Fonte: O Estado de São Paulo
O desmatamento em grande escala da Floresta Amazônica provocará uma diminuição das chuvas de até 12% durante a estação úmida e de até 21% durante a estação seca, com previsão para o ano de 2050, segundo estudo britânico publicado nesta quarta-feira, 5, pela revista "Nature".
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Vegetação leva a umidade da terra em direção à atmosfera influenciando na quantidade de chuva
Spracklen e sua equipe de cientistas da Universidade de Leeds, da Inglaterra, estudaram como a densidade das florestas afeta o volume de chuvas entre os trópicos, a partir de dados obtidos por satélite.
A vegetação leva a umidade da terra em direção à atmosfera, no processo conhecido como evapotranspiração, influenciando na quantidade de chuva.
O grupo de Spracklen descobriu que o vento que atravessa áreas densas da floresta produz, dias depois, o dobro de chuvas que o ar que circula entre uma vegetação menos espessa.
A Floresta Amazônica e as florestas tropicais do Congo são os lugares onde a vegetação tem maior efeito sobre o regime de chuvas, detalhou Spracklen.
Quando as florestas são substituídas por gramados ou plantações, a umidade do solo diminui, reduzindo a quantidade de chuvas.
Ao combinar os dados do estudo com o ritmo de desmatamento atual da Floresta Amazônica, Spracklen disse que as chuvas devem ser reduzidas em até 12% na bacia amazônica durante a estação úmida e até 21% durante a estação seca no ano de 2050.
O desmatamento de algumas partes da Floresta Amazônica reduzirá as chuvas tanto ali como em outras regiões, como a bacia do rio da Prata, onde segundo o especialista, as chuvas diminuirão 4%.
Os especialistas temem que essas mudanças prejudiquem o setor agrícola, que gera US$ 15 bilhões por ano na Amazônia, assim como à indústria hidrelétrica, que produz na região 65% da eletricidade do Brasil.
Estima-se que a cada ano sejam desmatados 50 mil km² de mata entre os trópicos.
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