Creio que ainda devo escrever uma mensagem aos meus caros leitores... afinal, amanhã, 21 de dezembro de 2012, o mundo irá se acabar, segundo oportunistas que se divertem com a crendice popular e o medo dos crentes... daqui a cem anos uma nova previsão desse tipo irá ocorrer, caso a humanidade não consiga evoluir para negar essas tolices: 21/12/2112 não lhes parece uma data singular?
Já escrevi sobre o fim do mundo quando da última "catástrofe" do ano 2.000; afinal, ouvi durante toda minha vida o apócrifo "1.000 passará; 2.000 não chegará!" - e muitos diziam isso com tamanha convicção que até parecia "estar escrito nas estrelas"! E 2.000 foi o ano do "Bug do Milênio", uma "profecia tecnológica" baseada na estupidez e incapacidade de previsão de analistas e programadores, que jamais imaginaram que seus sistemas de informação durassem o bastante para chegar ao final do século XX!
Torna-se difícil tratar dessas "lendas" criadas pela ignorância humana, pois todos os argumentos já foram exaustivamente explorados. Nem mesmo as evidências mais óbvias servem para demover esses cretinos dessa ideia estapafúrdia! Nem mesmo as sólidas argumentações científicas servem de apoio para se eliminar a crença: que sinal, que indício existiria na mente desses parvos para justificar uma ruptura tão brusca de todos os processos físicos do universo a ponto de eliminar, de uma só vez, toda população da Terra?
Só nos resta concluir que o mundo, o nosso planeta, a Terra está monótona demais para que nossas vidas possam ser vividas! Sim, pois nenhuma guerra de importância relevante abala as relações internacionais; nem Dilma e os latifundiários conseguiram "botar fogo na fogueira" da Amazônia; nem os pescadores japoneses conseguiram extinguir a vida dos tubarões, das baleias e das arraias gigantes a ponto de causar uma comoção mundial...
Talvez a bandidagem seja mais criativa e motivadora hoje do que o belicismo norte-americano! Sim, pois não é que o assunto mais "interessante" do ano foi o Mensalão??? Ou então o morticínio de bandidos e mocinhos na capital paulista? Nem mesmo a Síria ou o Irã conseguiram estimular o apetite da indústria bélica dos "irmãos do norte"! E continua a matança homeopática da população...
Pensei que poderíamos terminar o ano com acontecimentos trágicos, provocados pelo aquecimento global, mas o cenário ainda não está preparado para a catástrofe anunciada e teremos que esperar mais alguns anos para contemplar a hecatombe. E mesmo assim, será um processo lento, uma "fritada" que se consome aos poucos, intercalada com a "água na fervura" derramada pelos temporais...
Imaginei, então, a improvável mudança de rota de um satélite de Júpiter, ou um tresloucado anel de Saturno lançando-se ao espaço aleatoriamente, e dirigindo-se à Terra com uma velocidade alucinante, estimulada pela atração gravitacional do Sol e da Terra. Possível? Sei lá... não sou astrônomo e não pretendo lançar meus vaticínios em busca de leitores incautos, ávidos para encontrar uma justificativa passiva para uma overdose de adrenalina... parece que as boates de São Paulo já têm motivos melhores para a beberagem desenfreada antes do "fim do mundo", mesmo que este não aconteça!
Para muitos milhares de terráqueos, como já disse em outros momentos, 21 de dezembro será, de fato, o fim de seus mundos; morrem cerca de 300.000 seres humanos todos os dias! O curioso é que essa terrível mortandade não nos comove coletivamente, mas uma simples guerrinha, matando dez ou vinte pessoas por dia causa violentas reações das Nações Unidas! Por que será?
Posso imaginar até que alguns mais influenciáveis acabem por morrer prematuramente amanhã, com um fulminante ataque cardíaco! Mas ele não fará diferença na imensa solidão de seu gesto involuntário... afinal, superaremos esse dia com alguns acidentes ou crimes fatais, nada diferente de outros dias comuns... mortes que se acomodarão nas estatísticas das páginas policiais ou nos enfadonhos relatórios médicos que sacodem famílias inconformadas com esses finais trágicos.
