Uma das críticas em particular me agradou bastante: foi a de uma "dama da sociedade mineira", proprietária de uma cadeia de jornais e diversas grandes empresas, que se sentiu particularmente ofendida e me agrediu com expressões não apropriadas para quem é dirigente de meios de comunicação que, por definição, deveriam contemplar a diversidade de opiniões, a divergência natural que se espera das democracias.
Pois essa senhora, Laura Medioli, chamou-me de "idiota" por achar que o cineasta Arnaldo Jabor, que se tornou crítico social, jogando suas farpas em todas as direções, está acima de qualquer suspeita! Se ele pode agredir verbalmente as autoridades, os movimentos sociais e quaisquer personalidades que não estejam alinhadas com suas idéias conservadoras, por que não podemos também considerá-lo um tresloucado franco-atirador irresponsável, que se aproveita de seu acesso privilegiado à grande mídia televisiva para sustentar-se sob os holofotes do poder e da fama que não conseguiu no cinema?
Mas é assim que as "elites" interpretam a liberdade de expressão: se as manifestações estão de acordo com suas teorias elitistas e são convenientes às castas dominantes, tudo bem; se a oposição se manifesta, colocando em dúvida o direito das minorias de usufruir sozinhas das benesses do capitalismo selvagem em que vivemos, então nós é que somos radicais!
O que seria o radicalismo? Para os poderosos, radicais são os que ameaçam suas teses de dominação política pelo clientelismo e de dominação econômica pela subserviência dos trabalhadores a seus interesses pessoais. Para mim, radicalismo é a pretensão de ser dominador e de subjugar o povo a uma condição de subsistência onde nem mesmo as carências elementares são satisfeitas. Viver de forma nababesca e aristocrática não é compatível com a miséria! Possuir bens em excesso não é compatível com a submissão de milhões de indivíduos à penúria!
Radicais são os poderosos, os aristocratas, os arrogantes que chafurdam na lama da dominação em detrimento da fome, da miséria e do sofrimento das maiorias! Portanto, senhores incomodados com minhas críticas, fiquem atentos, pois continuarei denunciando as manobras políticas, criticando os poderosos e defendendo as minorias e os oprimidos!
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