terça-feira, 27 de março de 2012

Acidente no Rio de Janeiro, uma vergonha para o esporte

ACIDENTE? - Priscila Boliveira momentos antes de pular de parapente. Ela morreu na tarde deste domingo (25) após cair de parapente em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, a vítima despencou de uma altura de aproximadamente 15 metros quando fazia um vôo duplo. (Foto: Norton Marcon/TV Globo) 
Fonte: Portal EXTREMOS

Isso é uma vergonha para o esporte.

O pior é tentar mascarar, dizer que foi fatalidade, dizer que não se sabe o que aconteceu durante o vôo. Imprudência é a palavra certa. Sou piloto de vôo livre e todos os pilotos sabem o que estou falando. Não houve fatalidade nesse acidente, houve imprudência. A polícia periciar o equipamento é piada, eles não entendem nada sobre isso.

O clube dizer que não tem noção do que houve é uma piada ainda maior, todos sabemos o que houve… Só há uma única explicação para o que aconteceu, a única maneira de um passageiro cair como caiu essa menina: os tirantes da perna! Ou eles não foram conectados pelo piloto ou abriram na hora da decolagem. Só existem essas duas maneiras e, convenhamos, a primeira é bem mais provável, afinal, as chances dos dois tirantes da perna abrirem, ao mesmo tempo, por falha no equipamento é bem difícil de acreditar. Não se quer assumir, mas sabemos que o piloto deve ter esquecido de conectar os tirantes da menina.

Não é a primeira vez que isso acontece e, pelo visto, não será a última. Outras mortes, filmadas, já ocorreram no mundo pelo mesmo motivo. Sabemos de várias histórias de pilotos que esquecem de conectar seus próprios tirantes, que dirá os do passageiro. O vôo livre em nosso país, infelizmente, é uma zona, em São Conrado então, onde o dinheiro fala mais alto, nem se fala. Esse é um problema recorrente que podia ter sido facilmente evitado. Além do piloto fazer o XUXA (cheque de última chance), deveria haver um fiscal de rampa, não para cobrar assiduidade no pagamento das mensalidades do clube, mas sim para verificar isso na hora de cada decolagem de duplo e, por que não, dos solos também. Antes de cada decolagem, mesmo após o cheque, que deve ser realizado pelo piloto, um fiscal checaria o passageiro e autorizaria a decolagem, simples assim.

Mas claro, isso tudo se o vôo duplo comercial fosse legal e todos sabemos que não é. Temos potencial e podemos fazer a coisa funcionar, mas para começar a luta pela legalização do vôo comercial, temos que priorizar a segurança, não o dinheiro. Que parem com essa farsa feia e assumam as responsabilidades de seus atos, é o mínimo que se espera de entidades que se dizem sérias...

Por Sandro Cardoso

www.aventurasreais.com.br

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