planeta. É preciso agir, tomar atitudes corajosas, enfrentar a realidade, que não nos permite fechar os olhos à devastação de nossos ecossistemas, em nome de um modo de produção baseado na expansão dos latifúndios em detrimento dos pequenos agricultores, na produção de grãos, na criação de gado, na exportação de commodities e na devastação irracional da Natureza!
Não basta assumir o poder; é preciso justificar, perante a História, as opções feitas e os resultados alcançados. E os modelos de governo do PT e do PSDB não cumpriram sua missão de admitir essa nova realidade e de ajustar nosso modo de produção a um planeta em processo de entropia e falência ambiental. Para eles, a Natureza é um empecilho, um entrave a ser afastado, e não a fonte de toda a vida na Terra. No mundo capitalista dos tucanos, e no mundo oportunista dos petistas não há lugar para outros seres vivos, senão o próprio homem, desvinculado de sua origem animal, e apegado ao poder e ao dinheiro.
Se FHC conseguiu estabilizar a Economia, muito bem! Mas, em contrapartida, reforçou a presença das oligarquias tradicionais da época do Império, abandonando 90% da população à sua própria sorte. Também realizou as privatizações das companhias estatais, visando a modernização dos serviços por elas prestados. Porém, os valores arrecadados nos leilões não serviram para nada, pois estavam subestimados para agilizar o processo de privatização.
Se Lula valorizou os movimentos sociais, muito bem! Mas, em contrapartida, fortaleceu o Agronegócio através de empréstimos gigantescos, a juros subsidiados, deixando as populações tradicionais sem qualquer apoio, criando nichos de pobreza e de subdesenvolvimento ao longo das estradas, nos sertões, dentro dos travessões dos assentamentos, onde mal existem escolas, e onde o pobre não tem alternativas para se preparar para a sociedade do futuro.
Dilma, porém, não realizou nada, além de grandes empreendimentos inacabados do PAC, a custos superfaturados, do desequilíbrio da Economia e das contas públicas, da volta da inflação e do déficit na balança comercial, que há vinte anos não se via mais no Brasil. E à Dilma deve-se debitar, ainda, a suja reforma do Código Florestal, expondo o Brasil à devastação generalizada do agronegócio! Dilma não ouviu as vozes das ruas e do povo brasileiro, recusando-se a vetar as mudanças do Código Florestal. Com isso, os latifundiários foram beneficiados com o "perdão" por seus crimes ambientais, podendo continuar devastando o Cerrado e a Amazônia, agora, com o respaldo da nova lei, o Novo Código Ruralista do Agronegócio!
Marina Silva não conseguiu realizar seus projetos frente ao Ministério do Meio Ambiente, pois teve fortes restrições por parte de Lula, pressionado por Dilma Rousseff, que pretendia implantar seu famigerado e mal-sucedido "PAC - Programa de Aceleração do Crescimento"! O PAC demonstrou ser um fiasco, o crescimento do Brasil estancou na gestão Dilma, e o Meio Ambiente desandou. Marina Silva, diante dos retrocessos governamentais e da falta de apoio de Lula, renunciou ao Ministério e se desligou do PT, em busca de seu projeto de vida.
Essas são as pinceladas que eu deixo para avaliação de meus leitores, às vésperas das eleições. Escolham seus candidatos pensando no futuro de seus descendentes, e não na avareza dos poderosos! As eleições passam depressa, mas quatro anos de desgoverno poderão fazer sucumbir as nossas possibilidades de despontar como Nação emergente e bem sucedida para o futuro que está por acontecer. Observem os exemplos do Chile, do México, da Índia, da China, e comparem com a triste situação em que o Brasil se encontra depois de 20 anos de tentativas frustradas. É tempo de mudança! Votem! E durmam com suas consciências!
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