"Pelo andar da carruagem", como diziam nossos avós, caminhamos para uma sociedade onde as estruturas familiares não poderão ser regidas pelas regras tradicionais do casamento. E não apenas isso, mas quem se casará? Eles e elas, com eles, com elas? Casais ainda existirão, ou "ficar" com um só será "careta" demais? Ser careta será careta? Enfim, acabadas as regras do jogo, como se jogará o jogo? Que jogo?
Essa é a verdade, o jogo está se acabando, e em breve teremos que pensar na sobrevivência de nossa espécie (que "espécie"?) apenas através da inseminação "in-vitro" e da gravidez extra-corpórea! Ao invés de lares, teremos incubadoras de seres, onde se ensinará o que manda o manual da sociedade (que sociedade?) e se definirá, para cada indivíduo sua função!
De onde surgiu essa dissertação? Eu assistia a um programa de tv que discutia um vídeo do Youtube, ou melhor, que foi excluído de lá, e que mostrava a cantora LUEN beijando outra mulher em um clipe musical. Nada assustador; a Madona já fez coisas assim e até mais radicais, sem despertar o espanto (meu)!
Lembro-me de minha juventude, quando nós, adolescentes de então, questionávamos as regras da sociedade, dando início a esse processo fora de controle que vemos hoje. Nós só queríamos a liberdade de amar, mas desencadeamos ações inimagináveis: Women's Liberation, Hippies e as drogas alucinógenas, Homossexualidade consentida...
Afora a questão sexual, que poderia até ser tratada como uma questão de preferências individuais, tirando-se o preconceito, como viverá essa sociedade do futuro? É evidente que as ligações duradouras entre seres se tornarão cada dia mais raras e o casamento, seja hetero ou homo, não importa, perderá o sentido. Em seu lugar, talvez por um período de transição, se farão contratos de convivência temporária, onde os bens adquiridos deverão ser o problema a tratar, já que a relação não mais interessará a ninguém.
Filhos? Seria necessária uma permissão especial do Conselho Tutelar para que um "casal" (que estranho!) tivesse seus próprios filhos, uma vez que essa atribuição caberia apenas ao Estado (Departamento de Reprodução Humana e Educação, DRHE ou algo assim). E mesmo nesse caso, a (s) criança (s) só teriam permissão para viver com os "pais" durante a pré-escola, e sob a supervisão do DRHE.
Cada ser seria um indivíduo e poderia viver sozinho ou coletivamente; mas relações exclusivas (que careta!) seriam condenadas: "por que você anda tanto com 'fulano'? Está com algum problema?" A solidão seria combatida com atividades frenéticas como as "baladas", os jogos virtuais e as drogas alucinógenas controladas (pô! mas isso é igual ao que acontece hoje!)
Fico imaginando se haverá então alguma coisa, alguém ou algum lugar que consiga causar emoção ao ser humano quando tudo isso for a única realidade desse mundo... então, para que viver? Quais seriam os fatores de motivação humana? Talvez, nesse momento, nosso conhecimento científico tenha evoluído o bastante para nos permitir viagens ao espaço exterior, em busca de novos mundos... talvez esse seja o fluido mágico que acenderá o espírito humano... ou talvez esse espírito já não exista mais...
Nenhum comentário:
Postar um comentário