Mas nada disso nos abalará, e uma terrível frustração nos deixará de ressaca no dia depois de amanhã! Acordaremos atônitos com o Sol brilhando solenemente pela manhã do dia 22/12/2012, sacudindo nossa perplexidade pelo inusitado não-fim do mundo! O que teria saído "errado"? O que faremos então? Algumas piadas a mais no repertório popular, comentários jocosos sobre os crédulos que terão que enfrentar as filas da padaria, comprando o pão que o diabo ainda não amassou... e é só...
Para todos vocês os meus sinceros votos de um...
FELIZ FIM DO MUNDO!
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anuncia o desmonte final do Código Florestal. Foto: Agência Brasil
“Apesar dos avisos de cientistas e estudiosos sobre o assunto, e da clara oposição de vários e diferentes setores da sociedade, Dilma escolheu o caminho do retrocesso ruralista. Durante todo o processo de desmonte da lei ambiental, o governo foi omisso ou foi conivente com a proposta do que existe de mais atrasado no agronegócio brasileiro”, diz Marcio Astrini, da campanha Amazônia do Greenpeace.
Daqui em diante, o país deixa de ter uma das legislações florestais mais modernas do mundo para dar lugar a uma lei sob medida para os interesses de um agronegócio ávido por expandir-se sobre áreas de floresta. A legislação virou uma colcha de retalhos em que o agronegócio – não a floresta – é a questão central. Além da anistia a desmatadores ilegais, a nova lei beneficia grandes latifúndios e traz brechas legais para mais devastação propositalmente deixadas na nova lei.
“A questão ambiental vive um de seus piores momentos sob a tutela do atual governo. Nunca vimos tantas más notícias vindas do Planalto em tão pouco tempo de gestão”, afirma Astrini.
Nos últimos dois meses, o desmatamento na Amazônia, maior floresta tropical do mundo, voltou a crescer, se comparado com o mesmo período do ano passado. Em agosto, houve um aumento de mais de 200% nas derrubadas. Nos últimos 50 anos, a Amazônia já perdeu mais de 720 mil km2, uma área equivalente à soma dos estados de Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Os problemas em relação à ofensiva de desmatamento sobre as florestas estão apenas começando. A bancada ruralista já ataca também as unidades de conservação, as terras indígenas e quilombolas e a revisão dos índices de reforma agrária. O aumento no uso de agrotóxicos, a ampliação dos limites para a compra de terras por estrangeiros no país e, até mesmo, o enfraquecimento da legislação trabalhista no campo também estão na mira do agronegócio. “A agenda ruralista sempre foi clara. A diferença é que agora encontraram um governo disposto a barganhar com essa agenda”, diz Astrini.
As florestas são fundamentais para assegurar o equilíbrio do clima, a conservação da biodiversidade e o sustento de milhões de pessoas que dela dependem diretamente para sobreviver. No Brasil, essa vegetação é responsável por grande parte das chuvas que irrigam nossas plantações e que abastecem nossos reservatórios de água. Além disso, com o que já temos atualmente de terras abertas, podemos duplicar nossa produção de alimentos sem precisar derrubar mais nenhum hectare de floresta. Há atualmente mais de 30 milhões de hectares de terras degradadas somente pela pecuária improdutiva.
Para assegurar a proteção das nossas florestas é urgente que o Brasil tenha uma lei de desmatamento zero. Essa lei de iniciativa popular já conta com o apoio de quase 600 mil pessoas que assinaram a petição. “O texto escrito pelos ruralistas e aprovado pelo Planalto não traz regras para aumentar a proteção ambiental ou combater o desmatamento. Eles fizeram uma lei para o desmatador. Faremos uma lei pelas florestas.”