Percebemos nossa existência pelas passagens da Terra em sua rota infinita na elipse ao redor do Sol. É estranho dizer, mas sempre foi assim, desde a remota antiguidade. Todas as civilizações que por aqui passaram e tiveram seu apogeu e sua glória, marcaram sua presença pelos Ciclos da Vida. Para nós, seres humanos, reles mortais, não é diferente, e a cada novo ciclo que se inicia, renovamos nossos compromissos com ideais, sonhos, desejos...
Hoje completo 62 anos de existência... e faço uma breve retrospectiva do que fiz ou deixei de fazer... não há como nos arrepender do passado, nem mesmo lamentar; fizemos o que foi possível, o que nos pareceu justo e correto, a melhor opção diante de cada instante de nossas vidas, de acordo com nossa sempre limitada consciência. E fizemos bem, se não nos desviamos de nossos principios!
Tive uma infância privilegiada, em uma pequenina cidade do interior. Brinquei como todas crianças brincavam; fiz amizades que ficaram no passado... e cresci; tive uma adolescência atribulada, como foi a vida naquele momento difícil de nossa história; mas o sofrimento de ter a liberdade cerceada me permitiu ver o mundo com os olhos políticos que todos temos; tive o privilégio de conhecer pessoas brilhantes e batalhadoras, que não limitavam sua ação pelo medo da tortura.
Tive muitas oportunidades de estudar; fiz engenharia, letras, administração, história e logística; mas não terminei nenhuma faculdade; poderia dizer que o destino não quis, mas não foi assim: abandonei cada curso por decisão própria, algumas por desencanto, outras por necessidades do momento, mas sempre fui eu quem decidiu, e não me arrependo.
Segui minha carreira ao escolher, em uma encruzilhada, um dos caminhos que se mostravam à minha frente; trabalhei muito, durante anos, e me aposentei em 2007; pratiquei inúmeras atividades na Natureza e aprendi a amá-la acima de tudo, até mesmo dos homens, que lhe faltam sempre ao respeito; hoje sou um ambientalista, um ativista em defesa do Meio Ambiente.
Também optei por defender as minorias e me tornei indigenista; trabalhei na Amazônia e percebi que a realidade não é tão simples quanto nos parece, e que as lideranças desses povos humildes não são assim tão humildes, e defendem interesses próprios em detrimento de seu próprio povo, algo assim como nossos políticos, corruptos e desonestos...
Mas assim é a vida... meu pai me dizia que trilhar o caminho do bem não é fácil, pois não há reconhecimento; e mesmo quando optamos por preservar nossos princípios, somos desprezados pela sociedade, que prefere fechar seus próprios olhos e admitir que não tem remédio! Mas temos um compromisso com nossos descendentes, e esse compromisso é inadiável, inarredável, e deverá ser defendido intransigentemente, a despeito de nossos próprios interesses pessoais. Só assim consigo perceber minha missão aqui na Terra.
Hoje se incia um novo ciclo para mim, e novos desafios se apresentam. Começarei uma nova faculdade, de Fotografia, e estou me planejando para um projeto audacioso, ao menos para mim: escalar o pico do Aconcágua até 2015, pela Face Sul, a mais fácil e menos perigosa; mas para mim será um extremo desafio e um motivo a mais para perseverar em meu caminho. Sei que contarei com o apoio de minha família e de meus amigos...
Um grande abraço a todos que se lembraram de mim nesse dia!
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