Aceitem, portanto, meu renitente retorno, meus raros e caros amigos, e compartilhem comigo desse ingrato mister de não sermos apenas as "vaquinhas de presépio" diante do absurdo que se manifesta cotidianamente nos periódicos impressos e nos noticiários tendenciosos desse mercado Global. Não somos os donos do WikiLeaks, mas fazemos nossa parte!
Nasce o mesmo Brasil a cada dia, embora nossa esperança fosse diferente... nenhuma novidade no front político: as raposas do PMDB reclamam sua parte na partilha da presa conquistada nas eleições passadas. Lula se retira de cena com seu tradicional "nunca antes na história deste país", mas sem a empolgação das campanhas, e sabedor de que seu cetro foi definitivamente passado para outra imperatriz de nosso triste reino da fantasia.
As velhas questões voltam à cena, sem o glamour das eleições já ganhas ou perdidas, mas com a crueldade de quem não se importa com o futuro da Nação, mas apenas com o futuro de seus apadrinhados, amigos, irmãos, sobrinhos e afilhados. E o retrato disso tudo é um envelhecido mas poderoso chefe mafioso chamado José Ribamar Sarney!
Não que ele seja assim tão importante, mas apenas porque ele simboliza o podre, o antigo, o indesejado, o passado mais asqueroso da ditadura, os conchavos políticos, as artimanhas do poder insaciável das elites que sempre dominaram nosso país, a despeito do que digam Lula e seus asseclas. Sim, pois essa transição nada mais é do que a evidência de que nada mudou com as eleições. Tudo será como antes; tudo transcorrerá como querem essas elites: a partilha dos cargos, as permutas e compromissos que nos levarão ao mesmo caos...
Não me iludo e por isso escrevo essas parcas linhas de protesto. Nós somos os responsáveis pela baderna que domina a cena política. Nós, o Tiririca, Lula, DIlma, Serra e até mesmo o finado Quércia. Todos farinha do mesmo saco! Todos comprometidos em sangrar até a morte o povo dessa terra, sem piedade, sem remorsos. Vivam os poderosos! Essa é a Nação dos vencedores, não das batalhas valorosas, mas das permutas indecentes por trás do pano...
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