Colheita mecanizada de algodão no Cerrado Brasileiro: além da devastação, o desemprego causado pela automação |
Essa relação foi construída pelas nações que se anteciparam ao processo de industrialização, desde o século XIX, como a Inglaterra e a França, seguidos dos EUA, da Bélgica e do Japão. O Japão ascendeu de um país feudal, do século XVII, para uma das maiores potências industriais do século XX. Enquanto os países europeus, os EUA e o Japão cresciam e conquistavam novas colônias, o Brasil, voluntariamente, ofereceu-se para ser "O CELEIRO DO MUNDO"!
Com a desestruturação do bloco comunista, capitaneado pela União Soviética, e depois pela China, a Rússia perdeu seu domínio territorial na Europa e na Ásia, enquanto a China repetia o fantástico desenvolvimento japonês, tornando-se, em pouco mais de 20 anos, a segunda potência mundial e o maior mercado consumidor de matérias primas e commodities. Enquanto isso, o Brasil se arrastava, de crise em crise, através de sucessivas tentativas frustradas de conseguir uma explosão no seu desenvolvimento industrial. Finalmente, no final do século XX, o Brasil cometeu um erro estratégico, ainda no período da ditadura militar, priorizando, primeiro, a expansão de suas rodovias, e optando, definitivamente, por esse modal de transportes, caro e dependente do petróleo, e sucateando suas ferrovias, abandonadas quando a monocultura cafeeira entrou em declínio, logo depois do "crack" da Bolsa de New York.
Seu segundo erro, também durante a Ditadura, foi o estímulo ao desenvolvimento de uma indústria de computadores, na década de 1970. O erro se evidenciou pela incapacidade do país em enfrentar as gigantes do setor, como a IBM, a Burroughs e a Hewlet-Packard, seguidas por Microsoft, Apple e Dell. Para garantir a venda da produção interna, o governo militar publicou a lei que ficou conhecida como a "reserva de mercado de informática", que proibia as empresas de comprarem equipamentos importados. Depois de dez anos de sucessivos erros, o mercado foi reaberto, mas o estrago para o setor industrial e de comércio foi sentido pelo atraso tecnológico e pelo baixo desempenho competitivo de nossa indústria.
Devastação causada pela mineração: a Vale do Rio Doce está desmontando todas as montanhas de Minas Gerais |
Nas próximas décadas veremos um crescimento vertiginoso de fontes alternativas de energia em todo o mundo civilizado, devido às mudanças climáticas, que obrigarão os países a tentar estancar a devastação generalizada de seus recursos naturais. O Brasil poderia ter se tornado líder nesse processo, mas optou por investir em agronegócio, e continuar se comportando como uma colônia do mundo civilizado, fornecendo os insumos industriais e adquirindo produtos de alta tecnologia, mas preferiu prosseguir no processo de devastação de seu maior acervo e diferencial competitivo frente às demais nações do mundo, já tendo causado a perda de 25% do bioma Amazônia, 95% do bioma Mata Atlântica e 50% dos biomas Cerrado e Caatinga. É irônico, ao mesmo tempo que óbvio, constatar que essa devastação ocorreu, justamente, pela expansão das fronteiras do agronegócio, com incentivo do Governo Federal!
Certamente, estamos na contramão da História!
Certamente, estamos na contramão da História!
Canteiro de Obras de Belo Monte, em plena Amazônia! Devastação irreparável! |
Infelizmente, quando descobrirmos essas verdades será tarde demais...
Nenhum comentário:
Postar um comentário