Bastou a equipe de marqueteiros do Serra perceber o grande vexame das pesquisas eleitorais para começar uma fulminante campanha de injúria e difamação contra Dilma Rousseff, associando-a a políticos corruptos como Renan Calheiros, José Sarney e Fernando Collor de Mello, hoje aliados de Lula pelo PMDB, além de José Dirceu, do PT. Por que será que todas as campanhas eleitorais no Brasil seguem sempre o mesmo curso? Começam decentemente para descambar, ao menor sinal de fracasso, para a apelação e a covardia!
O pior é que Serra não pode se fazer de inocente, tendo como aliado o partido mais corrupto do país, o Democratas, onde se alojam políticos como aqueles que levaram a capital federal à maior crise de sua história: José Roberto Arruda, Joaquim Roriz e Paulo Otávio, excluídos do processo eleitoral depois de um escândalo sem precedentes na administração do Distrito Federal. Também estão no Democratas o espólio político de Antônio Carlos Magalhães, ACM Neto, e os deputados ruralistas mais raivosos, capazes de qualquer ato ilícito para defender seus interesses no agronegócio, como Ronaldo Caiado, Roberto Magalhães e Onyx Lorenzoni.
A verdade é que, no Brasil, alianças políticas levam, necessariamente, a caminhos suspeitos, principalmente quando elas ocorrem às vésperas das eleições: a contrapartida do apoio político é sempre a acomodação de figuras notórias pela sua incompetência em cargos de alta relevância. Exemplo disso é a colocação de Edson Lobão no cargo de ministro das Minas e Energia, posto dos mais cobiçados no primeiro escalão do governo Lula. Outra figura notória entre os corruptos foi o ex-ministro da Integração Nacional e ex-presidente do Banco do Estado da Bahia, Geddel Vieira Lima, que já foi acusado de desvio de recursos públicos para supostos esquemas de corrupção, e agora é candidato ao governo da Bahia.
Voltando às eleições, é neste momento de crise que se conhecem os políticos e sua índole. José Serra talvez seja o menos responsável por essa baixaria, uma vez que sua campanha é feita pelos seus marqueteiros, talvez até à sua revelia. No entanto, omissão é tão grave quanto a ação desleal; Serra está se omitindo e, tacitamente, concordando com os rumos que sua campanha está tomando; em vez de mudar seu estilo e apresentar propostas consistentes, prefere acatar as ordens de seus lacaios e acreditar que, denegrindo sua adversária, vencerá.
Os próximos passos dependerão dos resultados dessa ação: se a queda nas pesquisas se estancar, eles continuarão batendo em Dilma e desenterrando todo tipo de factóide que possa reverter os números do desastre. O PSDB está desesperado e não consegue suportar mais quatro anos de "quarentena" longe do poder. Terão São Paulo e Minas Gerais, mas não terão o Palácio do Planalto! Por isso apelam para qualquer tentativa de salvar o barco do naufrágio.
Acusações levianas são comuns em situações como essa que presenciamos agora; e as consequências sempre nos conduzem à ingovernabilidade, não importa quem vença o pleito. Desde a época de Fernando Henrique Cardoso tenta-se realizar as reformas política, tributária e previdenciária, sem sucesso. Oposição e situação são igualmente culpados por essa inoperância das casas legislativas, que perdem mais tempo em discussões inócuas e troca de acusações intermináveis e estúpidas do que em projetos de interesse da Nação.
Assim, a "hora da virada" do PSDB se apresenta como um episódio lamentável e covarde contra o PT e seus aliados. Querem "ganhar no grito" já que sua argumentação não convenceu ninguém. Se Dilma partir para o confronto, seus algozes terão ganho a batalha. Caso contrário, veremos como se comporta o eleitorado diante dessa farsa que se repete há décadas. De qualquer modo, quem perde é o Brasil, que presencia esse "espetáculo" deprimente a cada eleição.
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