quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Reação das Elites

Desde que publiquei minha "Resposta a Jabor" venho recebendo dezenas de protestos daqueles que consideram meu texto uma "agressão a um mito de nossas elites intelectuais". Isso me envaidece pois significa que minha "Boca Ferina" está cumprindo seus objetivos de não se calar diante das ignomínias dessa sociedade hipócrita em que vivemos.

Uma das críticas em particular me agradou bastante: foi a de uma "dama da sociedade mineira", proprietária de uma cadeia de jornais e diversas grandes empresas, que se sentiu particularmente ofendida e me agrediu com expressões não apropriadas para quem é dirigente de meios de comunicação que, por definição, deveriam contemplar a diversidade de opiniões, a divergência natural que se espera das democracias.


Pois essa senhora, Laura Medioli, chamou-me de "idiota" por achar que o cineasta Arnaldo Jabor, que se tornou crítico social, jogando suas farpas em todas as direções, está acima de qualquer suspeita! Se ele pode agredir verbalmente as autoridades, os movimentos sociais e quaisquer personalidades que não estejam alinhadas com suas idéias conservadoras, por que não podemos também considerá-lo um tresloucado franco-atirador irresponsável, que se aproveita de seu acesso privilegiado à grande mídia televisiva para sustentar-se sob os holofotes do poder e da fama que não conseguiu no cinema?

Mas é assim que as "elites" interpretam a liberdade de expressão: se as manifestações estão de acordo com suas teorias elitistas e são convenientes às castas dominantes, tudo bem; se a oposição se manifesta, colocando em dúvida o direito das minorias de usufruir sozinhas das benesses do capitalismo selvagem em que vivemos, então nós é que somos radicais!

O que seria o radicalismo? Para os poderosos, radicais são os que ameaçam suas teses de dominação política pelo clientelismo e de dominação econômica pela subserviência dos trabalhadores a seus interesses pessoais. Para mim, radicalismo é a pretensão de ser  dominador e de subjugar o povo a uma condição de subsistência onde nem mesmo as carências elementares são satisfeitas. Viver de forma nababesca e aristocrática não é compatível com a miséria! Possuir bens em excesso não é compatível com a submissão de milhões de indivíduos à penúria!

Radicais são os poderosos, os aristocratas, os arrogantes que chafurdam na lama da dominação em detrimento da fome, da miséria e do sofrimento das maiorias! Portanto, senhores incomodados com minhas críticas, fiquem atentos, pois continuarei denunciando as manobras políticas, criticando os poderosos e defendendo as minorias e os oprimidos!

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