segunda-feira, 27 de outubro de 2014

THE DAY AFTER

FESTA NA PAPUDA!
A desconstrução da Nação brasileira não se consumou ontem. Ela apenas começou. O que se pode afirmar é que o vaticínio de Zé Dirceu, de que o PT precisaria de 20 anos no poder para implantar definitivamente o seu "modelo político chavista", está prestes a se tornar realidade. Depois de mais quatro anos de Dilma Rousseff, a "Coração Valente", haverá a volta triunfal do "Grande Mestre do Ilusionismo" Lula Inácio Lula da Silva, coroando sua "obra magistral". 

O que aconteceu foi uma tragédia sem retorno: o Brasil foi dividido entre adeptos do PT e seus inimigos, entre o Norte/Nordeste e o Sul/Sudeste/Centro-Oeste, numa reconstituição da Confederação do Equador. E essa obra precisa ser "creditada" também ao PSDB, que não apenas participou de muitos escândalos financeiros recentes, como também ajudou Dilma e seus "Companheiros" a destruir a imagem pública de Marina Silva com mentiras.

O PT herdará de si mesmo um país dividido entre os que votaram pela continuidade do processo de implantação de seu "modelo sui generis" de governo populista, e o "ancien régime" do PSDB, que tenta restaurar os privilégios da aristocracia. E essa luta também divide os partidos políticos em dois blocos radicais, que não admitem o diálogo nem a coexistência pacífica, pois a nenhum interessa "baixar a guarda" diante do "inimigo".

Porém, ambos estão na contramão da história, pois não percebem as transformações que se processam, inexoravelmente, no mundo contemporâneo, deixando a "Guerra Fria" no passado. Mesmo a dicotomia "esquerda-direita" já perdeu seu significado (se é que houve, algum dia, essa oposição). Mais do que ideologias ultrapassadas, esses partidos políticos não enxergam as urgências de transformação do modo de vida dos seres humanos para continuar a existir.

Sustentabilidade não é uma palavra vazia, como querem fazer ver os inimigos da Natureza. É uma premência, uma imperiosidade, uma urgência para que a humanidade não mergulhe em um abismo de escassez de recursos irreversível. A contrapartida da Sustentabilidade é a devastação total dos recursos essenciais à vida, quais sejam: as florestas, os rios, os animais e o equilíbrio ecológico, sem o qual não será possível a existência humana sobre a Terra.

Mas voltando à famigerada política do "toma lá dá cá ", que esses políticos compreendem muito bem, o petismo lulista também está acuado em seu próprio covil: a coligação "heterogênea e pragmática" que montou será também o seu caixão e sua tumba. As concessões que terá que fazer aos partidos da "base governista" serão tantas e tamanhas que comprometerão seu próprio projeto de poder. Os oportunistas que os cercam não permitirão a "governabilidade" necessária para sair da crise político-financeira em que se meteram.

Propostas esdrúxulas, como a do plebiscito para fazer a reforma política, ou a promessa de combater a corrupção (a raposa cuidando das ovelhas) são meras cortinas de fumaça para disfarçar a falta de um projeto de governo. Como sair desse lamaçal de denúncias de corrupção? Como "fazer as pazes" com os empresários do bem? Como concluir tantas obras inacabadas sem comprometer ainda mais as contas públicas? Como combater a inflação e manter, ao mesmo tempo, a política do clientelismo-assistencialismo em que se meteram?

São muitas as dúvidas e poucas as alternativas possíveis diante de um país dividido e fragmentado. Nem mesmo o discurso hipócrita de vitória, com sua claque de fanáticos uivando atrás, terá o poder de reconciliar a Nação derrotada. Aquela pantomima demonstrou o estado de espírito dos "vencedores" com relação aos "vencidos", e nos permite antever o clima de beligerância que predominará, no Congresso e fora dele, entre petistas e tucanos.

Resta-nos continuar nossa luta contra esse novo modelo de ditadura populista implantada pelo PT, com a conivência e a omissão dos empresários, que se beneficiam das obras superfaturadas que proliferam pelo país. Resta-nos continuar carregando a bandeira da Sustentabilidade, acreditando na remota possibilidade de resgate dos valores éticos e morais da sociedade, por um acaso do destino que não saberíamos explicar, a não ser pela esperança, que deve ser sempre a última a se acabar! Dará tempo? Provavelmente, não...

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