Cheguei em Brasília em meados de setembro deste ano de 2011, em meio a uma crise de relacionamento meu com a Funai, pelo descaso com que fui tratado em São Gabriel da Cachoeira, AM pela diretoria dessa instituição, à qual estou subordinado como Servidor Público Federal. Não vale a pena falar disso, uma vez que já tratei desse tema em outros posts. O fato é que, por minha solicitação, fui removido para Brasília.
Brasília, à primeira vista, é um monumento vivo à arquitetura nacional, edificada pelos projetos arquitetônicos de Oscar Niemeyer, urbanísticos de Lúcio Costa, e paisagísticos de Burle Marx. Brasília também possui atrações ecológicas, como o Parque Olhos DÁgua, o PARNA Água Mineral, a Chapada Imperial, o PARNA Chapada dos Veadeiros, Pirenópolis, Cachoeira de Itiquira, Lago Paranoá, Parque da Cidade... todos belíssimos e bem cuidados! E essa percepção pode nos levar a um entendimento equivocado.
Essas realidades cenográficas do engenho humano escondem outra realidade: a da mobilidade do cidadão em meio a essa profusão de vias terrestres. Não há lugar para o pedestre, nem para as bicicletas; as distâncias são enormes devido a restrições urbanísticas que tornaram a cidade plana e expandida em todas as direções. Não existem ciclovias e as calçadas não foram feitas para se caminhar a pé, pois existem inúmeros obstáculos nessa via de pedestre, como entradas de veículos rebaixadas, muitas irregularidades do piso, percursos irregulares de calçadas, desviando de estacionamentos de veículos na área destinada a pedestres, muitas sem calçamento.
Outro aspecto do sistema viário que dificulta o trânsito são os acessos aos bairros (superquadras e cidades-satélite) e os acessos às vias rápidas ("tesourinhas"), que acabam por neutralizar as excelentes e largas vias de tráfego rápido que diferenciam Brasília de quaisquer outras cidades. Enormes filas de congestionamento se formam durante os períodos de "rush". Isso incomoda, principalmente no final do expediente, quando a impaciência dos motoristas se soma ao tráfego lento. Mas não é só; todas as rodovias possuem retornos pela parte centrais das faixas, o que causa a maioria dos acidentes de trânsito, alguns deles muito graves.
Fora isso, Brasília é uma cidade efervescente, seja pela política que emana dos Ministérios, Congresso, Tribunais, Autarquias e outros órgãos públicos, seja pela profusão de bares, padarias, restaurantes, botequins, teatros e outros centros culturais, sempre repletos de atividades. A vegetação do entorno é típica do Cerrado e ainda conserva alguns resquícios do que foi a fauna da região antes da presença do homem.
Ainda estou me adaptando a essa nova morada, mas acredito que irei me adaptar bem, mesmo diante de tantos problemas. Afinal, já mudei tanto nesses anos, que nada mais me incomoda a ponto de tornar a vida insuportável. E se um dia isso acontecer, não hesitarei um instante, e irei embora para outros lugares... esse é o meu destino...
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